Estampa chita e cesura

linguagem não-verbal e suas diversas interfaces comunicacionais

Autores

  • Emanuela Francisca Ferreira Silva Universidade do Vale do Rio Verde, UNINCOR

Palavras-chave:

Estampa chita, Cesura, Linguagem não-verbal

Resumo

Pela vestimenta é possível apreender fatos de uma época, bem como perceber na linguagem não-verbal que o trajar tem aspectos culturais e sócio-cognitivos de determinado espaço-tempo. Utilizando a estampa chita como linguagem não-verbal presente no cotidiano brasileiro, pretende-se enveredar pelo século XIX, no relato das impressões de viagem de Elizabeth Agassiz, na expedição Thayer, e nos registros de Gilberto Freyre, tentando encontrar novo passado percebido através do re-olhar que a chita provoca. Continuando por esse percurso, far-se-á análise da estampa chita presente nas saias do Boi-Bumbá, nos vestidos do estilista Ronaldo Fraga e nos motivos de decoração do designer Marcelo Rosenbaum, no século XX. Aproveitando os estudos de Walter Benjamin sobre literatura e história, tentar-se-á afirmar que a estampa chita possui a função de cesura, sendo capaz de trazer para o presente novo passado através do processo de rememoração nos séculos XIX e XX. Entendendo cesura no sentido benjaminiano – corte, ruptura, no tempo contínuo – poder-se-ão perceber as diversas interfaces comunicacionais que a linguagem não-verbal possui e o processo pelo qual o vestir torna-se importante objeto para os estudos da linguagem.

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Biografia do Autor

Emanuela Francisca Ferreira Silva, Universidade do Vale do Rio Verde, UNINCOR

Mestranda em Letras – Análise, Cultura e Discurso – pela UNINCOR - Universidade do Vale do Rio Verde, Campus Três Corações - MG.

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Publicado

2021-07-26

Como Citar

Silva, E. F. F. (2021). Estampa chita e cesura: linguagem não-verbal e suas diversas interfaces comunicacionais. Encontros De Vista, 5(1), 3–15. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/encontrosdevista/article/view/4404

Edição

Seção

Artigos