Rede de Sementes Crioulas do Agreste Meridional de Pernambuco - Rede SEMEAM: História Trajetória e Atuação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52719/bjas.v4i2.5387

Palavras-chave:

Autonomia Camponesa, Recursos Fitogenéticos, Agricultura Familiar, Agroecologia

Resumo

Os Bancos Comunitários de Sementes Crioulas (BCS) destacam-se como movimentos que conservam a agrobiodiversidade e promovem a perpetuação dos saberes locais e tradicionais. As sementes crioulas são consideradas parte do patrimônio genético e cultural dos povos tradicionais e campesinos, que resistem com seus conhecimentos e descendem dos primórdios da prática do cultivo de  alimentos. A formação de redes de luta vem crescendo nos últimos anos, abrindo espaço para socializações de experiências em debates políticos, econômicos e acadêmicos. Este artigo tem como objetivo compilar e compartilhar a trajetória da Rede SEMEAM (Rede de Sementes Crioulas do Agreste Meridional de Pernambuco) através do relato de suas ações e atuações. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas não estruturadas com duas pessoas que estiveram presentes na fundação da rede e estão atuantes na articulação até os dias atuais. Além disso, buscas eletrônicas foram executadas nas redes sociais da organização e no Google. O desenvolvimento foi dividido em 8 tópicos, em alusão aos 8 anos de existência da Rede SEMEAM. Neste percurso, destacam-se os eventos desenvolvidos pela rede como os Seminários de Sementes Crioulas e as Feiras de Troca de Sementes Crioulas. Além disso, também foram pontuadas as pesquisas participativas, a criação de novos BCS, a comercialização da produção crioulas e as experimentações no campo da comunicação. Nestes anos de existência a Rede SEMEAM vem, através de suas ações e atuação, contribuindo com a animação e articulação de territórios em torno do tema da conservação e uso das sementes locais e tradicionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafaela Cavalcante de Barros, Universidade de Pernambuco

Possui graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2019). Atualmente desenvolve trabalhos no Movimento Camponês Popular, na EMBRAPA e na Rede de Sementes Crioulas do Agreste Meridional de Pernambuco (Rede Semeam) com o resgate e a preservação de sementes crioulas e em defesa da cultura milenar de saberes do campesinato. Mestranda na UPE no Programa de Pós-Graduação em Saúde e Desenvolvimento Socioambiental (PPGSDS). Tem experiência na área de Terapias Holísticas com formação em Homeopatia em Sistemas Vivos, em Fitoterapia Aplicada e atualmente estuda Medicina Tradicional Chinesa (MTC) com ênfase em Acupuntura. Atua também com atividades ecoformativas através de implementação de hortas e viveiros pedagógicos, Educação Ambiental Vivencial e Extensão Rural. Possui experiências no campo das artes por meio de trabalhos com fotografia, produção de vídeos e produção de exposições fotográficas. Exercendo assim, a perpetuação da saúde integral através de práticas ecoformativas, artísticas e holísticas.

Pedro Henrique de Medeiros Balensifer, Instituto Agronômico de Pernambuco

Possui graduação em Engenharia de Pesca (2003), Licenciatura em Ciência Agrícolas (2004) e Mestrado em Extensão Rural e Desenvolvimento Local - Posmex/UFRPE. Trabalha profissionalmente como Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) atuando em Garanhuns/PE. Atua como pesquisador e extensionista nos temas de sementes crioulas, agrobiodiversidade e comercialização da agricultura familiar e produção agroecológica na região do Agreste Meridional de Pernambuco.

Nayra Luiza de Oliveira Souza, Instituto Agronômico de Pernambuco

Economista Doméstica formada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE e desde 2007 trabalho como extensionista rural no Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA no município de Bom Conselho onde está localizado no Agreste Meridional de Pernambuco. Minha atuação principal é na qualidade dos serviços prestados ao nosso público alvo que são os (as) agricultores (as) familiares do município através dos programas do governo federal e estadual como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) , Plano Brasil sem Miséria (PBSM), entre outros.

Referências

Balensifer, P. H. M., & Silva, A. P. G. (2016). Metodologia para formação de bancos

comunitários de sementes (p. 32). Recife: Instituto Agronômico de Pernambuco.

http://www.ipa.br/novo/pdf/metodologia-para-formacao-de-bancos-comunitarios-desementes.

pdf

Balensifer, P. H. M., Silva, A. G., & Souza, N. L. O. (2018). Levantamento de variedades

crioulas cultivadas por agricultores familiares do Agreste Meridional de Pernambuco.

I Seminário de Agroecologia do IFPE. Belo Jardim: IFPE.

Brasil. (1994). Decreto Legislativo n. 2 de 03/02/1994. Aprova o texto do Convenção sobre

Diversidade Biológica, assinada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimeto, realizada na Cidade do Rio de Janeiro, no período de 5 a

de junho de 1992. https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/1994/decretolegislativo-2-3-fevereiro-

-358280-publicacaooriginal-1-pl.html

Brasil. Constituição. (2003). Lei n. 10.711, de 05 de agosto de 2003. Dispõe Sobre O Sistema

Nacional de Sementes e Mudas e dá Outras Providências. Casa Civil.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.711.htm#:~:text=Art.,em%20todo

%20o%20territ%C3%B3rio%20nacional.

Castro, J. A. (1984). Geopolítica da fome. (Vol. 1, 10a ed. pp. 279-305). Editora Antares.

https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/473/o/CASTRO__Josu%C3%A9_de_-

_Geografia_da_Fome.pdf

Comitê Gestor da Internet no Brasil. (2018). TIC domicílios 2017: Pesquisa sobre o uso das

tecnologias de informação e comunicação no Brasil.Comitê Gestor da Internet no Brasil.

https://www.cetic.br/media/docs/publicacoes/2/tic_dom_2017_livro_eletronico.pdf

Grígolo, S. C., Diesel, V., & Dornelles, C. P. N. (2016). A festa das sementes crioulas

como subversão do agronegócio. In S. J. Sarandón, & E. A. Abbona (Orgs.). Trabajos

científicos y relatos de experiencias: La agroecología, un nuevo paradigma para

redefinir la investigación, la educación y la extensión para una agricultura sustentable.

http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/52154

Brazilian Journal of Agroecology and Sustainability, Volume 4, Nº2, ISSN 2675-1712

Mattos, P. L. (2005). A entrevista não-estruturada como forma de conversação: Razões e

sugestões para sua análise. Revista de Administração Pública, 39, 823-84.

https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/6789 Organização das

Nações Unidas. (2015). Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o

Desenvolvimento Sustentável. https://brasil.un.org/sites/default/files/2020-

/agenda2030-pt-br.pdf.

Rede SEMEAM. (2019). Boletim Informativo O Batité (Vol. 1, 1a ed. pp.1-2). Rede de

Sementes Crioulas do Agreste Meridional de Pernambuco.

Rede SEMEAM. (2022). Regimento Interno da Rede de Sementes Crioulas do Agreste

Meridional de Pernambuco.

Santos, B. D. S. (2007). Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de

saberes. Novos estudos CEBRAP, 71-94.

Downloads

Publicado

2022-12-24

Como Citar

Cavalcante de Barros, R., Henrique de Medeiros Balensifer, P. ., & de Oliveira Souza, N. L. (2022). Rede de Sementes Crioulas do Agreste Meridional de Pernambuco - Rede SEMEAM: História Trajetória e Atuação. Brazilian Journal of Agroecology and Sustainability, 4(2). https://doi.org/10.52719/bjas.v4i2.5387