PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANC): UMA ALTERNATIVA PARA A GASTRONOMIA PERNAMBUCANA

Autores

  • Maria do Rosário de Fátima Padilha Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco
  • Neide Kazue Sakugawa Shinohara Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco
  • Gisele Mine Shinohara Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco
  • João Victor Batista Cabral Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco
  • Fábio Henrique Portella Corrêa de Oliveira Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco

Palavras-chave:

alimentos, araçá, plantas, taioba.

Resumo

Plantas alimentícias não convencionais podem ser fontes alternativas de nutrientes, principalmente vitaminas e sais minerais. Muitos desses alimentos são pouco conhecidos entre as regiões brasileiras e, se conhecidos, não são consumidos por desconhecimento de seu atributo culinário ou estão em extinção devido ao esquecimento ou imposição das grandes produções agrícolas. Esta pesquisa teve o objetivo de fazer uma avaliação quanto à composição nutricional e métodos culinários a serem realizados para o consumo de duas espécies comuns da Mata Atlântica, em Pernambuco. Estudou-se o araçá e a taioba. O araçá é uma fruta com bom conteúdo de fibras e carboidratos, utilizado na produção de doces de pasta e de corte, além de sorvetes, sucos e néctar. Essa planta, que faz parte da biodiversidade brasileira, precisa ser protegida para que não entre na categoria de espécies em extinção. A taioba, pouco conhecida na culinária da região Nordeste por não ter demanda, mas por existir nos jardins, guarda muitas características que podem ser aproveitadas no cardápio diário através de técnicas que criem preparações alternativas para ajudar no complemento do cardápio. Essas plantas podem contribuir para a alimentação em proporções consideráveis quanto aos nutrientes e compostos bioativos existentes quando consumidas na quantidade adequada,

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABRAMO, M. A. Taioba, cará, inhame: o grande potencial inexplorado. EditoraÍcone. São Paulo. 1990. Em: GEPTS, P.; ET AL. Biodiversity in agriculture: domestication, evolution, and sustainability. University Press, Cambridge, 2008.

ALMEIDA, M.E.F.; JUNQUEIRA, A.M.B.; SIMÃO, A.A.; CORRêA, A, D. Caracterização química das hortaliças não-convencionais conhecidas como ora-pro-nobis. Biosci. Journal, 30-S1: 431-439, 2014.

AMARAL, C.N.; GUARIM NETO, G. Os quintais como espaços de conservação e cultivo de alimentos: um estudo na cidade de Rosário Oeste (Mato Grosso, Brasil). Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi, 3-3: 329-341, 2008.

ASSAD, E.D.; PINTO, H.S. Aquecimento Global e a Nova Geografia da produção agrícola no Brasil. EMBRAPA-CEAGRI, São Paulo, 2008.

ASTORG, P. Food carotenoids and cancer prevention: An overview of current research. Trends in Food Science & Technology, 8: 406-413, 1997.

BELUZZO, R. A valorização da cozinha regional. Em: ARAÚJO, W. M. C.; TENSER, C. M. R. (Org.). Gastronomia: cortes e recortes. Senac, Brasília, 2005.

BEZERRA, J.E.F.; LEDERMAN, I.E.; PEDROSA, A.C.; PEREIRA, R. de C.A.; MELO NETO, M.L. de. Coleta e preservação de espécies frutíferas tropicais nativas e exóticas em Pernambuco. Em: Simpósio Latino-Americano sobre recurso genéticos de espécies horticolas, Campinas, SP. Anais, 140-147, 1990. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos regionais brasileiros / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. (2ª ed.). Ministério da Saúde, Brasília, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Alimentos regionais brasileiros/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. (1ª ed.). Ministério da Saúde, Brasília, 2002. DAMIANI, C. Caracterização e agregação de valor aos frutos do cerrado: araçá (Psidium guineensis Sw.) e marolo (Annona crassiflora Mart.). (tese de doutorado em Ciência dos Alimentos). Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG., 2009.

FISCHER, C.G.; GARNETT, T. Plates, pyramids and planets - Developments in national healthy and sustainable dietary guidelines: a state of play assessment. Food Climate Research Network Environmental Change Institute & The Oxford Martin Programme on the Future of Food, The University of Oxford.Published by the Food and Agriculture Organization of the United Nations and The Food Climate Research Network at The University of Oxford. 2016. Disponível: http://www.fao.org/3/a-i5640e.pdf. Acesso: julho de 2016.

FLANDRIN, J-L.; MONTANARI, M. História da Alimentação. Estação Liberdade, São Paulo, 1998.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. Atheneu, São Paulo, 2005.

GAZIANO, J.M.; HENNEKENS, C.H. The role of beta-carotene in the prevention of cardiovascular disease. Annals of the New York Academy of Sciences, 691: 148-155, 1993.

GONÇALVES, E. G. The Commonly Cultivated Species of Xanthosoma Schott (Araceae), including Four New Species. Aroideana, 34: 3-23, 2011. GRANDELLE, R. Frutas da Mata Atlântica não chegam à mesa dos brasileiros. Revista Amanha. Ciência. Jornal O GLOBO. 2014. Disponível em: <https://oglobo.globo. com/sociedade/ciencia/revista-amanha/frutas-da-mata-atlantica-nao-chegam-mesa-dos- brasileiros-11416138>. Acesso: 20.06.2016

KELEN, M. E. B.; NOUHUYS, I. S. V.; KEHL, L. C.; BRACK. P.; SILVA, D.B. Plantas alimentícias não convencionais (PANCs): hortaliças espontâneas e nativas. (1ª ed.). UFRGS, Porto Alegre, 2015. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/viveiros comunitarios/ wp-content/uploads/2015/11/Cartilha-15.11-online.pdf>. Acesso: 22.07.2016.

