ADUBOS ORGÂNICOS E BIOCARVÃO UTILIZADOS PARA REFLORESTAMENTO COM ESPÉCIES NATIVAS E CLONES DE Eucalyptus NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Autores

  • Francisco Tibério de Alencar Moreira
  • José Antônio Aleixo da Silva
  • Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira
  • Marília Regina Costa Castro

Resumo

A construção de reservatórios de água no semiárido do Brasil para atender a demanda hídrica e energética, bem como para evitar o êxodo rural, ocasionou problemas socioeconômicos e ambientais. Algumas cidades foram inundadas e para a sua realocação grandes áreas com vegetação nativa foram desmatadas. A fim de mitigar este problema e facilitar o reflorestamento de áreas ao redor do reservatório de Itaparica, este estudo teve como objetivo utilizar sedimentos do reservatório de Itaparica, resíduos de tanques de piscicultura como fertilizantes naturais e biocarvão como condicionante do solo no plantio de espécies florestais nativas e clones de Eucalyptus. Anadenanthera columbrina (Vell.) Brenan e Myracrodruon urundeuva Allemão e os dois clones de Eucalyptus sp. (1 e 2) foram plantadas em dois espaçamentos (3 m x 2 m e 4 m x 2 m) recebendo três fontes de nutrientes: sedimentos do reservatório de Itaparica, resíduos de tanques de piscicultura, biocarvão (condicionador do solo) mais o controle (sem adubação ou biocarvão). O delineamento experimental foi multivariado de medidas repetidas, num arranjo fatorial (4 x 2 x 4) com oito repetições. Após 36 meses, os resíduos dos tanques de piscicultura propiciaram o melhor crescimento para as espécies, com uma altura média de 5,28 m. Entretanto, o clone 2 fertilizado, com resíduos de tanques de piscicultura e sedimentos do reservatório de Itaparica, no espaçamento 3 m x 2 m, apresentou o melhor crescimento com uma altura média de 7,62 m. Além do mais os clones de Eucalyptus fornecem biomassa como fonte energética em curto espaço de tempo o que pode resulta na diminuição do desmatamento da vegetação nativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGUIAR, J.T.E; LACHER, J.R.; SILVA, J.M.C. The Caatinga. Wilderness: earth’s last wild places. CEMEX, Agrupación Serra Madre, S.C., Mexico. 174–181. 2002.

ANDRADE, C.A; OLIVEIRA, C.; CERRI, C.C.; Cinética de degradação da matéria orgânica de biossólidos após aplicação no solo e relação com a composição química inicial. Bragantia, 65: 4, 659 – 668, 2006.

BELLOTE, A.F; DEDECEK, R.A.; SILVA, H.D. Nutrientes minerais, biomassa e deposição de serapilheira em plantio de Eucalyptus com diferentes sistemas de manejo de resíduos florestais. Pesq. Flor. Bras. 56:31-41. 2008.

BERTONI, J. E. A.; DICKFELDT, E. P. Plantio de Myracrodruon urundeuva Fr. All. (aroeira) em área alterada de floresta: desenvolvimento das mudas e restauração florestal. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v.19, n.1, p.31-38, 2007.

BINKLEY, D.; STAPE, J.L. Sustainable management of Eucalyptus plantations in a changing world. In: BORRALHO N, PEREIRA JS, MARQUES C, COUTINHO J,

MADEIRA M and TOMÉ M. Eucalyptus in a changing world. Proc. of IUFRO Conf., Aveiro. 11-15. 2004.

CARVALHO, P.E.R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Colombo: EMBRAPA-CNPF, Brasília. 639 p. 1994.

CIERJACKS, A. et al. Effects of altitude and livestock on the regeneration of two tree line forming Polylepis species in Ecuador. Plant Ecology 194: 207-221, 2008. doi: 10.1007/s11258-007-9285-x

FOSTER, N.W; BHATTI, J.S. Forest ecosystems: Nutrient cycling. In: Lal R, editor. Encyclopedia of soil science. New York: Taylor & Francis Group.718-21. 2008. Ou 2006?

