Ciência Política no Brasil: caminhos e crises (1990 - 2020)

Autores

  • Fábio Bezerra de Andrade UFRPE
  • Gabriella Maria Lima Bezerra UFRPE
  • Alessandra Uchôa Sisnando UFRPE

Palavras-chave:

democracia, neoinstitucionalismo, crise política

Resumo

O artigo explora a contribuição da ciência política nos últimos trinta anos, pontuando sua defesa da efetividade democrática do modelo brasileiro. A análise privilegia três momentos distintos e os principais enfoques teóricos que os balizaram: a transição e consolidação democráticas e o momento atual. Nosso objetivo, ao sistematizar as críticas ao novo institucionalismo, é destacar os seus limites para a compreensão do sistema democrático e suas recentes crises.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABRANCHES, Sérgio H. H. de. “Presidencialismo de coalizão: o dilema institucional brasileiro”. In: Dados - Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol, 31, n. 1, p. 5-34, 1988.

ALONSO, Angela. A política das ruas. In: Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, Especial, 49-58, junho 2017.

AVRITZER, Leonardo. Impasses da democracia no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016

BEZERRA, Gabriella M. L. Oposições Parlamentares no Brasil: Uma Análise dos Incentivos Institucionais e de suas Práticas (1995-2014). Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2017.

CARRUBBA, Clifford J. et al. “Off the record: Unrecorded legislative votes, selection bias and roll-call vote analysis”. In: British Journal of Political Science, v. 36, n. 4, p. 691-704, 2006.

DINIZ, Simone. “Interações entre os poderes executivo e legislativo no processo decisório: avaliando sucesso e fracasso presidencial”. In: Dados-Revista de Ciências Sociais, v. 48, n. 2, p. 33-369, 2005.

FIGUEIREDO, Argelina; LIMONGI, Fernando. “Instituições políticas e governabilidade: desempenho do governo e apoio legislativo na democracia brasileira”. In:____; SAÉZ, Manuel Alcántara. A democracia brasileira: balanço e perspectivas para o século 21. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

____. Executivo e Legislativo na nova ordem constitucional. Editora FGV, 1999.

FIORI, José Luís. “Poder e credibilidade: o paradoxo político da reforma liberal”. In: Lua Nova, n. 25, 1992.

GREENSTEIN, Fred I.; JACKSON, Elton F. “A second look at the validity of roll-call analysis”. In: Midwest Journal of Political Science, v. 7, n. 2, p. 156-166, 1963.

GUIDDENS, Anthony: A terceira via: reflexões sobre o impasse político atual e o futuro da social-democracia. Rio de Janeiro: Record, 1999.

______. A terceira via e seus críticos. Rio de Janeiro: Record, 2001.

HABERMAS, Jürgen. Problemas de legitimación en el capitalismo tardio. Buenos Aires: Amorrout Editores, 1975.

HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1989.

HELD, David. Modelos de democracia. Belo Horizonte: Editora Paidéia, 1987.

HUG, Simon. “Selection effects in roll call votes”. In: British Journal of Political Science, v. 40, n. 1, p. 225-235, 2010.

JONES, Mark P.; HWANG, Wonjae; MICOZZI, Juan Pablo. “Government and opposition in the Argentine Congress, 1989-2007: Understanding inter-party dynamics through roll call vote analysis”. In: Journal of Politics in Latin America, v. 1, n. 1, p. 67-96, 2009.

KINZO, Maria D’Álva G. “A democratização brasileira: um balanço do processo político desde a transição”. In: São Paulo em Perspectiva, v. 15, n. 4, 2001.

LAMOUNIER, Bolivar. (Org.). A opção parlamentarista. São Paulo: Sumaré, 1991.

LINZ, Juan J. “Presidencialismo ou parlamentarismo. Faz alguma diferença?” In: LAMOUNIER, Bolívar. (Org.). A opção parlamentarista.São Paulo: Sumaré, p. 61-120, 1991.

______; STEPAN, Alfred. A transição e consolidação da democracia – a experiência do Sul da Europa e da América do Sul. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

LUCAS, Kevin; SAMUELS, David. “A coerência ideológica do sistema partidário brasileiro, 1990-2009”. In: POWER, Timothy J.; ZUCCO JR, Cesar. (orgs.). O Congresso por ele mesmo: autopercepções da classe política brasileira. Editora UFMG: Belo Horizonte, 2011.

