Qualidade sanitária de sementes crioulas de feijão no agreste de Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.52719/bjas.v3i1.3941Keywords:
Agroecologia, Análise sanitária, Sementes crioulas, Vigna unguiculataAbstract
As sementes crioulas são definidas como sementes de variedade local ou tradicional, conservadas, selecionadas e manejadas por agricultores familiares, quilombolas, indígenas e outros povos tradicionais. Essas sementes são importantes para a biodiversidade local, como material genético adaptado às condições locais, além do seu valor social, cultural e econômico. Além disso, a qualidade dessas sementes é fundamental para manter a produtividade e conservação desse germoplasma. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade sanitária de sementes crioulas de feijão de corda na região do agreste pernambucano. A análise da sanidade de sementes crioulas de 3 variedades de feijão de corda, foi realizada por meio de blotter test. As sementes foram incubadas em câmara de germinação (BOD) a 25 C°, por um período de 8 dias. Após esse período, as amostras foram analisadas em lupa/ microscópio óptico e os patógenos presentes identificados em nível de gênero. Os resultados mostraram que todas as sementes analisadas estavam com algum grau de infestação por patógenos, principalmente por fungos. Os patógenos mais frequentes encontrados foram os pertencentes aos gêneros Aspergillus, Rhizoctonia, Botrytis, Fusarium e Alternaria. A infestação de fungos de armazenamento sugere que essas sementes podem estar acondicionadas de forma inadequada. Outros patógenos encontrados no solo também causaram influência na sanidade dessas sementes. Ressaltamos que apesar dos eventos de troca de sementes crioulas serem importantes na divulgação e na manutenção desse patrimônio genético, análises prévias da qualidade sanitária das sementes são fundamentais para controlar a disseminação de possíveis patógenos, garantindo a conservação desse patrimônio genético.Downloads
References
Barrocas, E. N., & Machado, J. C. (2010). Inovações tecnológicas em patologia de sementes: Introdução a patologia de sementes e testes convencionais de sanidade de sementes para a detecção de fungos fitopatogênicos. Informativo ABRATES, Lavras - MG, 20(3), 74-75.
Batista, J. F., Santos, L. A. O., Andrade, H. M. L. S., & Andrade, L. P. (2018). Bancos de sementes como instrumento de conservação da sociobiodiversidade. Cadernos da Agroecologia, 13(1). Recuperado em 09 de setembro de 2020, de http://cadernos.aba-agroecologia.org.br/index.php/cadernos/article/view/861
Brasil. (2003). Lei de Sementes. Lei n. 10711 de 05 de agosto de 2003. Recuperado em 10 de setembro de 2020, de http:www.planalto.gov.br/ccivll_03/leis/2003/L.10.711.htm
Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2009). Regras para análise de sementes. Brasília, DF: Mapa/ACS. Recuperado em 10 de setembro de 2020, de http://www.agricultura.gov.br/assuntos/laboratorios/arquivos-publicacoeslaboratorio/regras-para-analise-de-sementes.pdf/view
Caldas, E. D., Silva, S. C., & Oliveira, J. N. (2002). Aflatoxinas e ocratoxina a em alimentos e riscos para a saúde humana. Revista de Saúde Pública, 36(3), 319-323.
Catão, R. M. et al. (2010). Qualidade física, fisiológica e sanitária de sementes de milho crioulo produzidas no norte de Minas Gerais. Ciência Rural, 40(10), 2060-2066.
Choudury, M. M. (1979). Importância da patologia de sementes na produção de feijão. Brasília, DF: Informe Técnico Embrapa Semiárido.
Constant, K. K. et al. (2016). Evolution of aflatoxins levels during storage of Cowpeas (Vigna unguiculata L Walp) Bagged pics containing Lippia multiflora moldenke leaves and ivorian exposure risk. International Journal of Science and Research, 5(7), 678-691.
Costa, M. L. N. et al. (2003). Inoculação de Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli em sementes de feijoeiro através de restrição hídrica. Ciência e Agrotecnologia, 27(5), 1023-1030.
Crop Protection Compendium. (2009). Wallingfort: CAB International. Recuperado em 10 de agosto de 2020, de https://www.cabi.org/cpc
Dhingra, O. D. (1985). Prejuízos causados por microrganismos durante o armazenamento de sementes. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, 7(1), 139-145.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (2004). Pesquisa e desenvolvimento em agricultura familiar na embrapa arroz e feijão (16 p.). Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão. Recuperado em 09 de setembro, 2020, de https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/213618/pesquisa-e-desenvolvimento-em-agricultura-familiar-na-embrapa-arroz-e-feijao
Gomez, E., Piolli, R., & Conti, M. (2007). Fungal abundance and distribuitions by clearing and lan use in a vertic soil os Argentina. Biology and fertility of soils, Berlin, 43(3), 373-377.
