Detecção de fitoplâncton através do Índice de Área Foliar (IAF) e drone em um reservatório do semiárido

Autores

  • Tayran Oliveira dos Santos Universidade Federal de Pernambuco
  • Nara Tôrres Silveira Universidade Federal de Pernambuco
  • Igor Maciel Tibúrcio Universidade Federal de Pernambuco
  • Josiclêda Domiciano Galvíncio Universidade Federal de Pernambuco
  • Rejane Magalhães de Mendonça Pimentel Universidade Federal Rural de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.8.3.2023.5876.204-211

Palavras-chave:

Monitoramento ambiental, sensoriamento remoto, ADIVA, SUPer

Resumo

O monitoramento ambiental é uma ferramenta indispensável para o gerenciamento dos recursos hídricos, especialmente em regiões que estão sob escassez hídrica, como no nordeste brasileiro. O estado de Pernambuco é considerado o menor em disponibilidade hídrica, reforçando a necessidade do acompanhamento destes ambientes para a formulação de políticas públicas. No estado, pesquisas estão sendo desenvolvidas visando a aplicação das geotecnologias para a avaliação dos corpos hídricos. Deste modo, o estudo objetivou a aplicação do Índice de Área Foliar (IAF) para a detecção de fitoplâncton no reservatório Mangueira, no semiárido pernambucano. Os voos foram realizados no canal de entrada e vertedouro do reservatório, no mesmo dia, com a mesma altitude de 120 m, com aproximadamente 19 min de duração. Os ortomosaicos foram gerados e, posteriormente, aplicado o IAF utilizando o programa ADIVA (Análise de Índice de Vegetação e Água). Na análise do balanço hídrico da área do reservatório, utilizou-se o SUPer (Sistema de Unidades de Respostas Hidrológicas para Pernambuco), além de dados climatológicos da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). Os valores de IAF para a comunidade fitoplanctônica do reservatório Mangueira variou entre 2,1 a 4,2, configurando-se uma metodologia alternativa para o monitoramento dos corpos hídricos e das condições ambientais. Pode-se perceber que a aplicação do IAF em corpos hídricos é capaz de identificar a presença da comunidade fitoplanctônica em reservatório. 

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Biografia do Autor

Nara Tôrres Silveira, Universidade Federal de Pernambuco

Doutoranda e Mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de Pernambuco (PRODEMAUFPE). Membro do grupo de pesquisa em Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento (SERGEOUFPE). Especialista em Gestão e Educação Ambiental pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi). Bacharela em Engenharia de Pesca pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Técnica em Biocombustíveis pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFBA). Possui experiência na área de Recursos Hídricos e Limnologia, Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, com ênfase em avaliação da qualidade da água, geotecnologias aplicadas à recursos hídricos e detecção de áreas irrigadas, modelagem hidrológica no semiárido.

Igor Maciel Tibúrcio, Universidade Federal de Pernambuco

Graduando em Geografia - licenciatura pela Universidade Federal de Pernambuco, membro do grupo de pesquisa SERGEO -Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, membro do projeto de extensão Educomunicação Socioambiental: tecnologias e aprendizagens para Educação Ambiental e Ensino de Geografia e áreas afins . Áreas de interesse: Mudanças Climáticas, Geotecnologias, Meio-Ambiente, Educação Ambiental.

Josiclêda Domiciano Galvíncio, Universidade Federal de Pernambuco

Possui Graduação em Licenciatura Plena de Matemática pela Universidade Estadual da Paraíba (1996), Especializacao em Matematica Aplicada pela Universidade Federal da Paraiba (1997), Especializacao em Estatistica Aplicada a Meteorologia e Climatologia pela Universidade Federal da Paraiba (1998), Mestrado em Meteorologia pela Universidade Federal da Paraíba (2000) e Doutorado em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande (2005). Foi pesquisadora bolsista de Desenvolvimento Regional, financiado pela FACEPE, na EMBRAPA Semiar5ido (2005). Em 2012 realizou Missão de Trabalho nos Estados Unidos, Texas A & M University, Prjojeto de Coperacao Internacional entre a Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco e a Texas A & M University. Coordenou e coordena diversos projetos financiados pelo CNPq, CAPES, FACEPE e Ministerio das Cidades. Entre agosto de 2013 a julho de 2014 realizou seu pos-doutorado nos Estados Unidos, na Texas A & M University, Department of Ecosystem Science, Spatial Science Laboratory, in forest monitoring with LIDAR. Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal de Pernambuco, Membro Permanente do Curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Mestrado), Membro permanente do Programa de Associacao em Rede em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Doutorado). Professor colaborador do Programa de Pos-graduacao em Tecnolgia Ambiental, mestrado profissionalizate, do ITEP. Professor permanente do Programa de Pós-graduação Mestrado Profissional em Ciências Ambientais.

Rejane Magalhães de Mendonça Pimentel, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Mestrado e Doutorado em Botânica na Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE e Pós-Doutorado na School of Environmental Sciences, University of Guelph, Canadá. Professora Titular da UFRPE, Líder do Grupo de Pesquisa Fitomorfologia Funcional e Interações Antrópicas-FITANTROP, Coordenadora do Laboratório de Fitomorfologia Funcional - LAFF da Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE. Membro Permanente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Pernambuco (PRODEMA-UFPE), Mestrado e Doutorado. Linhas de Pesquisa em Ecologia Vegetal, Fitomorfologia Funcional, Anatomia Vegetal Ecológica, Ecologia de Ecossistemas e Tipos e Grupos Funcionais Vegetais aplicadas aos biomas Caatinga, Restinga e Mata Atlântica. Criadora e Editora Chefe do Journal of Environmental Analysis and Progress-JEAP.

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Publicado

2023-08-15

Como Citar

Santos, T. O. dos, Silveira, N. T., Tibúrcio, I. M., Galvíncio, J. D., & Pimentel, R. M. de M. (2023). Detecção de fitoplâncton através do Índice de Área Foliar (IAF) e drone em um reservatório do semiárido. Journal of Environmental Analysis and Progress, 8(3), 204–211. https://doi.org/10.24221/jeap.8.3.2023.5876.204-211