Registro da diversidade de plantas aquáticas em reservatórios de Pernambuco, Nordeste do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.9.4.2024.6869.278-287

Palavras-chave:

fitossociologia, regiões fitogeográficas, sazonalidade

Resumo

As plantas aquáticas desempenham um importante papel ecológico diante de sua riqueza e diversidade. Dessa forma, o estudo objetivou descrever as diferenças nos valores de diversidade da flora aquática nos reservatórios de regiões fitogeográficas de Pernambuco, incluindo as mudanças na composição florística dos reservatórios durante os períodos de chuva e seco. As coletas das macrófitas e avaliação do número de espécies foram realizadas nos reservatórios de Pernambuco, a saber: Apipucos, Prata, Tapacurá, Jucazinho, Tabocas, Mundaú, Arcoverde e Jazigo, nos períodos seco e chuvoso, de abril de 2008 a fevereiro de 2010.  Para análise da estrutura foram estabelecidos 5 transectos, cada um com 10 m de comprimento com espaçamento de 10 m entre eles. As coletas foram realizadas, alternadamente, a cada 2 m do transecto, em parcelas de PVC de 50 x 50 cm, totalizando 25 parcelas por reservatório, em cada período sazonal. Com base nas coletas que ocorreram nos períodos chuvoso e seco foi elaborado o escalonamento multidimensional não métrico (NMDS) para comparar a flora entre as regiões fitogeográficas dos reservatórios. Os resultados mostraram que a riqueza de espécies foi maior nos reservatórios de Apipucos (zona da mata/litoral), Arcoverde e Jazigo (zona do sertão). Os maiores índices de diversidade de Shannon foram registrados para os reservatórios de Apipucos (zona da mata/litoral), Tabocas e Mundaú (zona do agreste), e Arcoverde e Jazigo (zona do sertão). Foi observado também que o período seco e chuvoso apresenta diferente diversidade de espécies.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Simone Santos Lira Silva, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (1998) e Mestre em Botânica pela UFRPE (2004). Doutora em Botânica pela UFRPE (2011). Pós-Doutorado (2014) pelo Programa de Pós-Graduação em Melhoramento Genético de plantas/UFRPE. 

Ariadne do Nascimento Moura, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Licenciada em Ciências Biológicas-UNICAP (1987), Mestre Botânica-UFRPE (1991), Doutora em Ciências Biológicas (Biologia Vegetal)-UNESP-Rio Claro-SP (1997). Professora Titular da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Marlla Maria Barbosa Arouche, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Biologia Vegetal (PPGBV) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com projeto de tese sobre Conexões e Singularidades Florísticas da APA da Baixada Maranhense. Mestra em Biodiversidade e Conservação (PPGBC) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) com dissertação sobre Plantas Aquáticas; Bacharela em Ciências Biológicas pela UFMA

Catherine Rios Santos, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Minas Gerais. Mestra em Botânica pelo Programa da Pós-Graduação em Botânica (PPGB) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Especialista em Docência no Ensino Superior. Graduada em Ciências Biológicas - Licenciatura pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Eduardo Bezerra de Almeida Jr., Universidade Federal do Maranhão

Professor Associado I (DE) do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Maranhão. Está como Coordenador do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Conservação (PPGBC) da UFMA. Possui Graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE (2003). Pós-doutorado no New York Botanical Garden, Estados Unidos.

Carmen Sílvia Zickel, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (1985), mestrado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas (1989) e doutorado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas (1995). Atualmente é professor titular da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Referências

AEP – Anuário Estatístico de Pernambuco. 1988. CONDEPE: Recife. 324p.

Amato, C.G.; Sponchiado, M.; Schwarzbold, A. 2007. Estrutura de uma comunidade de macrófitas aquáticas em um açude de contenção (São Jerônimo, RS). Revista Brasileira de Biociências, 5, 828-830.

APG IV. 2016. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, 181, 1-20. https://doi.org/10.1111/boj.12385

Barendregt, A.; Bio, A. M. F. 2003. Relevant variables to predict macrophytes communities in running waters. Ecological Modelling, 160, 205-217. https://doi.org/10.1016/S0304-3800(02)00254-5

Bornette, G.; Amoros, C.; Lamouroux, N. 1998. Aquatic plant diversity in riverine wetlands: the role of connectivity. Fresh. Biol., 39, 267-283. https://doi.org/10.1046/j.1365-2427.1998.00273.x

Bove, C. P.; Gil, A. S. B.; Moreira, C. B.; Anjos, R. F. B. 2003. Hidrófitas fanerogâmicas de ecossistemas aquáticos temporários da planície costeira do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 17, 119-135. https://doi.org/10.1590/S010233062003000100009

Bolpagni, R.; Laini, A.; Stanzani, C.; Chiarucci, A. 2018. Aquatic plant diversity in Italy: Distribution, drivers and strategic conservation actions. Frontiers in Plant Science, 9, 116.

