Avaliação de rúmen bovino como inóculo de reatores anaeróbios

Autores

  • Rachel Barros Pires
  • Emanuele Diógenes Guerra
  • Luiza Feitosa Cordeiro de Souza Centro universitário Tabosa de Almeida
  • Simone Machado Santos

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.6.3.2021.3745.259-267

Palavras-chave:

AME, digestão anaeróbia, inóculo, rúmen

Resumo

O rúmen bovino é uma fonte de microrganismos que realizam a digestão anaeróbia de compostos de carbono. A sua alta atividade celulolítica acelera o processo de partida em reatores anaeróbios, que tende a ser lento e instável, quando realizado sem inóculo. O estudo objetivou avaliar o potencial do uso de rúmen bovino como inóculo de reatores anaeróbios. O teste foi realizado em bateladas sequenciais, escala de bancada, regime estático e com controle de temperatura de 30 °C. Os reatores foram alimentados com uma solução ácidos graxos voláteis de 6000 mgO2 L-1, de DQO e 3 gSSV.L-1 das respectivas biomassas, rúmen bruto, rúmen lavado e lodo de cervejaria. O desempenho da degradação da DQO, a quantidade de metano produzida e a velocidade de produção de cada biomassa foram medidos e analisados. Após o período experimental, observou-se que apesar do rúmen bovino ter maior concentração de sólidos voláteis, a sua produção de metano foi menor, quando comparado ao lodo de cervejaria. Entretanto, o rúmen apresentou melhor desempenho na degradação da DQO. A Atividade Metanogênica Específica (AME) para os rumens lavado e bruto foram nove e quatro vezes inferior ao do lodo de cervejaria, na primeira alimentação. Na segunda alimentação, houve um aumento de 2,4 e 2,7 vezes para o rúmen lavado e o bruto, respectivamente, em comparação com a alimentação anterior. Concluiu-se que o rúmen bovino pode ser utilizado para a inoculação de um reator biológico anaeróbio para a degradação de matéria orgânica e produção de metano como biogás.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiza Feitosa Cordeiro de Souza, Centro universitário Tabosa de Almeida

Departamento de Engenharia Ambiental.  Tecnologia de tratamento de água e efluentes e poluição ambiental

Referências

Apha. 2012. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 22th ed. Washington. 2671p.

Alves, L. C.; Cammarota, M. C.; França, F. P. 2005. Inibição de lodo biológico anaeróbio por constituintes de efluente de laboratório de controle de poluição. Engenharia Sanitária e Ambiental, 10, (3), 236-242. doi: 10.1590/s1413-41522005000300008.

Aquino, S. F.; Chernicharo, C. A. L.; Foresti, E.; Florêncio, M. L. S.; Monteggia, L. O. 2007. Metodologias para determinação da atividade metanogênica específica (AME) em lodos anaeróbios. Engenharia Sanitária e Ambiental, 12, (2), 192-201. doi: 10.1590/s1413-41522007000200010.

Castillo-González, A. R.; Domínguez, V. J.; Burrola-Barraza, M. E.; Chávez-Martinez, A. 2014. Rumen microorganisms and fermentation. Archivos de Medicina Veterinaria, 46, (3), 349-361. doi: 10.4067/s0301-732x2014000300003.

Emitan, A. M.; Swalaha, F. M.; Adeyemo, J.; Bux, F. 2014. Assessment of brewery efluente composition from a beer producing industry in Kwazulu-Natal, South Africa. Fresenius Environmental Bulletin, 23, (3), 693-701.

Florencio, L.; Jenicek, P.; Field, J. A.; Lettinga, G. 1993. Effect of Cobalto n the anaerobic degradation of metanol. Journal of Fermentation and Bioengineering, 75, (5), 368-374.

Hu, Z. H.; Yu, H. Q. 2005. Application of rumen microorganisms for enhanced anaerobic fermentation of corn stover. Process Biochemistry, 40, (7), 2371-2377. doi: 10.1016/j.procbio.2004.09.021.

Inyang, U. E.; Bassey, E. N.; Inyang, J. D. 2012. Characterization of Brewery effluent fluid. Journal of Engineering and Applied Sciences, 4, 67-77.

Leite, V. D.; Lopes, W. S.; Prasad, S. 2001a. Bioestabilização anaeróbia de resíduos sólidos orgânicos em reatores de batelada. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 5, (1), 119-123.

