SOBRE O CONCEITO DE (R)EXISTÊNCIAS DO SUL.

Autores

Palavras-chave:

Estudos pós-coloniais. , Geopolítica do conhecimento, Movimentos Sociais.

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir acerca do conceito de (r)existências resistentes proposto por Júlia Benzaquem, tendo como ponto de partida um texto publicado em 2014, no qual a socióloga defende as potencialidades das experiências de resistências do Sul(periferia global). Usando como referencial a teoria pós-colonial, pretendo pensá-lo como possibilidade de abarcar outras formas de luta não contempladas pelo conceito clássico de movimentos sociais. Dessa forma, o que se pretende nesse ensaio é dialogar com aSociologia das Ausências e das Emergências, conceito proposto por Boaventura de Sousa Santos e as Epistemologias do Sul. Os quais têm por intenção tornar o ausente presente, evitando o desperdício das experiências do outro lado da linha, que tornam-se invisíveis e incapazes de coexistir com o pensamento científico e a teoria hegemônica marcada por aquilo que ele nomeou pensamento abissal, que as transforma em inexistentes e as desacredita como alternativas possíveis para construção de outros sentidos para a realidade social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thiago Pessoa de Melo, UFRPE

Interessado em Ciências Sociais, principalmente antropologia e sociologia.

Referências

BALLESTRIN, Luciana. 2013. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 11. Brasília, pp. 89-117.

BARRETO, Francisco de Sá; BENZAQUEM, Júlia Figueredo. 2014. A mão dupla da rua: A ambivalência da “nova resistência” ou elementos para uma nova gramática da mobilização. Revistas Estudos de Sociologia. Recife: No prelo.

BENZAQUEM, Júlia Figueredo. 2013. O engajamento intelectual através do reconhecimento da geopolítica do saber. REALIS, v. 3, n. 02.

__________. 2014. Reflexões a respeito da ideia do conceito de (r)existências do Sul. Estudos de Sociologia, vol. 2, n 20.

COSTA, Sérgio. 2006. Dois Atlânticos: teoria social, anti-racismo e cosmopolitismo. Belo Horizonte: Editora UFMG.

__________. 2006a. Desprovincializando a sociologia – a contribuição pós-colonial. Revista Brasileira de Ciência Sociais, v. 21, n. 60, São Paulo, p. 117-183. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v21n60/29764.pdf . Acesso: 28 de nov. 2015.

__________. 2013. “(Re)Encontrando-se nas redes?” As ciências humanas e a nova geopolítica do conhecimento. Estudos de Sociologia, Rev. do Progr. de Pós-Graduação em Sociologia da UFPE. v. 16, n. 2, p. 25-43.

DUSSEL, Enrique. 2000. "Europa, modernidad y eurocentrismo". In LANDER, Edgardo (coord.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO.

ESCOBAR, Arthuro. 2003. "Mundos y conocimientos de outro modo: el programa de investigación modernidad/colonialidad latinoamericano". Tabula Rasa, n. 1, p. 58-86.

FLÓREZ, Juliana. 2007. Lectura no eurocéntrica de los movimientos sociales latinoamericanos – Las claves analíticas del proyecto modernidad/colonialidad. In CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (orgs.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar. p. 243 – 266.

LACLAU, Ernesto. Os novos movimentos sociais e a pluralidade do social. CEDLA, Latin American Studies, n° 29, organizado por David Slater.

LERMA, Betty Ruth Lozano. El feminismo no puede ser uno porque las mujeres somos diversas. Aportes a um feminismo negro decolonial desde la experiencia de las mujeres negras del Pacífico colombiano. La manzana de la discórdia. Julio-Diciembre, año 2010, vol. 5, n. 2:7-24. Disponível em: < http://manzanadiscordia.univalle.edu.co/volumenes/ articulos/Vol5N2/art1.pdf>. Acesso em 15/03/17.

MIGLIEVICH-RIBEIRO, Adélia e Lílian Lima Gonçalves dos Prazeres. 2015. A produção da subalternidade sob a ótica pós-colonial (e decolonial). Temáticas, Campinas, 23, (45/46): 25-52.

MIGNOLO, Walter. 2002. "The geopolitics of knowledge and the colonial difference". The South Atlantic Quarterly, v. 101, n. 1, p. 57-95.

__________. 2003. “Un paradigma otro”: colonialidad global, pensamiento fronterizo y cosmopolitismo crítico”. In MIGNOLO, Walter. Historias locales-diseños globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Akal. p. 19-60.

QUIJANO, Aníbal. 1992. Colonialidad y modernidaded/colonialidad. Peru Ingíg. 13(29): 11-20.

__________. 2005. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas Perspectivas latino-americanas. CLACSO, Consejo Latino Americano de Ciencias Sociales, Buenos Aires, p. 117-142.

SAID, Edward. [1978]. Orienstalismo: O Oriente como invenção do Ocidente. Tradução Rosaura Eichenberg. – São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (orgs.) 2013. Epistemologias do Sul [livro eletrônico]. São Paulo: Cortez.

SANTOS, Boaventura de Sousa. 2002. Para uma sociologia das ausências e das emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais, 63, 237-280.

______. 2006. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez.

__________. 2007. Para além do Pensamento Abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Crítica de Ciências Socias, 78. In<http://www.ces.uc.pt/bss/documentos/Para_alem_do_pensamento_abissal_RCCS78.PDF>. Acessado em: dezembro de 2016.

Downloads

Publicado

2021-12-08

Como Citar

de Melo, T. P. (2021). SOBRE O CONCEITO DE (R)EXISTÊNCIAS DO SUL. Revista Caboré, 1(4), 27–39. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/revistacabore/article/view/3421