Reconstrução da paleoprodutividade e sua relação com as contribuições continentais no estuário de Macuse, Centro de Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.24221/jeap.7.01.2022.3627.001-008Palavras-chave:
Reconstrução da paleoprodutividade, contribuição continental, elementos biogeoquímicos, granulometria de sedimentoResumo
A reconstrução da paleoprodutividade permite a compreensão da vida marinha e dos processos associados na escala de tempo geológico. O estuário de Macuse é um ambiente com alta reactividade biogeoquímica e particularmente sensível a variações climáticas locais, regionais e globais. O estudo objetivou reconstruir a paleoprodutividade e estabelecer sua relação com as contribuições continentais no estuário de Macuse. Foi realizada uma análise de nove amostras de sedimentos correspondentes a um testemunhador de 90 cm de profundidade, com uma subamostragem de 10 cm. Foi necessário pesar 20 g de sedimento seco e inserir no espectrômetro de fluorescência de raios X por dispersão de energia EDX-7000 para a análise quantitativa dos elementos Al, Fe, Ti, Si, K e Ca. As estimativas de paleoprodutividade foram baseadas nas relações Si/Ti, Ca/Ti e K/Ti e as contribuições continentais foram Al/Ca, Ti/Ca e Fe/Ca. Os indicadores de paleoprodutividade apresentam perfis caracterizados por altos valores nas profundidades de 10 cm, 70 cm e 90 cm; para a contribuição continental, os perfis foram caracterizados por valores baixos, nas profundidades de 70 cm a 90 cm, e altos valores aos 50 cm. Os eventos de alta produtividade no estuário de Macuse coincidiram com uma baixa contribuição continental, sugerindo que a paleoprodutividade não foi estimulada pela contribuição continental. Contudo, essa relação pode não ser confiável, uma vez que a correlação entre a contribuição continental e a granulometria de sedimento mostrou que a concentração dos indicadores de contribuição continental é controlada pela granulometria do sedimento.Downloads
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