Características agronômicas e sensibilidade ao rachamento de bagas de uvas sem sementes

Autores

  • Leide Dayane da Silva Oliveira Embrapa Semiárido
  • Magna Soelma Beserra de Moura Embrapa Semiárido
  • Patrícia Coelho de Souza Leão Embrapa Semiárido
  • Thieres George Freire da Silva UFRPE/UAST
  • Luciana Sandra Bastos de Souza UFRPE/UAST

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.2.3.2017.1451.274-282

Palavras-chave:

Vitis vinifera L, precipitação, produção

Resumo

As variedades de uvas sem sementes apresentam maior dificuldades de adaptação às condições tropicais do semiárido nordestino, exibindo produções reduzidas e irregulares, resultado de sua baixa fertilidade de gemas, desgrane elevado e suscetibilidade à rachadura de bagas. O objetivo deste trabalho foi avaliar aspectos relacionados à susceptibilidade ao rachamento e podridão de bagas e características agronômicas de uvas sem sementes sob as condições do Submédio do Vale São Francisco. Para isso, o experimento foi conduzido no Campo Experimental de Bebedouro na Embrapa Semiárido, em Petrolina-PE. Foram avaliadas cinco variedades ao longo de dois ciclos de produção, correspondendo aos anos de 2013 e 2014. Utilizaram-se as variedades Adona, BRS Clara, BRS Maria Bonita, Arizul e Thompson Seedless, nas quais foram determinadas as seguintes variáveis: produção (Kg planta-1), número de cachos, massa do cacho (g); teor de sólidos solúveis (oBrix) e acidez titulável (g de ácido tartárico 100mL-1); bagas rachadas (%) e bagas podres (%). Os resultados mostraram que tanto o percentual de rachamento quanto o de podridão apontaram para as variedades BRS Clara e Adona como as mais tolerantes e a variedade Thompson Seedless como a mais suscetível. A maior produção por planta foi obtida no Ciclo 2 para a variedade BRS Clara (20,63 Kg planta-1), seguida da Adona (17,52 Kg planta-1. Assim, as variedades BRS clara e Adona destacaram-se com melhores características de qualidade e maior tolerância à rachadura e podridões de bagas, apresentando potencial para produção de duas safras ao ano no Submédio do Vale São Francisco.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGRIANUAL. 2016. Anuário da Agricultura Brasileira. Instituto AgraFNP. 449p.

AOAC. 1995. Association of Official Analytical Chemistry. Official methods of analysis. 16. ed. Arlington. 1141 p.

BALBONTÍN, C.; AYALA, H.; BASTÍAS, R.M.; TAPIA, G.; ELLENA, M.; TORRES, C.; YURI, J. A.; QUEROGARCÍA, J.; RÍOS, J. C.; SILVA, H. 2013. Cracking in sweet cherries: A comprehensive review from a physiological, molecular, and genomic perspective. Chil. J. Agric. Res. v.73, n.1, p.66-72.

BRASIL. 2002. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa nº.1, de 1 de fevereiro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico de Identidade e de Qualidade para a 108 Classificação da Uva Fina de Mesa. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF.

COLOMBO, L. A.; ASSIS, A. M.; SATO, A. J.; TESSMANN, D. J.; GENTA, W.; ROBERTO, S. R. 2011. Produção fora de época da videira ‘BRS Clara’ sob cultivo protegido. Ciência Rural, Santa Maria, RS, v.41, n.2, p.212-218.

EMBRAPA SEMIÁRIDO. Médias Anuais da Estação Agrometeorológica de Bebedouro. Disponívelem:http://www.cpatsa.embrapa.br:8080/servicos/dadosmet/ceb-anual.html. [Acessado 11 Abril, 2017].

FAVA, J.; HODARA, K.; NIETO, A.; GUERRERO, S.; ALZAMORA, S. M.; CASTRO, M. A. 2011. Structure (micro, ultra, nano), color and mechanical properties of Vitis labrusca L. (grape berry) fruits treated by hydrogen peroxide, UV–C irradiation and ultrasound. Food Research International, Guelph, v.44, n.9, p.2.938-2.948.

