O SATÃ PESSOANO E SEUS AMIGOS POETAS EM HORA DO DIABO

Autores

  • Luciano de Souza Bolsista da FAPESP e aluno de Pós-Graduação da USP – Universidade de São Paulo – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas – DLCV – São Paulo – SP - Brasil – CEP: 05508-900.

Palavras-chave:

A Hora do Diabo, Fernando Pessoa, Satã, Tradição Literária, Intertextualidade.

Resumo

A Hora do Diabo, fragmentário conto de Fernando Pessoa, é uma obra que indubitavelmente se assenta no diálogo intertextual, como se pode notar pelas diversas referências feitas a escritos literários, incluindo a Bíblia. Algumas dessas referências, por sua vez, revelam que o autor português não somente estava ciente de uma tradição literária que veio (re)definir o papel do Diabo na ficção ao longo dos séculos, mas que ele também intentou colocar esse conhecimento em prática no conto ao plasmar um Satã pessoano. Mais propenso a refletir acerca das (in)adequações literárias de sua condição “existencial” do que a agir como seria esperado do antagonista bíblico de Deus, esse personagem pode ser visto como uma concretização ficcional do interesse de Pessoa no Diabo em verso e prosa. Assim, ao propor o estudo de A Hora do Diabo por uma perspectiva intertextual, este artigo objetiva evidenciar e investigar a contribuição de um substrato literário satânico na construção do discurso do Tentador naquela obra.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Editora Paulus, 2002.

BAUDELAIRE, Charles. Pequenos poemas em prosa. São Paulo: Hedra, 2010.

BLOOM, Harold. Shakespeare – The invention of the Human. New York: Riverhead Books, 1998.

COX, John D. The Devil and the Sacred in English Drama, 1350 – 1642. Cambridge: University of Cambridge, 2000.

FORSYTH, Neil. Satan and the Combat Myth. New Jersey, 1989.

GOETHE, Johann Wolfgang von. Fausto: uma tragédia – primeira parte. São Paulo: Ed. 34, 2004.

HEINE, Heinrich. Der Doktor Faust. Stuttgart: Reclam, 1991.

KASTOR, Frank S. Milton and the Literary Satan. Amsterdam: Rodopi N.V., 1974.

LOPES, Teresa Rita. Pessoa por conhecer – roteiro para uma expedição. Lisboa: Estampa, 1990.

MILTON, John. Paradise Lost. s/l: Oxford University Press, 1952.

______. Paraíso Perdido. São Paulo: Edigraf, s/d.

MEYER, Augusto. A forma secreta. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1965.

MUCHEMBLED, Robert. Uma história do diabo: séculos XII-XXI. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2001.

PAGELS, Elaine. As origens de Satanás: um estudo sobre o poder que as forças irracionais exercem na sociedade moderna. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.

PAPINI, Giovanni. O Diabo. Lisboa: Edição “Livros do Brasil”, 1990.

PESSOA, Fernando. A Hora do Diabo (edição e prefácio de Teresa Rita Lopes). Lisboa: Assírio & Alvim, 2004.

______. Páginas de Estética e de Teoria Literárias (Textos estabelecidos e prefaciados por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho). Lisboa: Ática, 1966.

RUDWIN, Maximilian. The Devil in English Literature. Illinois: Open Court, 1959.

SCHEIDL, Ludwig. Fausto na Literatura Portuguesa e Alemã. Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1987.

SENA, Jorge de. A Literatura Inglêsa. São Paulo: Cultrix, 1963.

SHAKESPEARE, William. The Complete Works of William Shakespeare. Kent: Wordsworth, 1999. REVISTA ENTHEORIA – nº 2 – Julho 2015

SMEED, J. W. Faust in Literature. London: Oxford University Press, 1975.

VALÉRY, Paul. “Meu Fausto”. São Paulo: Ateliê Editorial, 2011.

VATTER, Hannes. The Devil in English Literature. Bern: A. Francke AG Verlag Bern, 1978.

WELLS, Stanley W. Shakespeare: for all time. Oxford: Oxford University Press, 2003.

Downloads

Publicado

2015-11-26

Como Citar

Souza, L. de. (2015). O SATÃ PESSOANO E SEUS AMIGOS POETAS EM HORA DO DIABO. Entheoria: Cadernos De Letras E Humanas, 2(1), 93–106. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/entheoria/article/view/549