GAMA-RODRIGUES, A.C.; GAMA-RODRIGUES, E.F; BRITO, E.C. Decomposição e liberação de nutrientes de resíduos culturais de plantas de cobertura em Argissolo Vermelho-Amarelo na região noroeste fluminense-RJ. Rev. Bras. Cienc. Solo.31:1421-1428. 2007. doi: 10.1590/S0100-06832007000600019

GIULIETTI, A.M. et al., Plantas endêmicas da Caatinga. In: Vegetação e flora das Caatingas. APNE / CNIP, Recife, PE. p. 103-115. 2002.

GRAÇA, A.A.S. et al. Effects of Eucalyptus plantation on detritus, decomposer, and detrivores in streams. The Scientific World, 2: 1173-1188. 2002. doi: 10.101100/TSW.2002.193

GUNKEL, G. Limnología de un lago tropical de Alta Montaña, en Ecuador: características de los sedimentos y tasa de sedimentación. Rev. Biol. Trop., v.51, n.2, p.381-390, 2003.

GUNKEL. Get al. Carrying capacity limits of net cage aquaculture for Brazilian reservoirs. Revista Brasileira Ciências Ambientais, 36, 128- 144., 2015. doi: 10.5327/Z2176-947820151008

HARRISON, R.B. et al. Effect of spacing and age on nitrogen and phosphorus distribution in biomass of Eucalyptus camaldulensis, Eucalyptus pellita and Eucalyptus urophylla plantations in Southeastern Brazil. Forest Ecology and Management, 133: 167-177. 2000. doi: 10.1016/S0378-1127(99)00235-2

IBGE. 2011. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico Disponível em: in http://www.ibge.gov.br/. 2011. Accesso: 19 de setembro 2016

JEFFERY, S. et al.; A quantitative review of the effects of biochar application to soils on crop productivity using meta-analysis. Agriculture, Ecosystems and Environment, 144:175-187. 2011. doi: 10.1016/j.agee.2011.08.015

LEAL, I.R.J. et al. Changing the Course of Biodiversity Conservation in the Northeastern Brazil. Conservation Biology 19:701-706. 2005. doi: 10.1111/j.1523-1739.2005.00703.x

LEHMANN, J.; JOSEPH, S. Biochar for Environmental Management: Science

and Technology. UK. MPG Books, 2009. pp. 416.

LORENZI, H.; MATOS, F.JA. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Plantarum, 2002. pp. 512

LYRA, M.R.C.C. et al. Avaliação da qualidade de água de lençol freático em uma área fertirrigada com vinhaça. Anais: 22o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Joinville, Santa Catarina. 1-8. 2003.

MASCARENHAS, J.C. et al. CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Belém de São Francisco, estado de Pernambuco. Recife: CPRM/PRODEEM. 2005.

MIRANDA, C.C.; CANELLAS, L.P.; NASCIMENTO, M.T. Caracterização da matéria orgânica do solo em fragmentos de Mata Atlântica e em plantios abandonados de Eucalipto. Rev. Bras. Cienc. Solo, 31:905-916. 2007.

MORA, A.L.; GARCIA, C.H. A cultura do eucalipto no Brasil (Eucalyptus cultivation in Brazil). São Paulo: SBS – Sociedade Brasileira de Silvicultura, pp. 112, 2000.

NEMEC, A. F. L. Analysis of repeated measures and time series: an introduction with

examples. Biom. Inf. Handb. 6. Res. Br., B.C. Min. For. Victoria, B.C. Work. Pap. 15/1996.

OLIVEIRA, T. K. et al. Desempenho silvicultural e produtivo de eucalipto sob diferentes arranjos espaciais em sistema agrossilvipastoril. Pesquisa Florestal Brasileira, n.60, p.01-09, 2009.

RIZZINI, C.T. Árvores e madeiras úteis do Brasil: manual de dendrologia brasileira. São Paulo: Edgar Blucher. 1995. pp. 296

SEDNET. Sediment, a vulnerable resource that needs Europe’s attention. European Sediment Research Network. 6p. 2004. Disponível em: http://www.sednet.org/download/Broch_sediment_a_valuable_resource.pdf. Acesso: 21 de setembro 2017.