FELDBERG, N. P.; REGINA, M. A.; DIAS, M. S. C. 2007. Desempenho agronômico das videiras ‘Crimson Seedless’ e ‘Superior Seedless’ no Norte de Minas Gerais. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.42, n.6, p.777-783

LANG, A.; DÜRING, H. 1990. Grape berry splitting and some mechanical properties of the skin. Vitis, Siebeldingen, v.29, n.1, p.61-70.

LEÃO, P. C. S. 2002. Comportamento de Cultivares de Uva sem sementes no Submédio São Francisco. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v.24, n.3, p. 734-737.

LEÃO, P. C. S. et al. 2013. Caracterização Fenológica de Cultivares de Uvas de Mesa do Banco de Germoplasma da Embrapa Semiárido. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento. Embrapa Semiárido, ISSN 1808-9968 Maio. 21 p.

LEÃO, P. C. S.; BRANDÃO, E. O.; GONÇALVES, N. P. S. 2011. Produção e qualidade de uvas de mesa 'Sugraone' sobre diferentes porta-enxertos no Submédio do Vale do São Francisco. Cienc. Rural, Santa Maria, RS, v.41, n.9, p.1526-1531.

LIMA, M. A. C.; CHOUDHURY, M. M. 2007. Características dos cachos de uva. In: LIMA, M. A. C. (Ed.). Uva de mesa: pós-colheita. 2.ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Petrolina: Embrapa Semiárido. p. 21-30.

MELLO, L. M. R. 2009. Atuação do Brasil no mercado vitivinícola mundial: panorama 2009. Bento Gonçalves: EMBRAPA/CNPUV.

MOURA, M. S. B.; SOARES, J. M.; GURGEL, M. T.; LEITÃO, M. M. V. B. R.; OLIVEIRA, G. M. 2006. Evapotranspiração e coeficiente de cultivo da videira em ambiente protegido. In: Anais Congresso Brasileiro de meteorologia, Florianópolis, SC, Brasil.

MASCARENHAS, R. J.; GUERRA, N. B.; AQUINO, J. S.; and LEAO, P. C. S. 2013. Qualidade sensorial e físico-química de uvas finas de mesa cultivadas no Submédio São Francisco. Rev. Bras. Frutic, Jaboticabal – SP, v.35, n.2, p.546-554.

OMETTO, J. C. 1981. Bioclimatologia vegetal. São Paulo: Agronômica Ceres. 440 p.

SENTELHAS, P. C. 1998. Aspectos climáticos para viticultura tropical. Informe Agropecuário, v.19 n.194, p. 9-14.

SOARES, J. M.; LEAO, P. C. S. 2009. (Ed.). A vitivinicultura no Semiárido brasileiro. Embrapa Informação Tecnológica: Brasília, DF; Embrapa Semi-Árido: Petrolina, PE. 756 p.

SOUZA, J. S. I. 1996. Uvas para o Brasil. 2. ed. Piracicaba: FEALQ. 791 p.

SOUZA, R. T. 2010. Resposta da cultivar BRS Clara ao manejo da copa e do cacho. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho. 3p.

TEIXEIRA, A. H. C. 2004. Cultivo da videira – clima. Disponível em:http://www.cpatsa.embrapa.br:8080/sistema_producao/spvideira/clima.htm. [Acessado 19 Abril, 2017].

YAMAMOTO, T.; SATOH, H. 1994. Relationship among berry cracking susceptibility, berry morphology and skin stress distribution in several grape cultivars. Journal of the Japanese Society for Horticultural Science, Kyoto, v.63, n.2, p.247-256.

YAMAMOTO, L. Y.; ASSIS, A. M.; MORAIS, H.; SOUZA, F. S.; SCAPIN, C. R.; TESSMANN, D. J.; SOUZA, R. T.; ROBERTO, S. R. 2012. Produção e características físico-químicas dos cachos da videira ‘BRS Clara’ sob cobertura plástica e sombrite em safra fora de época. Rev. Bras. Frutic, Jaboticabal - SP, v.34, n.1, p. 160-166.

Publicado

2017-07-31

Como Citar

da Silva Oliveira, L. D., Beserra de Moura, M. S., de Souza Leão, P. C., Freire da Silva, T. G., & Bastos de Souza, L. S. (2017). Características agronômicas e sensibilidade ao rachamento de bagas de uvas sem sementes. Journal of Environmental Analysis and Progress, 2(3), 274–282. https://doi.org/10.24221/jeap.2.3.2017.1451.274-282