CARACTERES MORFOANATÔMICOS DE Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg, UMA PLANTA MEDICINAL DO CERRADO BRASILEIRO

Autores

Palavras-chave:

Myrtaceae, anatomia vegetal, espécie nativa, gabiroba

Resumo

Campomanesia adamantium, Myrtaceae, é conhecida popularmente como guavira ou gabiroba. Estudos com espécies de Campomanesia têm comprovado seu uso como anti-inflamatório, antidiarreico, anti-séptico das vias urinárias, e na medicina popular usada em males do fígado e problemas reumáticos. O objetivo deste estudo foi caracterizar morfoanatomicamente raiz, caule e folhas de C. adamantium, visando à contribuição de estudos futuros para o controle da qualidade da matéria prima vegetal. Amostras do material vegetal da espécie estudada foram coletadas, seccionadas, fixadas e coradas com corantes específicos, seguindo metodologias descritas na literatura especializada. A raiz possui epiderme unisseriada; exoderme uniestratificada e endoderme contendo compostos fenólicos e estrias de Caspary; o cilindro vascular varia de pentarco a hexarco com metaxilema e cordões floemáticos localizados entre o protoxilema. O caule tem células secretoras subepidérmicas e endoderme com amiloplastídios; ainda possui uma camada subepidérmica de colênquima no córtex e anéis de crescimento distintos, delimitados por estreita camada de fibras. A folha possui epiderme unisseriada, com células epidérmicas retangulares na face abaxial; células epidérmicas menores na face adaxial, com parede periciclinal recoberta com cera ou cutícula fina; as folhas são hipoestomáticas, onde os estômatos são dispostos somente na face abaxial. Os resultados obtidos neste trabalho poderão ser utilizados em referências para o maior conhecimento e ampliação da espécie estudada.

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Publicado

2020-06-18

Como Citar

Ribeiro, L. M., Nobrega, M. A. dos S., Soares, J. S., Sorgato, J. C., & Vieira, M. do C. (2020). CARACTERES MORFOANATÔMICOS DE Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg, UMA PLANTA MEDICINAL DO CERRADO BRASILEIRO. Anais Da Academia Pernambucana De Ciência Agronômica, 17(1), 117–125. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/apca/article/view/3157