SELGE. F.; GUNKEL, G. Water Reservoirs: Worldwide distribution, morphometric characteristics and thermal stratification processes. In: GUNKEL G., SILVA J.A.A. and SOBRAL M.C. (2013) Sustainable Management of Water and Land in Semiarid Areas. Editora Universitária UFPE, Recife. ISBN 978-85-415-0259-7, 15- 27. 2013.

SILVA, J.A.A.; SILVA, I.P. Estatística Experimental aplicada à ciência florestal. Recife, Imprensa Universitária da UFRPE, 1982. pp. 292

SILVA, J.A.A. Potencialidades de florestas energéticas de Eucalyptus no Polo Gesseiro do Araripe-Pernambuco. Recife, Anais da Academia Pernambucana de Ciências Agronômicas 5/6:301-319, 2008/2009.

SILVA, R. F.; et al. Qualidade do resíduo de tanques de produção de alevinos como condicionante de solos no semiárido de Pernambuco: subsídios para gestão ambiental. Gaia Scientia, v.7, n.1, 2013.

SINGH, B.P.; HATTON, B.J.; BALWANT, S.; COWIE, A.L.; KATHURIA, A. Influence of biochars on nitrous oxide emission and nitrogen leaching from two contrasting soils. J. Environ. Qual. 39: 1224-1235. 2010. doi: 10.2134/jeq2009.0138

SIQUEIRA FILHO, J.A. et al. A Flora das Caatingas do Rio São Francisco. In: Siqueira Filho JA (Editor). A flora das Caatingas do Rio São Francisco: História natural e conservação. 1ª ed. Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio Editorial, 1: 446-554. 2012.

SOBRAL, M.C.M. ET AL. Uso e ocupação do solo no entorno de reservatórios no semi-árido brasileiro como fator determinante da qualidade da água. XXX Congreso Interamericano de Ingeniería Sanitaria Y Ambiental. Punta del Este, Uruguay. 26 al 30 de noviembre de 2006. Punta del Leste, Anais…Punta del Leste: AIDIS, 2006.

SOUZA, S.M.C. et al. Anti-inflammatory and antiulcer properties of tannins from Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) in Rodents. Phytotherapy Research 21: 220-225. 2007. doi: 10.1002/ptr.2011

STAPE, L.L et al. The Brazil Eucalyptus potential productivity project: Influence of water, nutrients and stand uniformity on wood production. Forest Ecology and Management, 259:1684-1694. 2010. doi: 10.1016/j.foreco.2010.01.012

THEODORO, S.H. et al. The use of accumulated sediments in the Tucuruí and Três Marias dams to recover degraded soils. In: GUNKEL G. and SOBRAL M. (eds.) Reservoirs and River Basins Management: Exchange of Experience from Brazil, Portugal and Germany. Universitätsverlag der Technisch Universität Berlin. 211-225, 2007.

WALTER, K.; GUNKEL, G.; GAMBOA, N. An assessment of sediment reuse for sediment management of Gallito Ciego Reservoir, Peru. Lakes & Reservoir: Research and Management, 17:310-314. 2012. doi: 10.1111/Ire.12008

WUANA, R.A; OKIEIMEN, F.E. Heavy Metals in Contaminated Soils: A Review of Sources, Chemistry, Risks and Best Available Strategies for Remediation. International Scholarly Research Network Ecology. 2011. doi: 10.5402/2011/402647

Downloads

Publicado

2019-08-15

Como Citar

Moreira, F. T. de A., da Silva, J. A. A., Ferreira, R. L. C., & Castro, M. R. C. (2019). ADUBOS ORGÂNICOS E BIOCARVÃO UTILIZADOS PARA REFLORESTAMENTO COM ESPÉCIES NATIVAS E CLONES DE Eucalyptus NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. Anais Da Academia Pernambucana De Ciência Agronômica, 16(1), 91–102. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/apca/article/view/2492