Emergência e morfologia da plântula de Thyrsodium spruceanum Benth. a partir de diásporos coletados na chuva de sementes em Floresta Atlântica

Autores

  • Joselane Príscila Gomes da Silva Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Luiz Carlos Marangon Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Ana Lícia Patriota Feliciano Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Thiago Olímpio Barbosa de Souza Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Deyvid Luis da Silva Sousa Universidade Federal Rural de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.6.3.2021.3883.240-247

Palavras-chave:

Dispersão, germinação, nucleação, regeneração

Resumo

O conhecimento do potencial germinativo de sementes é importante para entender os processos ecológicos dos ecossistemas. O estudo objetivou avaliar a emergência e descrever a morfologia da plântula Thyrsodium spruceanum a partir de diásporos coletados na chuva de sementes de um remanescente Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, Pernambuco, Brasil. O estudo foi desenvolvido no viveiro florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. Para avaliação da emergência das plântulas, as sementes foram colocadas em caixas de polietileno contendo substrato areia e cultivadas em canteiro sob sombrite 70% e regadas diariamente, durante 35 dias. As sementes são ovoides, marrom acinzentadas e possuem tegumento fino. As plântulas possuem germinação hipógea, criptocotiledonar e cotilédones armazenadores de reservas. Epicótilo alongado, verde e pubescente. Eófilos opostos, peciolados, unifoliolados, com 5 a 9 cm de comprimento, forma ovada, margem inteira e lisa, ápice acuminado e base obtusa, coloração verde, com face abaxial verde lustrosa. Consistência semicoriácea, nervação principal pinada, nervação secundária craspedódroma. Apenas 52% das sementes germinaram e as plântulas emergiram. A semente e a plântula de T. spruceanum apresentaram características morfológicas que facilitam sua identificação em habitat natural. O percentual de emergência das plântulas pode ser aumentado com intervalo de coleta menor que 30 dias ou coleta de frutos e sementes recém caídos.

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Biografia do Autor

Joselane Príscila Gomes da Silva, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de Ciência Florestal

Luiz Carlos Marangon, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de Ciência Florestal

Ana Lícia Patriota Feliciano, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de Ciência Florestal

Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de Ciência Florestal

Thiago Olímpio Barbosa de Souza, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de Ciência Florestal

Deyvid Luis da Silva Sousa, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de Ciência Florestal

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Publicado

2021-09-12

Como Citar

Silva, J. P. G. da, Marangon, L. C., Feliciano, A. L. P., Ferreira, R. L. C., Souza, T. O. B. de, & Sousa, D. L. da S. (2021). Emergência e morfologia da plântula de Thyrsodium spruceanum Benth. a partir de diásporos coletados na chuva de sementes em Floresta Atlântica. Journal of Environmental Analysis and Progress, 6(3), 240–247. https://doi.org/10.24221/jeap.6.3.2021.3883.240-247