Reuso hidroagrícola: uma solução para convivência com a escassez hídrica no Sertão e Agreste pernambucano
DOI:
https://doi.org/10.24221/jeap.5.2.2020.2841.140-150Palavras-chave:
sustentabilidade, segurança hídrica, impacto social.Resumo
A escassez de água no semiárido pernambucano, associada à necessidade de produção agrícola contribuem para uso de efluentes domésticos tratados para fins hidroagrícolas. No entanto, para intensificação do reuso de água são necessárias ações de gestão participativa, principalmente aos jovens do meio rural, incentivando a permanência no campo. O estudo objetiva avaliar a viabilidade de cultivos agrícola com o reuso de efluente doméstico tratado, associado a práticas de conservação de água e solo, no semiárido. Desta forma, este estudo apresenta resultados de produção de milho, girassol e sorgo irrigado com esgoto doméstico tratado, com participação de agricultores rurais e jovens locais. O estudo foi desenvolvido na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) localizada no Distrito de Mutuca, Pesqueira-PE. O plantio do milho (Zea mays L.), realizado em 2016, e do girassol (Helianthus annuus L.), em 2017, foram realizados em duas parcelas experimentais, uma sem e outra com lodo de esgoto (LE), e o sorgo (Sorghum sudanense (Piper) Stapf) foi cultivado em 2019, com e sem cobertura morta (CM) (capim natural). O monitoramento agrometeorológico foi realizado de forma participativa com moradores e alunos de escola da comunidade local. Constatou-se que a altura das plantas, o diâmetro do caule e o número de folhas foram superiores nos tratamentos em que foram adicionados LE no girassol, e no diâmetro do colmo para o milho e sorgo. As aplicações de LE e CM promoveram incremento da umidade do solo. Através da gestão participativa, ações voltadas à intensificação do uso de efluentes domésticos e lodo de esgoto para fins hidroagrícolas devem ser incentivadas, promovendo a produção de alimentos e aumento de renda aos produtores agrícolas.Downloads
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