Ikram, N., & Dawar, S. (2013). Effect of Prosopis juliflora (Sw.) DC. in the control of root rot fungi of cowpea (Vigna unguiculata L. Walp.) and mung bean (Vigna radiata L. Wilczek). Pakistan Journal of Botany, 45(2), 649-654.
Jantara, A. E. & Almeida, P. (2009). Sementes Crioulas: Caminho para Transição Agrocoelógica. Revista Brasileira de Agroecologia, (4), 2.
Leite, N. G. A. (2017). Caracterização protéica do estresse salino em feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.]. Tese (Ciências Biológicas), Universidade Federal de Pernambuco. Recife, p. 20.
Lima, E. N. (2017). Análise fisiológica, bioquímica e proteômica de respostas ao estresse hidrico em genótipos de feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.]. Tese (Agronomia/Fitotecnia), Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, p. 19.
Lins, R. C. (1989). Áreas de exceção do Agreste Pernambucano (Estudos Regionais, 20). Recife: SUDENE/PSU/SER.
Machado, J. C. (2000). Patologia de sementes: significado e atribuições. In N. M. CARVALHO, & J. NAKAGAWA (Eds.). Sementes: ciência, tecnologia e produção (4a ed. p. 522-588). Jaboticabal: FUNEP.
Mallman, C. A., & Dilkin, P. (2007). Micotoxinas e micotoxicoses em suínos. Santa Maria: Edição do Autor.
Martins, A. N. P. et al. (2016). Conteúdo de macronutrientes em cultivares de feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.]. Anais do Congresso Nacional de Feijão-Caupi, Brasil, 4.
Neegard, P. (1977). Seed pathology (1187 p., vol. 1). London: The Macmillan Press Ltd.
Ogungbemile, O. A., Etaware, P. M., & Odebode, A. C. (2020). Aflatoxin Detection and Quantification in Stored Cowpea Seeds in Ibadan, Nigeria. Journal of Biotechnology and Biomedicine, 3(1), 10-17.
Petersen, P. (2013). As sementes das espécies cultivadas são portadoras de mensagens genéticas e de mensagens culturais. Revista Agricultura, 10 (1), 36-45.
Puzzi, D. (2000). Abastecimento e Armazenagem de Grãos (666 p.). Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola.
Rodrigues, C. S. P. et al. (2016). Criação de banco de sementes crioulas para valorização da biodiversidade e garantia da segurança alimentar das comunidades rurais do Velho Chico Rodrigues. Cadernos Macambira, Serrinha, (1), 57-61.
Santos, M. S. (2017). Sementes crioulas: Sustentabilidade no semiárido paraibano. Agrarian Academy, Goiânia, 4(7), 403.
Silva, I. L. et al. (2009). Banco de sementes comunitário Chico Mendes: o resgate da biodiversidade em propriedades familiares vinculadas ao Projeto Esperança/Cooesperança. Cadernos de Agroecologia, 4(2). Recuperado de http://revistas.aba-agroecologia.org.br/index.php/cad/article/view/4539.
Silva, J. F. et al. (2013). Plant extracts for the control the bean weevil Zabrotes subfaciatus (Boheman 1833) (Coleoptera: Bruchidae). Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável 8(3), 1-5.
Silva, T. P. et al. (2017). Sanidade de sementes de feijão-caupi produzidas no cerrado de Roraima em experimento de inoculação de estirpes fixadoras de nitrogênio. Anais Congresso Brasileiro de Agronomia, Fortaleza, CE, Brasil, 30.
Simionato, E. M. R. S, Astray, R. M, & Sylos, C. M. (2003). Ocorrência de ocratoxina A e aflatoxinas em arroz. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 62(2), 123-130.
Siquieroli, A. C. S., Martins, M. P. do C., Pena, D. M. P., & Silva, A. de A.(2020, maio). Sementes crioulas. Revista em Extensão, Uberlândia, edição especial, 12-22.
Snyder, W. C., & Hansen, H. N. (1941). The species concept in Fusarium with reference to section Martiella. American Journal of Botany, 738-742.
Torres, S. B., & Bringel, J. M. M. (2005). Avaliação da qualidade sanitária e fisiológica de sementes de feijão macassar. Caatinga 18(2), 88-92.
Wendland, A., Moreira, A. S., Bianchini, A., Giampson, J. S., Giampan, J. S., & Lobo Jr., M. (2016). Doenças do Feijoeiro. In L. Amorim, J. A. M. Rezende, A. Bergamin Filho, & A. Camargo (Eds). Manual de fitopatologia: doenças de plantas cultivadas (5a ed. p. 383-396, vol 2).
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2021 Brazilian Journal of Agroecology and Sustainability
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
