A travessia da palavra: algumas inutilidades em Maneol de Barros

Autores

  • Tânia Lima

Palavras-chave:

Inútil, Lúdico, Oralidade, Imaginário, Poesia, Travessia

Resumo

A Travessia da palavra em Manoel de Barros exige vários nomes. Cada vocábulo neste poeta é de origem duvidosa. Um poema manoelino não se atravessa sem sair inútil de invenção. Falar de Manoel de Barros é compor o falar pela movência de um idioma que brinca pela primeira vez com os sons absurdos do dizer. Nossa intenção é requisitar o ordinário e o inútil como material imprescindível de poesia. Esta travessia percorrerá o verso infante pelas marcas da oralidade. Entre o ludo e o lúdico, o poeta joga com o verbo até encontrar, nos desvios semânticos, os erros maduros da transfiguração. O que interessa não é a saúde da frase, mas a doença delas. Nesse caminho, o poeta é o que funda sentido para o mundo fabuloso. A casa da infância de um poeta brincante é espaço de “não-lugares”. O verso se locomove em um “terceiro espaço”: o intersticial. Uma espécie de jogo movediço, carregado de “imaginário”, que viaja no “entreespaço” do lúdico e do lúcido. Utilizaremos como estudo para essa brincadeira o livrinho Poemas concebidos sem pecados. E, como fundamento teórico, para se “entranhar” esses pecados poéticos, degustaremos sem demasia o imaginário bachelardiano.

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Biografia do Autor

Tânia Lima

Autora do livro Brenhas- um poema, dentre outros.

Referências

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Publicado

2021-04-15

Como Citar

Lima, T. (2021). A travessia da palavra: algumas inutilidades em Maneol de Barros. Encontros De Vista, 2(2), 18–23. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/encontrosdevista/article/view/4280

Edição

Seção

Artigos