Caracterização morfométrica e microbiota endógena de populações do marisco Anomalocardia flexuosa Linnaeus, 1767 (Bivalvia: Veneridae)

Autores

  • Carlos Henrique Vasconcelos Nascimento Universidade Federal de Pernambuco
  • Ivo Raposo Gonçalves Cidreira Neto Universidade Federal de Pernambuco
  • Rafael Pereira da Silva Universidade Federal de Pernambuco
  • José Eriberto de Assis Universidade Federal de Pernambuco
  • Norma Buarque Gusmão Universidade Federal de Pernambuco
  • Gilberto Gonçalves Rodrigues Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.3.3.2018.1941.275-286

Palavras-chave:

Pesca Artesanal, Mariscos, Morfometria, Fungos Aquáticos, Bactérias.

Resumo

A catação do marisco-pedra Anomalocardia flexuosa L. é essencial para as comunidades tradicionais, que vivem em regiões litorâneas e dependem dessa atividade. O estudo objetivou investigar a microbiota endógena de A. flexuosa associada à morfometria da concha. Foram realizadas coletas no estuário do Rio Paraíba do Norte, nos meses de setembro e outubro de 2017, em quatro croas, com níveis diferentes de poluição. Os mariscos foram coletados manualmente e a água do rio foi coletada com o auxílio de garrafa plástica. A morfometria do marisco-pedra foi feita com o auxílio de paquímetro e a inoculação para o crescimento dos micro-organismos utilizou os meios de cultivo: Ágar Sabouraud (SAB) e Malte, para fungos, e Agar Tryptic soy (TSA) e Mueller Hinton (MH), para bactérias. Foram encontradas conchas com tamanho variando entre 14,14 mm e 21,5 mm e 33 morfotipos da microbiota endógena, sendo 14 de bactérias e 19 de fungos. Os indivíduos da croa Cidade, por estarem mais próximas da zona urbana, recebem maior carga de poluição, refletindo no tamanho médio das conchas das populações de A. flexuosa. As croas mais conservadas e distantes do centro urbano (Portinho, Marisco e Lombo da Vara) mostraram uma maior riqueza de bactérias endógenas, enquanto os fungos não apresentaram diferença estatística significativa associadas ao tamanho médio maior da concha. Medidas mitigatórias são necessárias para o melhor rendimento da atividade de catação de marisco, tendo como pressuposto a minimização da poluição hídrica, advinda dos centros urbanos e o manejo adequado da mariscagem.

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Biografia do Autor

Carlos Henrique Vasconcelos Nascimento, Universidade Federal de Pernambuco

Graduado em Ciências Biológicas Bacharelado, Centro de Biociências - UFPE

Ivo Raposo Gonçalves Cidreira Neto, Universidade Federal de Pernambuco

Mestrando em Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA, Centro de Filosofia e Ciências Humanas - CFCH

Rafael Pereira da Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Mestrando em Biologia Animal PPGBA, Departamento de Zoologia, Centro de Biociências - CB - UFPE

José Eriberto de Assis, Universidade Federal de Pernambuco

Professor da Prefeitura Municipal de Bayeux- PB com  Pós-Doutorado  na Universidade Federal de Pernambuco 

Norma Buarque Gusmão, Universidade Federal de Pernambuco

Professora do Departamento de Antibióticos, Centro de Biociências

Gilberto Gonçalves Rodrigues, Universidade Federal de Pernambuco

Professor do Departamento de Zoologia, Centro de Biociências

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Publicado

2018-07-19

Como Citar

Nascimento, C. H. V., Cidreira Neto, I. R. G., Silva, R. P. da, Assis, J. E. de, Gusmão, N. B., & Rodrigues, G. G. (2018). Caracterização morfométrica e microbiota endógena de populações do marisco Anomalocardia flexuosa Linnaeus, 1767 (Bivalvia: Veneridae). Journal of Environmental Analysis and Progress, 3(3), 275–286. https://doi.org/10.24221/jeap.3.3.2018.1941.275-286