Avaliação da capacidade de infiltração do solo em uma área piloto do bairro Lagoinha no município de Porto Velho/RO
DOI:
https://doi.org/10.24221/jeap.9.2.2024.5695.088-097Palavras-chave:
Alagações, Textura do solo, Drenagem natural deficienteResumo
Na região amazônica os fenômenos naturais, tais como os alagamentos, são frequentes durante o período chuvoso. No município de Porto Velho – Rondônia, esses eventos têm causado impactos à população, principalmente à parcela mais vulnerável, que devido à inexistência de uma política habitacional fundamentada em princípios socioambientais, acaba ocupando espaços da cidade com relevos naturalmente rebaixados, propensos aos alagamentos. Esse estudo avaliou a capacidade de infiltração do solo em uma área piloto do Bairro Lagoinha no município de Porto Velho. Para isso foram realizadas coletas de solos em diferentes locais para determinação da granulometria através do método do densímetro e das classes texturais, por meio do triângulo de classes texturais, e realizados ensaios de Capacidade de Infiltração pelo método do Infiltrômetro de Cilindro Único (ICU). Os resultados obtidos mostraram que a infiltração no local é deficiente, pois os valores variaram de 0,05 mm.h-1 a 56,19 mm.h-1, sendo que 14 dos 18 pontos estudados obtiveram valores de taxa de infiltração média baixa (< 5 mm.h-1), e o solo da área foi classificado texturalmente como muito argiloso, com uma composição média de 612,00 g.kg-1 (61,20%) de argila, 230,00 g.kg-1 (23,03%) de silte e 158,00 g.kg-1 (15,77%) de areia. Dessa forma, os parâmetros obtidos nos ensaios indicaram que a área piloto apresenta características de solos com argilas pesadas, muito impermeáveis, evidenciando uma capacidade de drenagem natural deficiente, agravada pela ocupação e urbanização da área.Downloads
Referências
Brito, P. A.; Medeiros, H. S.; Souza, M. P.; Matos, G. B. C. 2021. Institucionalização e participação social no plano diretor urbanístico de uma capital amazônica, Porto Velho, Rondônia, Brasil. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, 27, 1-19. https://doi.org/10.12660/cgpc.v27n88.83315
Barreto Neto, A. A.; Souza Filho, C. R. 2003. Modelagem dinâmica de escoamento superficial. Anais XI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Belo Horizonte, MG, Brasil, INPE. pp. 2427-2434.
Bernardo, S.; Soares, A. A.; Mantovani, E. C. 2006. Manual de irrigação. UFV, 8a ed. 625p.
Beutler, A. N.; Centurion, J. F.; Souza, Z. M.; Andrioli, I.; Roque, C. G. 2002. Retenção de água em dois tipos de Latossolos sob diferentes usos, Jaboticabal, São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 26, 829-834. https://doi.org/10.1590/S0100-06832002000300029
Camargo, O. A.; Moniz, A. C.; Jorge, J. A.; Valadares, J. M. A. S. 2009. Métodos de Análise Química, Mineralógica e Física de Solos do Instituto Agronômico de Campinas. Boletim Técnico Instituto Agronômico, 106. 77p. Disponível em: http://www.iac.sp.gov.br/produtoseservicos/analisedosolo/docs/Boletim_Tecnico_106_rev_atual_2009.pdf. Acesso em: 8 de março de 2021.
Campos, I. M. 2013. Conheça os três tipos principais de solo: areia, silte e argila. IBDA - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Construção Civil. Fórum da construção. Disponível em: http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=9&Cod=59. Acesso em: 2 de dezembro de 2020.
Castro, R. M. S. 2020. Sistema Solo-Planta-Atmosfera (SSPA). Apostila, Belém - PA, pp. 1-41. Disponível em: https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/416233/mod_resource/content/1/SISTEMA%20SOLO%20PLANTA%20ATMOSFERA%20SSPA-ROSECELIA%20CASTRO%20%281%29.pdf. Acesso em: 12 de fevereiro de 2021.
Chaves, H. L. O.; Costa, M. E. L.; Koide, S.; Almeida, T. de; Cicerelli, R. E. 2021. Mapeamento de suscetibilidade à inundação utilizando o método da razão de frequência aplicado à bacia do riacho fundo - Distrito Federal. Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais. 9, 148-66. https://doi.org/10.9771/gesta.v9i1.42739
Corrêa, J. C. 1985. Características físicas de um latossolo amarelo muito argiloso (Typic Acrorthox) do estado do Amazonas, sob diferentes métodos de preparo do solo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 20, 1381-1387.