KINUPP, V.F.; LORENZE, H. Plantas Alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil. Guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, São Paulo, 2014.

KRINSKY, N. I. Actions of carotenoids in biological systems. Annual Review of Nutrition, 13: 561-587, 1993. KUMAR, B. M.; NAIR, P. R. The enigma of tropical homegardens. Agroforestry Systems, 61-3: 135-152, 2004.

LACERDA, F.F.; NOBRE, P.; SOBRAL, M.C.; LOPES, G.M.B. Alterações Climáticas Globais; uma realidade em Pernambuco. Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, 11/12: 121-154, 2014/2015.

MÁRQUEZ, L.R. A fibra terapêutica. (2ª ed.). GRF Propaganda, São Paulo, 2001.

MORTON, J. Brazilian Guava. Em: Fruits of warm climates. Miami, FL, 365–367, 1987. MOURA, F.B.P. A Mata Atlântica em Alagoas. (Org). EDUFAL, Maceió, 2006. Disponível em:<http://www.ufal.edu.br/usinaciencia/multimidia/livros-digitais-cadernos- tematicos/A_Mata_Atlantica_em_Alagoas.pdf>. Acesso: 15.06.2015.

NEPA/UNICAMP. Tabela brasileira de composição de alimentos – TACO – versão 2, 2006. Disponivel em:<http://www.unicamp.br/nepa/taco/tabela.php?ativo=tabela>. Acesso: 24.07.2016.

OAKLEY, E. Quintais Domésticos: uma responsabilidade cultural. Agriculturas, 1: 37-39, 2004. OLIVEIRA, G. R.; ASSIS, L. M.; RODRIGUEZ, A. F.; ZAMBIAZI, R. C. Elaboração de geléia de araçá e avaliação de sua aceitabilidade. Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial – FAEM/UFPel, Pelotas, 2005.

OLSON, J. A. Carotenoids and human health. Archivos Latinoamericanos de Nutrición, 49: 7S-11S, 1999.

PADILHA, M.R.F., SHINOHARA, N.K.S., FERREIRA,E.P.R.,PIMENTEL, R.M.M., ANDRADE, S.A.C. PORTELLA, F.H. Physical, physicochemical and taxonomic characterization of Psidium araça Raddi. Journal of Environmental Analysis and Progress, 01: 106-110, 2016.

PINTO, N. A. V. D. et al. Variabilidade da composição centesimal, vitamina c, ferro e cálcio de partes da folha de taioba (Xanthosoma sagittifolium Schott). Rev Bras Agrociência, 7-3: 205-208, 2001.

RASEIRA, M.C.B.; RASEIRA, A. Contribuição ao estudo do araçazeiro (Psidium cattleyanum). EMBRAPA/CPACT, Pelotas, 1996.

RIQUE, A.B.; SOARES, E.A.; MEIRELLES, C.M. Nutrição e exercício na prevenção e controle das doenças cardiovasculares. Rev Bras Med Esporte, 8: 244-54, 2002.

RODRIGUEZ-AMAYA, D.B. et al. Fontes Brasileiras de carotenoides: tabela brasileira de composição de carotenoides em alimentos. MMA/SBF, Brasília, 2008.

SACRAMENTO, C. K.; BARRETTO, W. S.; FARIA, J. C. Araçá-boi: uma alternativa para agroindústria. Bahia Agrícola, 8: 22-24, 2008. SANTOS, M. A. T. Efeito do cozimento sobre alguns fatores antinutricionais em folhas de brócoli, couve-flor e couve. Ciênc Agrotec, 30-2: 294-301, 2006.

SILVA, M.R.; Lacerda, D.B.C.L.; SANTOS, G.G.; MARTINS, D.M.O. Caracterização química de frutos nativos do cerrado. Ciência Rural, 38-6: 1790-1793, 2008.

SILVA, J. A.; TASSARA, H. Frutas no Brasil. Empresa das Artes, São Paulo, 1996.

STONE,B. The flora of Guam. Micronesica, 6: 454–455, 1970.

TAWANA, N. Determinação de carotenóides em alimentos brasileiros in natura, processados e preparados para a tabela nacional de composição de alimentos. (dissertação de mestrado em Ciência de Alimentos). Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia de Alimentos, Campinas, SP., 2010.

VIANA, E.S.; JESUS, J.P.; REIS, R.C.; FONSECA, M.D.; SACRAMENTO, C.K. Caracterização fisico-química e sensorial de geleia de mamão com araçá-boi. Rev. Bras. Frutic, 34-4: 1154-1164, 2012. WIK, B.-E. van. Foods plants of the world: identification, culinary uses and nutritional value. Briza, Pretoria, 2005.

Downloads

Publicado

2018-04-09

Como Citar

Padilha, M. do R. de F., Sakugawa Shinohara, N. K., Shinohara, G. M., Cabral, J. V. B., & Corrêa de Oliveira, F. H. P. (2018). PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANC): UMA ALTERNATIVA PARA A GASTRONOMIA PERNAMBUCANA. Anais Da Academia Pernambucana De Ciência Agronômica, 13, 266–278. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/apca/article/view/1909

Edição

Seção

Artigos