MAINWARING, Scott & SUGART, Matthew. “Juan Linz, presidencialismo e democracia: Uma avaliação crítica”. In: Novos Estudos CEBRAP, n. 37, novembro, p. 191-213, 1993.

MACHIAVELLI, Nicolò, O príncipe; Escrito Políticos. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

MELO, Carlos Ranulfo. “Nem tanto ao mar, nem tanto a terra: elementos para uma análise do sistema partidário brasileiro”. In:____; SAÉZ, Manuel Alcántara. A democracia brasileira: balanço e perspectivas para o século 21. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

MIRANDA, Geralda Luiza de. O comportamento dos partidos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (1991-2007). Tese de Doutorado. Ciência Política. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2008.

MOISÉS, José Álvaro. “O desempenho do Congresso Nacional no presidencialismo de coalizão (1995-2006)”. In: ____ (org.). O Papel do Congresso Nacional no Presidencialismo de Coalizão. São Paulo e Rio de Janeiro: Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas/USP e Fundação Konrad Adenauer. 2011. pp. 7-28.

_____. “Introdução”. In: ____ (org.). O Papel do Congresso Nacional no Presidencialismo de Coalizão. São Paulo e Rio de Janeiro: Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas/USP e Fundação Konrad Adenauer. 2011. pp. 3-6.

____. “Dilemas da consolidação democrática no Brasil”. In: Lua Nova – São Paulo – Março, n. 16, 1989.

NOBRE, Marcos. Imobilismo em movimento: da abertura democrática ao governo Dilma. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

NUNES, Edison. “Fragmentação de interesses e morosidade no parlamento brasileiro”. In: Moisés, José Álvaro (org.). O Papel do Congresso Nacional no Presidencialismo de Coalizão. São Paulo e Rio de Janeiro: Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas/USP e Fundação Konrad Adenauer. 2011. p. 30-42.

O’DONNELL, G.; SCHMITTER, P. C.; WHITEHEAD, L. Transitions from authoritarian rule. Baltimore, John Hopkins University Press, 1986.

OFFE, Claus. Problemas estruturais do Estado capitalista. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984.

PALERMO, Vicente. “Brazilian political institutions: an inconclusive debate”. In: Brazilian Political Review. v. 10, n. 2, 2016.

_____. “Como se governa o Brasil? O debate sobre instituições políticas e gestão de governo”. In: DADOS – Revista de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, v. 43, n. 3, p. 521-558, 2000.

PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. A reforma do Estado dos anos 90: lógica e mecanismos de controle. Brasília: Ministério da Reforma da Administração Federal e Reforma do Estado, 1997.

POWER, Timothy J. “Optimism, pessimism, and coalitional presidentialism: Debating the institutional design of Brazilian democracy”. In: Bulletin of Latin American Research, v. 29, n. 1, p. 18-33, 2010.

PRZEWORSKY, Adam. Estado e economia no capitalismo. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995.

REIS, Fabio Wanderley. “Dilemas da democracia brasileira”. In: MELO, Carlos Ranulfo et al. A democracia brasileira: balanço e perspectivas para o século 21. 2007.

______. “CPIs e Investigação Política”. In: AVRITZER, Leonardo; ANASTASIA, Fátima. (org.). Reforma Política no Brasil. Belo Horizonte. Editora UFMG, 2006. pp. 90-93

SANTOS, Fabiano & GUARNIERI, Fernando. From protest to parliamentary coup: an overview of Brazil’s recent history. In: Journal of Latin American Cultural Studies, 25:4, 485-494,02016.

SANTOS, Fabiano. O poder legislativo no presidencialismo de coalizão. Editora UFMG, 2003.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. A democracia impedida: o Brasil no século XXI. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2017.

SINGER, Paul. A crise do “milagre” brasileiro: interpretação crítica da economia brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

WEFFORT, Francisco. Qual democracia? São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

Downloads

Publicado

2021-04-13

Como Citar

de Andrade, F. B., Bezerra, G. M. L., & Sisnando, A. U. (2021). Ciência Política no Brasil: caminhos e crises (1990 - 2020). Revista Cadernos De Ciências Sociais Da UFRPE, 2(17), 46–68. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/cadernosdecienciassociais/article/view/3733