Concepções de texto da tradição retórica à tradição discursiva

Autores

  • Valéria Severina Gomes
  • Mari Noeli Kiehl Iapechino

Palavras-chave:

Língua, Tradição discursiva, Sócio-história

Resumo

Considerando o crescente número de pesquisas sócio-históricas, no Brasil, que têm tomado como embasamento teórico os pressupostos da Teoria das Tradições Discursivas, perspectiva de trabalho oriunda da Filologia Pragmática alemã, este artigo tem como objetivo apresentar alguns aspectos teóricos concernentes a essa abordagem, a fim de contribuir com as reflexões atuais sobre as concepções que embasam os estudos da língua e dos textos. Para isso, optou-se por uma trajetória histórica, uma vez que se busca traçar um contínuo com algumas concepções de texto da tradição retórica à tradição discursiva, buscando estabelecer as relações entre a historicidade da língua e a historicidade dos textos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Valéria Severina Gomes

Professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco e líder do Núcleo Interdisciplinar de Estudos daLinguagem.

Mari Noeli Kiehl Iapechino

Professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco e líder do Núcleo Interdisciplinar de Estudos daLinguagem

Referências

ANDRADE, Maria Lúcia. Relevância e contexto: o uso de digressões na língua falada. São Paulo: Humanitas / FFLCH/ USP: Fapesp, 2001.

ANTOS, Gerd. Os textos como formas constitutivas do saber. Sobre algumas hipóteses para uma fundamentação da lingüística de texto à base de uma teoria evolucionária. In: ANTOS, Gerd / HEIKE, Tietz (Eds.) O futuro da lingüística de texto. Tradições, transformações, tendências. Tübingen: Niemeyer, 1997, pp. 43-65.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 1 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992a.

________________. Marxismo e filosofia da linguagem. 6 ed. São Paulo: Hucitec, 1992b.

BAZERMAN, Charles. Systems of Genres and the Enactement of Social Intentions. In: FREEDMAN, Aviva & MEDWAY, Peter (Eds.). Genre and the new rhetoric.

London/Bristol, Taylor & Francis, 1994, pp. 79-101.

_____________. Formas sociais como habitats para ação. In: Investigações: Lingüística e Teoria Lieterária. Vol. 16, número 2, jun/2003. pp.123-141, 2003.

____________. Gêneros textuais, tipificação e interação. Organização: Angela Paiva Dionísio e Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2005.

BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo: filosofia e técnica. Porto Alegre: Sulina, 1976.

_____________.Jornalismo opinativo. Porto Alegre: Editora Sulina, 1980.

BHATIA, Vijay K. Análise de gêneros hoje. Tradução Benedito Gomes Bezerra. Reveu Beige de Philologie et d´Histoire, Bruxelles, 1997.

BRANDÃO, Helena Hathsue Nagamine. Discurso e tradição em anúncios da imprensa brasileira: da informação à sedução-imagens do cotidiano. In: CIAPUSCIO, Guiomar; JUNGBLUTH, Konstanze; KAISER, Dorothee e LOPES, Célia (Eds.) Sincronía y diacronía de tradiciones discursivas em Latinoamérica. Frankfurt a.M. (Vervuert), 2005.

BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: Por um interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: Editora da PUC-SP, EDUC, 1999.

COSERIU, Eugeniu. Gramática, semântica, universales: estudios de Lingüística Funcional. Madrid: Editorial Gredos, 1987.

FARACO, Carlos Alberto. Linguagem & diálogo: as idéias lingüísticas do círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar Edições, 2003.

FRANK, Bárbara & HARTMANN, Jörg. L’ “inventaire systematique des premiers documents des langues romanes". In: SELIG, Maria; FRANK, Barbara & HARTMANN, Jörg. Le passage à l’écrit des langues romanes. Tübingen: Gunter Narr Verlag, 1993, pp. 31-37.

GOMES, Valéria Severina. Traços de mudança e de perman~encia em editoriais de jornais pernambucanos: da forma ao sentido. Tese de Doutorado apresentada à Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.

