A ESTÉTICA DO PARADOXO. CONCORRÊNCIA, EMPREENDEDORISMO E AGREGAÇÃO NAS COMUNIDADES EMPRESARIAIS.

Autores

  • João Aguiar Instituto de Sociologia da Universidade do Porto

Palavras-chave:

Comunidade empresarial, Empreendedorismo, Capital social

Resumo

Nos debates teóricos, académicos e políticos sobre o capitalismo, sobressalta sempre a dimensão da instabilidade. Seja provocada por crises económicas e/ou tecnológicas, seja provocada por crises políticas e sociais, a instabilidade é uma condição sine qua non das sociedades capitalistas. Num quadro societal global tão volúvel terão de coexistir vários fatores que permitam manter a unidade dos seus fundamentos – o trabalho assalariado. Dentre vários fatores considerados, a dimensão simbólico-ideológica é uma das “respostas” comummente avançadas pelos cientistas sociais. Neste artigo, procurar-se-á inserir esta dimensão macro num contexto específico. A saber, o estudo da coesão social e organizacional dentro das empresas a partir das práticas e das representações dos trabalhadores sobre essas mesmas práticas. Nesse sentido, o artigo descreve o papel do capital social e das relações de interconhecimento parar criar uma realidade simultaneamente prática e simbólico-ideológica – a comunidade empresarial – agregadora de práticas classistas diferentes no seio de uma organização hierárquica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVES, Giovanni (2011) – Trabalho e subjetividade. São Paulo: Boitempo

ANGUITA, Antonio (2007) – As pessoas acompanham quem toma decisões com critério e valentia. In DORSCH, Manuel Márquez – Retratos de liderança. Porto: Ambar, p.87-98

ANTUNES, Ricardo (2008) – Desenhando a nova morfologia do trabalho: as múltiplas formas de degradação do trabalho. Revista Crítica de Ciências Sociais, 83, p.19-34

ARENA, Juan (2007) – O verdadeiro líder deve transformar permanentemente o negócio. DORSCH, Manuel Márquez – Retratos de liderança. Porto: Ambar, p.313-327

BANCO MUNDIAL (1999) – Poverty and Social Capital. New York: World Bank

BATISTA, Roberto Leme (2009) – A reestruturação produtiva e a ideologia das competências. In FIGARI, Claudia (org.) – La precarización del trabajo en América Latina: perspectivas del capitalismo global, Buenos Aires: Universidad de Buenos Aires, p.95-121

BERNARDO, João (2004) – Democracia Totalitária : Teoria e Prática da Empresa Soberana. Belo Horizonte: Livros Biblioteca Pública Independente

BERNARDO, João (2000) – Transnacionalização do capital e fragmentação dos trabalhadores. São Paulo: Boitempo

BOURDIEU, Pierre (1977) – Cultural reproduction and social reproduction, in –KARABEL, J. e HALSEY, A. H. – Power and ideology in education. New York : Oxford University Press.

BOURDIEU, Pierre; WACQUANT, Loic (1992) – An Invitation to Reflexive Sociology. Chicago: University of Chicago Press.

BRAVERMAN, Harry (1974) – Labor and monopoly capital: the degradation of work in the twentieth century. New York: Monthly Review Press

CARCHEDI, Guglielmo (1987) – Class analysis and social research. Oxford, Blackwell.

CARCHEDI, Guglielmo (1977) – On the economic identification of social classes. London, Routledge.

CARMO, Renato (2019) – Retratos da Precariedade. Lisboa: Tinta da China

CABIEDES, Rosario Martín (2007) – O líder tem de transpirar entusiasmo. In DORSCH, Manuel Márquez – Retratos de liderança. Porto: Ambar, p.255-266

CASTELLANO, José María (2007) – A verdadeira sabedoria consiste em ouvir e aprender. In DORSCH, Manuel Márquez – Retratos de liderança. Porto: Ambar, p.51-62

COLEMAN, James (1994) – Foundations of Social Theory. Cambridge MA : Belknap Press

COLEMAN, James (1990) – Equality and Achievement in Education. Boulder, Colorado: Westview Press.

