Conflitos entre criadores da raça Moxotó e animais silvestres no Semiárido pernambucano
DOI:
https://doi.org/10.26605/medvet-v14n4-2525Palavras-chave:
animais de produção, conhecimento local, conservação, raças locais.Resumo
Este artigo tem como objetivos identificar conflitos existentes entre criadores de caprinos da raça Moxotó e os predadores naturais dos seus animais, no município de Ibimirim, Pernambuco, bem como descrever as formas locais de prevenção aos ataques e suas implicações para conservação de raças caprinas e espécies silvestres. As informações foram obtidas através de entrevistas com questionários semiestruturados, complementadas com listas-livres. Foram entrevistados nove criadores, considerados especialistas locais. Foram identificadas 13 espécies selvagens como as principais causadoras de danos para as criações de caprinos da região. As espécies citadas foram carcará (Caracara plancus), gato-mourisco (Puma yagouaroundi), conhecido e designado na região pelos criadores como gato-do-mato azul e vermelho, jiboia (Boa constrictor), urubu (Coragyps atratus), cão doméstico (Canis familiaris), raposa (Cerdocyon thous), cascavel (Crotalus durissus), morcego (Desmodus rotundus), jararaca (Bothropoides erythromelas), onça-parda (Puma concolor) e gavião (espécie não-identificada), em ordem decrescente de importância. O conflito entre criadores de caprinos e os animais silvestres se deve aos prejuízos econômicos causados pelos ataques. Os criadores diferenciam as espécies predadoras principalmente pela forma e intensidade dos ataques. Em geral, a caça ainda é a principal forma de prevenção dos ataques, porém, registraram-se formas locais de defesa para algumas espécies. É necessário que se estabeleça um diálogo constante entre os criadores e os órgãos ambientais responsáveis pelas políticas públicas com o objetivo de desenvolver estratégias para a conservação das raças locais, como a raça Moxotó, e espécies silvestres.Downloads
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