IAPECHINO, Mari Noeli Kiehl. Português do Brasil: história, memória e autoria. Tese de Doutorado apresentada à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2004.

JUNGBLUTH, Konstanze. El caráter de los textos semiorales y el junctor que. In: OESTERREICHER, W. (Ed.). Competencia escrita, tradicion discursiva y variedades

lingüísticas. El español em los siglos XVI y XVII. Tübingen: Narr, 1998, pp. 339-358.

____________. Corpus – corpora: o método da seriação e outros aspectos. Colóquio Internacional (Argentina – Brasil – Alemanha), Freudesntadt, 8-10/07/2004.

____________. A tradição discursiva dos livros de família na România Velha e Nova. Conferência na Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 04/03/2005, 2005a

_____________. Convergências e divergências na história das línguas românicas: contribuições para uma teoria da mudança lingüística. Minicurso ministrado no IV Congresso Internacional da ABRALIN. Brasília, 21-25/02/2005, 2005b

KABATEK, Johannes. Como investigar lãs tradiciones discursivas medievales? El ejemplo de los textos jurídicos castellanos. In: Daniel Jacob e Johannes Kabatek (Eds.) Lengua medieval y tradiciones discursivas en la Península Ibérica: Descripción gramatical - pragmática histórica – metodologia. Vervuert: Iberoamericana, 2001, pp. 97-132.

____________.Tradiciones discursivas y cambio lingüístico. Fundacion Duques de Soria. Seminário de História da língua espanhola “El cambio lingüístico na historia española. Nuevas perspectivas. Soria, Del 7 al 11 de Julio de 2003.

KLINKENBERG, Jean-marie. Prefácio. In: MOSCA, Lineide do Lago Salvador (Org.). Retóricas de ontem e de hoje. São Paulo: Humanitas Editora/FFLCH/USP, 1997, pp. 11-15.

LOPES, Célia Regina dos Santos. Correlações histórico-sociais e lingüístico-discursivas das formas de tratamento em textos escritos no Brasil – séculos XVIII e XIX. In: CIAPUSCIO, Guiomar; JUNGBLUTH, Konstanze; KAISER, Dorothee e LOPES, Célia (Eds.). Sincronía y diacronía de tradiciones discursivas em Latinoamérica. Frankfurt a.M. (Vervuert), 2005.

MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. Tadução de Cecília P. de Souza-e-Silva, Décio Rocha. São Paulo: Cortez, 2001.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2001.

______________. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: Angela Paiva Dionísio, Anna Rachel machado e Maria auxiliadora Bezerra (Orgs.) Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002, pp. 19-36

____________. Co-texto e contexto no processo de textualização. Recife: UFPE. (Mimeo), 2003.

____________. Tendências II: Tradição clássica versus escola norte-americana. Recife, PG em Letras – UFPE. (Mimeo), 2004a.

____________. Conceituação e tomada de posição: problemas com a questão da classificação e categorização dos gêneros; noção de tipo textual; gênero textual; seqüências e domínios. Recife, PG em Letras – UFPE. (Mimeo), 2004b.

MILLER, Carolyn R. Genre as social action. In: Aviva Freedman & Peter Medway (Eds.) Genre and the new rhetoric. Londo: Taylor & Francis, 1984, pp. 23-42.

___________. Rhetorical Community: cultural basis of genre. In: FREEDMAN, Aviva &

MEDWAY, Peter (Eds.) Genre and tennew rhetoric. Londo/Bristol, Taylor & Francis, 1994, pp. 67-78.

NEF, Frédéric. A linguagem: uma abordagem filosófica. Tadução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995.

OESTERREICHER, Wulf. Lo hablado en el escrito. Reflexiones metodológicas y aproximación a uma tipologia. In: KOTSCHI, T. / OESTERREICHER, W. / Zimmermann, K.

