UMA RELAÇÃO ENTRE O CRONOTOPO E A PALAVRA: APONTAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E ESBOÇOS ANALÍTICOS

Autores

Palavras-chave:

Word, Chronotope, Utterance, Refraction.

Resumo

A palavra, como nos diz Volóchinov (2017), reflete e refrata a existência em formação, processo pelo qual se constituem os acontecimentos e os sujeitos, de maneira dialógica. Como condição para a sua realização – seja como um enunciado, seja como um signo –, portanto, percebemos a necessidade de sua localização em um acontecimento de interação, na qual se efetiva o seu uso, conformando-se a uma certa relação espacial e temporal, à qual Bakhtin (2018) refere-se como cronotopo. Logo, objetivamos analisar a constituição da palavra como produção ideológica no circuito da alteridade, nos atos processuais entre a palavra alheia e a palavra minha, configurando-se, pelas suas refrações de sentido, como um refrator referencial das unidades cronotópicas na quais se formam. Para fazê-lo, elaboramos uma análise interpretativa de uma tirinha de Henfil (2012), na qual podemos desenvolver uma compreensão responsiva da ocorrência dos fenômenos aludidos.

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Biografia do Autor

Fábio Luiz de Castro Dias, Universidade Federal de Lavras

Graduando em Letras pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Bolsista do Programa de Iniciação Científica financiado pela mesma instituição (PIBIC-UFLA). Membro e pesquisador do Grupo de Estudos Discursivos Sobre o Círculo de Bakhtin (GEDISC/UFLA/CNPq).

Thayrine Vilas Boas, Universidade Federal de Lavras

Mestranda em Letras (Objetos Culturais e Produção de Sentido) pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Licenciada em Filosofia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Integrante pesquisadora do Grupo de Estudos Discursivos Sobre o Círculo de Bakhtin (GEDISC/UFLA/CNPq). E-mail: thayrine.boas@gmail.com.

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Publicado

2021-09-06

Como Citar

de Castro Dias, F. L., & Vilas Boas, T. (2021). UMA RELAÇÃO ENTRE O CRONOTOPO E A PALAVRA: APONTAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E ESBOÇOS ANALÍTICOS. Entheoria: Cadernos De Letras E Humanas, 6(1), 75–97. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/entheoria/article/view/2868