EMBRAPA (CNPS). 2006. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. Rio de Janeiro. 314p.
EMBRAPA. 2011. Manual de métodos de análise de solos. 2. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos. 230p. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Manual+de+Metodos_000fzvhotqk02wx5ok0q43a0ram31wtr.pdf. Acesso em: 20 de abril de 2018.
Souza Filho P. W. M. E.; Quadros, M. L. E. S.; Scandolara J. E.; Silva Filho, E. P.; Reis, M. R. 1999. Compartimentação morfoestrutural e neotectônica do sistema fluvial Guaporé-Mamoré-Alto Madeira, Rondônia, Brasil. Revista Brasileira de Geociências, 29, 469-476.
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia. 2019. Precipitação Total Anual. Disponível em: https://clima.inmet.gov.br/progp/0. Acesso em: 29 de novembro de 2019.
Ker, J. C.; Curi, N.; Schaefer, C. E. G. R.; Vidal-Torrado, P. 2012. Pedologia: fundamentos. Primeira Edição. 343p.
Klein, V. A.; Baseggio, M.; Madalosso, T.; Marcolin, C. D. 2010. Textura do solo e a estimativa do teor de água no ponto de murcha permanente com psicrômetro. Ciência Rural, 40, 1550-1556. https://doi.org/10.1590/S0103-84782010005000110
Ladeira, J. E. R. 2007. Avaliação de segurança em barragem de terra, sob o cenário de erosão tubular: o caso UHE-São Simão. Dissertação de Mestrado, Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. 210p.
_______. 2008. Lei Complementar 311/08 Plano Diretor. Porto Velho. Disponível em: https://sempog.portovelho.ro.gov.br/uploads/arquivos/2021/09/23982/16311192847-1521121025lei-comp-311-plano-diretor.pdf. Acesso em: 5 de fevereiro de 2022.
_______. 2008. Lei Complementar 311/08 Plano Diretor: Anexo Único. Porto Velho. Disponível em: https://sempog.portovelho.ro.gov.br/uploads/arquivos/2021/09/23982/16311192366-1630418760plano-diretor.pdf. Acesso em: 5 de fevereiro de 2022.
Lepsch, I. F. 2010. Formação e conservação do solo. Oficina de Textos, 2a Ed. 216p.
Mancuso, M. A.; Flores, B. A.; Rosa, G. M.; Schroeder J. K.; Pretto P. R. P. 2014. Características da taxa de infiltração e densidade do solo em distintos tipos de cobertura de solo em zona urbana. Revista Monografias Ambientais, 14, 2890-2998. http://dx.doi.org/10.5902/2236130810932
Nery, A. R.; Rodrigues, L. N.; Sousa, A. G.; Santos, F. F. C.; Nere, D. E. R. 2017. Infiltração da água nos solos cultivados com palma forrageira e pastagem no IFCE campus Crato. Acta Kariri Pesquisa e Desenvolvimento, 2, 56-61.
Pott, C. A.; Maria, I. C. 2003. Comparação de métodos de campo para determinação da velocidade de infiltração básica. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 27, 19-27. https://doi.org/10.1590/S0100-06832003000100003
Palácio, O. D.; Oliveira, C. W.; Meireles, A. C. M.; Júnior, T. G. S. 2021. Análise da susceptibilidade a alagamento em Juazeiro do Norte, Ceará. Revista Brasileira de Geografia Física, 14, 2204-2219. https://doi.org/10.26848/rbgf.v14.4.p2204-2219
Ren, X.; Hong, N.; Li, L.; Kang, J.; Li J. 2020. Effect of infiltration rate changes in urban soils on stormwater runoff process. Geoderma, 363, 114158. https://doi.org/10.1016/j.geoderma.2019.114158
Rondônia. Governo do Estado de Rondônia. 2000. Diagnóstico Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia, Zoneamento Socioeconômico-Ecológico de Rondônia-ZSEE-RO. Porto Velho: v. 1-16.
Rondônia. SIAGEO Amazônia. 2009. Zoneamento Socioeconômico-Ecológico de Rondônia. Disponível em: http://www.amazonia.cnptia.embrapa.br/publicacoes_estados/Rondonia/ZEE_Rondonia.pdf. Acesso em: 20 de novembro de 2020.
