PRODUTIVIDADE VOLUMÉTICA DE CLONES DE Eucalyptus spp . NO POLO GESSEIRO DO ARARIPE, PERNAMBUCO
Palavras-chave:
Análise de medidas repetidas, Idade técnica de rotação, VolumeResumo
A vegetação nativa da Região do Polo Gesseiro do Araripe se encontrabastante degradada devido à intensa utilização dos recursos florestais daCaatinga como fonte energética pelas indústrias do gesso. Como o crescimentoda vegetação da região transformado em oferta de lenha é inferior à demandadessas indústrias a continuidade da exploração dos recursos florestais podelevar a sérios problemas ambientais. Assim sendo, estudos com florestas derápido crescimento com destaque para plantios com clones de Eucalyptusspp. constituem uma alternativa para suprir a demanda energética da região.Objetivou-se neste trabalho, comparar a produtividade dos clones de Eucalyptusspp. utilizando a análise multivariada de medidas repetidas ao longo do tempo;determinar a idade de rotação técnica e indicar quais entre os clones são osmais promissores para suprir as necessidades energéticas da região. O estudofoi conduzido na Estação Experimental do Araripe, no Instituto Agronômicode Pernambuco (IPA), onde foram testados 15 clones, híbridos de eucaliptos,plantados no espaçamento foi de 3m x 2m, com quatro repetições. Forammensuradas as circunferências a altura do peito (CAP) e as alturas totais (Ht)dos clones, a partir de 12 meses, e assim, sucessivamente, até os 90 mesesquando o experimento foi cortado e as árvores cubadas. Pelo teste de Scott-Knott, o clone C39 E. urophylla (cruzamento natural) apresentou os melhoresrendimentos volumétricos. A idade de rotação técnica (IRT) com base nosdados de incrementos volumétricos foi de sete anos. A alta produtividadealiada ao menor tempo de rotação do Eucalyptus spp. em relação à vegetação nativa faz desse gênero um grande potencial para ser usado como oferta para fins energéticos, o que ajudaria a minimizar o processo de devastação da vegetação nativa na região, pois um hectare de eucaliptos corresponde a aproximadamente seis hectares da vegetação nativa em plano da manejo florestal sustentável (PMFS).Downloads
Referências
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