COLEMAN, James (1988-89) – Social Capital in the Creation of Human Capital. American Journal of Sociology, vol. 94, p.95-120

COLEMAN, James (1987) – Norms as Social Capital, In RADNITZKY, George ; BERNHOLZ, Peter (org.) – Economic Imperialism: The Economic Method Applied Outside the Field of Economics. New York: Paragon House Publishers

DORSCH, Manuel Márquez (2007) – Princípios de liderança, In DORSCH, Manuel Márquez – Retratos de liderança. Porto: Ambar, p.343-364

DURKHEIM, Émile (2001) – As regras do método sociológico, 8ªed. Lisboa: Presença.

FIELD, John (2009) – Social capital. London: Routledge

FRIEDMAN, Thomas L. (2007) – The World is Flat: The Globalized World in the Twenty-first Century. London: Penguin

FUKUYAMA, Francis (1996) – Trust: the social virtues and the creation of prosperity. London: Penguin

HALPERN, David (2010) – Social Capital. Cambridge: Polity Press

HOOGHE, Marc (2003) – Voluntary Associations and Democratic Attitudes: Value Congruence as a Casual Mechanism. In HOOGHE, Marc; STOLLE, Dietlind (org.) – Generating Social Capital: Civil Society and Institutions in Comparative Perspective. New York: Palgrave MacMillan, p.89-111

HOOGHE, Marc; STOLLE, Dietlind (2003) – Introduction: Generating Social Capital. In HOOGHE, Marc; STOLLE, Dietlind (org.) – Generating Social Capital: Civil Society and Institutions in Comparative Perspective. New York: Palgrave MacMillan, p.1-18

JAMESON, Fredric (1983) – The Political Unconscious. London: Methuen and Company

LOJKINE, Jean (2002) – A revolução informacional. São Paulo: Cortez Editora.

LOPES, João Teixeira (2001) – Itinerário teórico em torno da produção dos fenómenos simbólicos. Sociologia, 11, p.27-78

MINTZBERG, Henry (2004) – Estrutura e Dinâmica das Organizações. 3ª edição. Lisboa: Publicações Dom Quixote

MUZYKA, Dan (2000) – Fostering the entrepreneurial spirit. In BIRLEY, Susan; MUZYKA, Dan – Mastering Entrepreneurship: your Single-Source Guide to Becoming a Master of Entrepreneurship. London: Financial Times & Prentice Hall, p.364-370

PUTNAM, Robert (2000) – Bowling alone: the collapse and revival of American community. New York: Simon and Schuster

PUTNAM, Robert (1996) – Who killed civic America?, Prospect, 7 (24), p.66-72

PUTNAM, Robert (1993) – Making Democracy Work: civic traditions in modern Italy. Princeton: Princeton University Press

STOLLE, Dietlind (2003) – The sources of social capital. In HOOGHE, Marc; STOLLE, Dietlind (org.) – Generating Social Capital: Civil Society and Institutions in Comparative Perspective. New York: Palgrave MacMillan, p.19-42

TENA, Félix (2007) – Tornámo-nos eficazes porque dotámos de alma o negócio. In DORSCH, Manuel Márquez – Retratos de liderança. Porto: Ambar, p.301-311

VANDERMERWE, Sandra (2000) – The boss as a force for change. In BIRLEY, Susan; MUZYKA, Dan – Mastering Entrepreneurship: your Single-Source Guide to Becoming a Master of Entrepreneurship. London: Financial Times & Prentice Hall, p.356-364

WHITELEY, P. (1997) – Economic growth and social capital. Sheffield: Political Economy Research Centre

Downloads

Publicado

2022-02-07

Como Citar

Aguiar, J. (2022). A ESTÉTICA DO PARADOXO. CONCORRÊNCIA, EMPREENDEDORISMO E AGREGAÇÃO NAS COMUNIDADES EMPRESARIAIS. Revista Cadernos De Ciências Sociais Da UFRPE, 1(18), 49–74. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/cadernosdecienciassociais/article/view/4768