Carvalho, F. T.; Galo, M. L. B. T.; Velini, E. D.; Martins, D. 2003. Plantas aquáticas e nível de infestação das espécies presentes no reservatório de Barra Bonita, no Rio Tietê. Planta Daninha, 21, 15-19. https://doi.org/10.1590/S0100-83582003000400003

Carvalho, F. T.; Velini, E. D.; Martins. D. 2005. Plantas aquáticas e nível de infestação das espécies presentes no reservatório de Bariri, no rio Tietê. Planta Daninha, 23, 371-374. https://doi.org/10.1590/S0100-83582005000200027

Fontanilles, A.; Wezel, A.; Rouifed, S.; Guérin, M.; Vanacker, M.; Arthaud, F.; Robin, J. 2023. Disturbance and resilience of aquatic plant communities in fishponds after temporary dry periods. Aquatic Ecology, 57, 597-609. https://doi.org/10.1007/s10452-023-10032-y

Henry-Silva, G. G.; Camargo, A. F. M. 2005. Interações ecologias entre as macrófitas aquáticas flutuantes Eichhornia crassipes e Pistia stratiotes. Hoehnea, 32, 445-452.

Henry-Silva, G. G.; Moura, R. S. T.; Dantas, L. L. O. 2010. Richness and distribution of aquatic macrophytes in Brazilian semi-arid aquatic ecosystems. Acta Limnol. Bras., 22, 147-156. https://doi.org/10.4322/actalb.02202004

Heo, W.; Kim, B. 2004. The effect of artificial destratification on phytoplankton in a reservoir. Hydrobiol., 524, 229-239. https://doi.org/10.1023/B:HYDR.0000036142.74589.a4

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2002. Resolução nº 05, de 10 de outubro de 2002. DOU (Secão 1), 198, pp. 48-65.

Jacomine, P. K. T.; Cavalcanti, A. C.; Burgos, N.; Pessoa, S. C. P.; Silveira, C. O. 1973. Levantamento exploratório-reconhecimento de solos do estado de Pernambuco. Recife, Ministério da Agricultura/SUDENE. Boletim técnico 26, Série Pedológica, 14. Divisão de Pesquisa Pedológica, 1, 1-359.

Júlio Jr., H. F.; Thomaz, S. M.; Agostinho, A. A.; Latini, J. D. 2005. Distribuição e caracterização dos reservatórios. In: Rodrigues, L.; Thomaz, S. M.; Agostinho, A. A.; Gomes, L. C. (ed.). Biocenose em reservatórios: padrões espaciais e temporais. Rima, São Carlos, pp. 1-16.

Köppen, W. 1948. Climatologia: con un estúdio de los climas de la Tierra. México, Fondo de Cultura Economica, 474p.

Kufner, D. C. L.; Scremin-Dias, E.; Guglieri-Caporal, A. 2011. Composição florística e variação sazonal da biomassa de macrófitas aquáticas em lagoa de Meandro do Pantanal. Rodriguésia, 62, 803-812. https://doi.org/10.1590/S2175-78602011000400008

Lacerda, F.; Ferreira, M. A. F.; Souza, W. M. 2006a. Precipitação pluviométrica média anual de Pernambuco. In: Silva, S. R. (Coord.) Atlas de Bacias hidrográficas de Pernambuco. Secretaria de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTMA, 104p.

Lacerda, F.; Ferreira, M. A. F.; Souza, W. M. 2006b. Temperaturas do ar médias anuais de Pernambuco. In: Silva, S.R. (Coord.), Atlas de Bacias hidrográficas de Pernambuco. Secretaria de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente – SECTMA, 104p.

Lorenzi, H. 2008. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e toxicas. 4a ed. Nova Odessa, SP, Instituto Plantarum, 640p.

Martins, D.; Costa, N. V.; Terra, M. A.; Marchi, S. R. 2008. Caracterização da comunidade de plantas aquáticas de dezoito reservatórios pertencentes a cinco bacias hidrográficas do estado de São Paulo. Planta Daninha, 26, 17-32. https://doi.org/10.1590/S0100-83582008 000100003

Martins, D.; Velini, E. D.; Piteli, R. A.; Tomazella, M. S.; Negrisoli, E. 2003. Ocorrência de plantas aquáticas nos reservatórios da Ligth-RJ. Planta Daninha, 21, 105-108. https://doi.org/10.1590/S0100-8358200300 0400016

Missouri Botanical Garden. 2010. Tropicos. org. Missouri Botanical Garden. Disponível em: www.tropicos.org. Acesso em: 06/05/2023.

