Decolonialidade feminina
embates de vozes femininas e masculinas
Palavras-chave:
Discurso, Feminino, Masculino, Performatividade, DecolonialidadeResumo
Este artigo trata de um estudo sobre o feminino no poder, que recebe condicionamento do patriarcalismo. Este embate entre feminino e masculino se dá no post da deputada federal Maria do Rosário, em que vozes masculinas subvertem a voz identitária da figura feminina. A linguagem masculina, nos comentários do post, se faz colonizadora do feminino mantendo e sedimentando o sistema simbólico patriarcal, mesmo que a voz feminina esteja em posição/função de poder. Nosso caminho teórico-analítico se prende a Fairclough (2001) cuja materialidade textual-discursiva revela relações de poder; a Santos e Menezes (2010) que elaboram como a decolonialidade processa relações de dominação do masculino sobre o feminino; e a Butler (2015) pela performatividade de gênero. Por fim, concluímos que as características atribuídas à mulher no poder emergem da obscuridade da linguagem. Este estudo torna visível o porquê das lutas femininas e alenta para a busca de novos lugares e de construções alternativas.Downloads
Referências
ASSIS, Wendell Fisher Teixeira. Do colonialismo à colonialidade: expropriação territorial na periferia do capitalismo. Cadernos CRH [on line], Salvador, v. 27, n. 72, p. 613-627, set/dez 2014. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103- 49792014000300011&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em 10/07/2020.
AUSTIN, John Longshaw. Quando dizer é fazer – palavras e ação. Trad. Danilo Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. 10. ed. São Paulo: Hucitec, 2002.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade; Trad. Renato Aguiar. 8. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
_____. Excitable speech. A politcs of the performatives. New York: Routledge, 1997.
FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social. Trad. Izabel Magalhães. Brasília: Editora UnB, 2001.
_____. Analysing discourse: textual analysis for social research. London/New York: Routledge, 2003.
GROSFOGUEL, Ramón. Para descolonizar os estudos da economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira, colonialidade global. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (orgs.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 455-491.
HALL, Stuart. Identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014.
MACHADO, José Pedro. Dicionário etimológico da língua portuguesa. Vol. II e V, 5. Ed. Lisboa/Portugal: Livros Horizontes, 1995.
MARTINS FERREIRA, Dina Maria. Helena dos poetas: uma questão de gênero? Todas As Letras X, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 123-134, nov. 2014. Disponível em
http://dx.doi.org/10.15529/1980-6914/letras.v16n2p123-134. Acesso em 02/04/2020. 2020.
_____; ALENCAR, Claudiana Nogueira. Contexto: problemas ad infinitum. In: SILVA, Daniel Nascimento; MARTINS FERREIRA, Dina Maria; ALENCAR, Claudiana Nogueira (orgs.) . Nova pragmática: modos de fazer . São _____; _____. Por uma Nova Pragmática Emancipatória. Trab. Ling. Aplic., Campinas, n. 52.2, p. 271-285, jul. /dez. 2013.
MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. En: CASTRO-GÓMEZ, Santiago y GROSFOGUEL, Ramón (eds.), El giro decolonial. reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Iesco-Pensar-Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 127-167.
MALDONADO-TORRES, Nelson. “A topologia do ser e a geopolítica do conhecimento. Moernidade, império e colonialidade. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENEZES, Maria Paula (orgs.) Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 396-443. MIGNOLO, Walter. Desafios coloniais hoje. Epistemologias do Sul, Foz do Iguaçu/PR, v. 1, n. 1, 2017, p. 12-32.
PINTO, Joana Plaza. Linguagem, feminismo e efeitos do corpo. In: SILVA, Daniel Nascimento; MARTINS FERREIRA, Dina Maria; ALENCAR, Claudiana Nogueira (Orgs). Nova pragmática: modos de fazer / São Paulo: Cortez, 2014.
PRIBERAM, Dicionário priberam da lingua portuguesa. [on line] Porto/Portugal: Priberam, 2008. Disponível em https://www.dicionario.priberam.com. Acesso em 20/01/2020.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENEZES, Maria Paula (orgs.) Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 84-130.
RESENDE, Viviane de Melo. Perspectivas latino-americanas para decolonizar os estudos críticos do discurso. In: _____. (orga.). Decolonizar os estudos críticos do discurso. Campinas/SP: Pontes Editores, 2019. p. 19-46.
ROSÁRIO, Maria do. Twitter post. 2020. Disponível em https://twitter.com/mariadorosario/status/1236683932118274053. Acesso em 04/04/2020.
SANTOS, Boaventura de Sousa. O colonialismo do século XXI [on line]. Aula Magistral, Universidade de Coimbra, Portugal, 2020. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=V6z0uUeqFcM&feature=youtu.be. Acesso em 02/04/2020.
_____. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In:
_____; MENESES, Maria Paula. Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010, p. 31- 83.
_____; MENEZES, Maria Paula. Introdução. In: _____; _____. Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 15-30.
_____; _____. Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Trad. Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
VIEIRA, Viviane Cristina. Perspectivas decoloniais feministas do discurso na pesquisa sobre educação e gênero-sexualidade. In: RESENDE, Viviane de Melo (orga.). Decolonizar os estudos críticos do discurso. Campinas/SP: Pontes Editores, 2019. p. 83- 115.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Encontros de Vista
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Política de Acesso Livre
A Encontros de Vista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento acadêmico-científico ao público proporciona maior democratização do conhecimento. Não são cobradas taxas ou encargos em nenhuma instância do processo de submissão e publicação.