Leite, V. D.; Lopes, W. S.; Prasad, S. 2001b. Influência do Inóculo no Processo de Tratamento Anaeróbio de Resíduos Sólidos Orgânicos. 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. João Pessoa-PB. 39p.

Liu, C.; Li, H.; Zhang, Y.; Chen, Q. 2016. Characterization of methanogenic activity during high-solids anaerobic digestion of sewage sludge. Biochemical Engineering Journal, 109, 96-100.

Lara, M. S. M.; Lizaolab, R. Q.; Espinosa Victoria, D.; Alarcónb, A.; Barrab, J. D. E.; Santosb, A. T.; Martínez, F. V. C. 2018. Generación de un inoculante acelerador del compostaje. Revista Argentina de Microbiolía, 50, (2), 206-210.

Monteggia, L. 1997. Proposta de metodologia para avaliação do parâmetro Atividade Metanogênica Específica. 19° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, ABES, Foz do Iguaçu. pp. 754-766.

Olvera, J. R.; Gutiérrez, J. I. 2010. Biodegradación anaerobia de las aguas generadas en el despulpado del café. Revista Colombiana de Biotecnología, 12, (2), 230-239.

Pérez, R. M.; Rodríguez, S.; Fernández, M. 2016. Estudio de la biodegradabilidad anaerobia de las aguas residuales del beneficio húmedo del café Interciencia [en linea], 2000, 25. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=33905005>.

Quintero, M.; Castro, L.; Ortiz, C.; Guzmán, C.; Escalante, H. 2012. Enhancement of starting up anaerobic digestion of lignocellulosic substrate: fique’s bagasse as an example. Bioresource Technology, 108, 8-13.

Rocha, C. M; Machado, K. S. C.; Andrade, L. H. Brandt, E. M. F. 2017. Dimensionamento e comparação de estação de tratamento de efluentes utilizando lodos ativados e reator UASB para uma cervejaria artesanal. Revista Processos Químicos, 11, (22), 83-85.

Rojas, M. P. A.; Netto, A. P. O.; Zaiat, M. 2008. Actividad metanogénica específica en un reactor anaerobio - aerobio aplicado al tratamiento de agua residual doméstica. Interciencia, 33, 4, 284-289.

Shah, F. A.; Mahmood, Q.; Shah, M. M.; Pervez, A.; Asad, A. 2014. Microbial Ecology of Anaerobic Digesters: The Key Players of Anaerobiosis. The Scientific World Journal, 2014, 1-21. doi: 10.1155/2014/183752.

Silva, J. D.; Schneiders, D.; Till, A.; Lapa, K. R.; Pinheiro, A. 2013. Atividade metanogênica específica (AME) de lodos industriais provenientes do tratamento biológico aeróbio e anaeróbio. Ambi-Agua, 8, 2, 135-145. doi: 10.4136/ambi-agua.1098.

Sirohi, S. K.; Pandey, N.; Singh, B.; Puniya, A. K. 2010. Rumen methanogens: a review. Indian J. Microbiol., 50, (3), 253-262. Doi: 10.1007/s12088-010-0061-6.

Surendra, K. C.; Khanal, S. K. 2015. Effects of crop maturity and size reduction on digestibility and methane yield of dedicated energy crop. Bioresource Technology, 178, 187-193. doi: 10.1016/j.biortech.2014.09.055

Torres-Lozada, P.; Pérez-Vidal, A. 2014. Influence of inoculum on growth and retention of the biomass in anaerobic filters. Revista Facultad de Ingeniería Universidad de Antioquia, 72, 127-133.

Torres, P.; Barba, L. E.; Pizarro, C. 2010. Mitigación de la toxicidad anaerobia de lixiviados mediante mezclas con agua residual doméstica. Rev. Fac. Ing. Univ. Antioquia, 53, 64-74.

Xiangwen, S.; Dangcong, P.; Zhaohua, T.; Xinghua, J. 2008. Treatment of brewery wastewater using anaerobic sequencing batch reactor (ASBR). Bioresource Technology, 99, 3182-3186.

Publicado

2021-09-14

Como Citar

Pires, R. B., Guerra, E. D., Souza, L. F. C. de, & Santos, S. M. (2021). Avaliação de rúmen bovino como inóculo de reatores anaeróbios. Journal of Environmental Analysis and Progress, 6(3), 259–267. https://doi.org/10.24221/jeap.6.3.2021.3745.259-267