Moura, F. M.; Pinheiro, T. G.; Silva, E. L.; Pacheco, A. C. L.; Abreu, M. C. 2022. Composição florística de espécies de macrófitas aquáticas em um trecho urbano do rio Itaim, Itainópolis, Piauí. Biosphere Comunicações Científicas, 1, (1), 29-37.

Neiff, J. J.; Neiff, A. S. G. P. 2003. Connectivity processes as a basis for the management of aquatic plants. In: Thomaz, S. M.; Bini, L. M. (Eds.). Ecologia e Manejo de Macrófitas Aquáticas. Maringá. EDUEM, pp. 39-58.

Oksanen, F. J. et al. 2017. Vegan: Pacote de Ecologia Comunitária. Pacote R. Versão 2.4-3. https://CRAN.R-project.org/package= vegan

Pitelli, R. L. C. M.; Toffaneli, C. M.; Vieira, E. A.; Pitelli, R. A.; Velini, E. D. 2008. Dinâmica da comunidade de macrófitas aquáticas no reservatório de Santana, RJ. Viçosa. Planta Daninha, 26, 473-480. https://doi.org/10.1590/S0100-83582008000 300001

Pivari, M. O.; Oliveira, V. B.; Costa, F. M.; Ferreira, R. M.; Salino, A. 2011. Macrófitas aquáticas do sistema lacustre do Vale do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia, 62, 759-770. https://doi.org/10.1590/S2175-78602011000400005

Pott, V. J.; Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Brasília, EMBRAPA, 404p.

Prado, K. L. L. 2008. Indicadores macrófitas aquáticas. In: Cavalcante, K. V.; Rivas, A. A. F.; Freitas, C. E. C. (Orgs.). Indicadores socioambientais e atributos de referência para o trecho Urucu-Coari-Manaus, Rio Solimões, Amazônia Acidental. Manaus, EDUA, pp. 117-128.

Sabino, J. H. F.; Araújo, E. S.; Cotarelli, V. M.; Siqueira Filho, J. A.; Campelo, M. J. A. 2015. Riqueza, composição florística, estrutura e formas biológicas de macrófitas aquáticas em reservatórios do semiárido nordestino, Brasil. Natureza online, 13, (4), 185-194.

Santos, A. M. M.; Cavalcanti, D. R.; Silva, J. M. C.; Tabarelli, M. 2007. Biogeographical relationships among tropical forests in north-eastern Brazil. Journal of Biogeography, 34, 437-446. https://doi.org/10.1111/j.1365-2699.2006.01604.x

Scheffer, M.; Hosper, S. H.; Meijer, M. L.; Moss, B.; Jeppesen, E. 2003. Alternative equilibria in shallow lakes. Trends in ecology & evolution, 18, 432-437. https://doi.org/10.1016/S0169-5347(03) 00105-8

Shepherd, G. J. 2006. Fitopac V. Campinas, Universidade Estadual de Campinas-Departamento de Botânica.

Smith, A. R.; Pryer, K. M.; Schuettpelz, E.; Korall, P.; Schneider, H.; Wolf, P. G. 2006. A classification for extant ferns. Taxon, 55, 705-731. https://doi.org/10.2307/25065646

Thomaz, S. M.; Bini, L. M. 1998. Ecologia de macrófitas aquáticas em reservatórios. Acta Limnologica Brasiliensia, 10, 103-116.

Tundisi, J. G. 2007. Reservatórios como sistemas complexos: teoria, aplicação e perspectivas para usos múltiplos. In: Henry, R. (Ed.). Ecologia de reservatórios: estrutura, função e aspectos sociais. FUNDIBIO, pp. 19-38.

Wood, R. D.; Imahori, K. 1965. A Revision of the Characeae. Monograph and Iconograph. Verlag von J. Cramer: Weinheim, West German. 797p.

Publicado

2024-11-28

Como Citar

Silva, S. S. L., Moura, A. do N., Arouche, M. M. B., Santos, C. R., Almeida Jr., E. B. de, & Zickel, C. S. (2024). Registro da diversidade de plantas aquáticas em reservatórios de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Journal of Environmental Analysis and Progress, 9(4), 278–287. https://doi.org/10.24221/jeap.9.4.2024.6869.278-287