Roose, E.; Blancaneaux, P.; Freitas, P. L. D. 1993. Un simple test de terrain pour évaluer la capacité d'infiltration et le comportement hydrodynamique des horizons pédologiques superficiels: méthode et exemples. Cahiers Orstom, Série Pédologie (Spécial érosion: réhabilitation des sols), XXVIII, 2, 413-419.
Santos, A. R. D. 2012. Enchentes e Deslizamentos: causas e soluções. Pini. 128p.
Santos, C. L. D. 2016. Análise da suscetibilidade a ocorrência de enchentes e inundações na bacia do rio Jaguaribe, João Pessoa/PB. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco. Recife, Pernambuco, Brasil. 109p.
Santos, L. S.; Silva Junior, O. M.; Rocha, M. A. N. 2020. Mapa de múltiplas ameaças: um sobreaviso a população amazônica. In: Silva Júnior et al., (org.). Redução de risco de desastres e a resiliência no meio rural e urbano [recurso eletrônico]. 2a ed. São Paulo: CPS, pp. 626-641.
Santos, S. L. M.; Silva Filho, E. P.; Herrera, I. L. I. E. 2019. Áreas de inundação da bacia do Igarapé Belmont na cidade de Porto Velho, Rondônia, Brasil. Brazilian Journal of Development, 5, 23377-23398. https://doi.org/10.34117/bjdv5n11-057
Tucci, C. E. M. 2005. Gestão de Águas Pluviais Urbanas. Ministério das Cidades, Global Water Partnership, World Bank, Unesco. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/285/o/Gest%C3%A3o_de_Aguas_Pluviais__.PDF?1370615799. Acesso em: 5 de fevereiro de 2022.
Tucci, E. M. C. 2013. Hidrologia: Ciência e Aplicação. ABRH, Quarta Edição. 944p.
Vilaça, I. L. V.; Costa, F. R. 2022. Caracterização das áreas de alagamentos na cidade de Pau dos Ferros, RN. Revista Sociedade e Território, 34, 83-101. https://doi.org/10.21680/2177-8396.2022v34n2ID27314
Xie, C.; Cai, S.; Yu, B.; Yan, L.; Liang, S.; Che, S. 2020. The effects of tree root density on water infiltration in urban soil based on a Ground Penetrating Radar in Shanghai, China. Urban Forestry & Urban Greening, 50, 126648. https://doi.org/10.1016/j.ufug.2020.126648
Yang, J. L.; Zang, G. L. 2011. Water infiltration in urban soils and its effects on the quantity and quality of runoff. Journal of Soils and Sediments, 11, 751-761. https://doi.org/10.1007/s11368-011-0356-1
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Denis Lopes de Brito, Eliomar Pereira da Silva Filho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Material protegido por direitos autorais e plágio. No caso de material com direitos autorais ser reproduzido no manuscrito, a atribuição integral deve ser informada no texto; um documento comprobatório de autorização deve ser enviado para a Comissão Editorial como documento suplementar. É da responsabilidade dos autores, não do JEAP ou dos editores ou revisores, informar, no artigo, a autoria de textos, dados, figuras, imagens e/ou mapas publicados anteriormente em outro lugar. Se existir alguma suspeita sobre a originalidade do material, a Comissão Editorial pode verificar o manuscrito por plágio. Nos casos em que trechos já publicados em outro documento for confirmado, o manuscrito será devolvido sem revisão adicional e sem a possibilidade de nova submissão. Autoplágio (ou seja, o uso de frases idênticas de documentos publicados anteriormente pelo mesmo autor) também não é aceitável.
Direitos autorais: Autor
Material protected by copyright and plagiarism rights. In the case of copyrighted material being reproduced in a manuscript, full attribution should be informed in the text; an authorization document is proving to be sent to the Editorial Board as a supplementary document. It is the responsibility of the authors, not JEAP or editors or reviewers, to inform, in the article, the authors of texts, data, graphics, images and maps previously published elsewhere. If there is any suspicion about the originality of the material, the Editorial Board can check the manuscript for plagiarism. Where plagiarism is confirmed, the document will be returned without further review and the possibility of a new submission. Self-plagiarism (i.e., the use of the same phrases previously published documents by any of the authors) is not acceptable.
Copyright: Author