(Eds.). El español hablado y la cultura oral em Espana y Hispanoamérica. Frankfurt am Main: Vervuert / Madrid: iberoamericana, 1996, pp. 317-340.

______________. Cajamarca 1532 – diálogo y violência. Los cronistas y la elaboración de una historia andina. Lexis vol. XXI (2), 1997, pp.211-271.

______________. Bloqueos epistémicos en la lexicologia histórica o el miedo a la variación. Considerando el español em América (siglo XVI). In: Wulf Oesterreicher et al. (Eds.). Competencia escrita, tradiciones discursivas y variedades lingüísticas: aspectos del español europeo y americano en los siglos XVI y XVII. Tübingen: Narr, 1998, pp. 37-142.

____________. Aspectos teóricos y metodológicos del análisis del discurso desde uma perspectiva histórica: el coloquio de Cajamarca 1532. In: José Jesús de Bustos Tovar et al. (eds.) Lengua, discurso, texto. Madrid: Universidade Complutense de Madrid / Visor, 2000, pp. 159-199.

__________.Langage parlé et langage écrit. Lexicon der romanistischen Linguistik. Tübingen: Max Niemeyer Verlag, vol. 1,2, s.v. 62. Gesprochene Sprache und geschriebene Sprache, 2001a, pp. 584-627.

___________. La ‘recontextualización’ de los géneros medievales como tarea hermenêutica. In: JACOB, Daniel / KABATEK, Johanes (Eds.). Lengua medieval y tradiciones discursivas en la Península Ibérica. Frankfurt am Main: Vervuert / Madrid: Iberoamericana, 2001b, pp. 199-231.

___________. Autonomización del texto e recontextualización. Dos problemas fundamentales en las ciencias del texto. In: Eduardo Hopkins Rodríguez (Ed.) Homenaje Luis Jaime Cisneros. Lima, Pontifícia Universidad Católica del peru, vol. I, 2002, pp. 343-387.

PESSOA, Marlos de Barros. Formação de uma variedade urbana e semi-oralidade: o caso do Recife, Brasil. Tübingen: Max Niemeyer Verlag, 2003.

___________. O primeiro número do Diário de Pernambuco: tradições discursivas e gramática. In: CIAPUSCIO, Guiomar; JUNGBLUTH, Konstanze; KAISER, Dorothee e LOPES, Célia (Eds.). Sincronía y diacronía de tradiciones discursivas em Latinoamérica. Frankfurt a.M. (Vervuert), 2005.

RIZZINI, Carlos. O livro, o jornal e a tipografia no Brasil 1500-1822 – com um breve estudo geral sobre a informação. Rio de janeiro: Livraria Kosmos Editora, 1946.

___________. O jornalismo antes da tipografia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968.

RÜDIGER, Francisco Ricardo. Tendências do jornalismo. Porto Alegre: ED. Universidade/UFRGS, 1993.

SCHMIDT-RIESE, Roland. Glosando las confesiones de los hermanos Ávila. Discurso e identidad en la Nueva Espana a finales del siglo XVI. In: Revista de Lingüística y Literatura. Vol. XXVI, Nº 1. Departamento de Humanidades – Pontificia Universidad Católica Del Peru, 2002, pp. 3-78.

SCHILIEBEN-LANGE, Brigitte. História do falar e história da lingüística. Trad. Fernando Tarallo et. al. Campinas: Editora da UNICAMP, 1993.

SWALES, John M. Genre analysis. English in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Tipologia textual, ensino de gramática e o livro didático. In: HENRIQUES, Cláudio Cezar (Org.). Língua e cidadania: novas perspectivas para o ensino. Rio de Janeiro: Ed. Europa, 2004, pp. 114-138.

Downloads

Publicado

2021-03-18

Como Citar

Gomes, V. S. ., & Kiehl Iapechino, M. N. (2021). Concepções de texto da tradição retórica à tradição discursiva. Encontros De Vista, 1(1), 35–51. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/encontrosdevista/article/view/4224

Edição

Seção

Artigos