Diagnóstico da vegetação remanescente de Mata Atlântica e ecossistemas associados em espaços urbanos

Authors

  • Mayara de Sousa Dantas UFPB
  • Nadjacleia Vilar Almeida UFPB
  • Iara dos Santos Medeiros UFPB
  • Milena Dutra da Silva Universidade Federal de Alagoas

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.2.1.2017.1128.87-97

Keywords:

Ecologia da Paisagem, Índices de Paisagem, Fragmentação.

Abstract

A perda e a fragmentação de habitats constituem uma das principais ameaças a conservação da biodiversidade e aos serviços ambientais prestados. Por intermédio das métricas de Paisagem, as mudanças nos padrões da mancha de remanescentes vegetacionais podem ser mensuradas e monitoradas. A presente pesquisa objetivou realizar o Diagnóstico da Vegetação Remanescente de Mata Atlântica e Ecossistemas Associados em Espaços Urbanos de João Pessoa-Paraíba. Para tal, foram obtidas imagens de satélite RapidEye, adquiridas no GeoCatalógo do Ministério do Meio Ambiente, correspondente ao ano de 2015, dando suporte a elaboração e edição de dados vetoriais. Posteriormente, foi efetuado o cálculo das métricas de paisagem na extensão V-LATE (Vector Based Landscape Analysis Tools Extension), versão gratuita para estudo. Feito isto, foram elaborados mapas temáticos de Borda e o de Índice médio de forma, gerando assim o diagnóstico ambiental da vegetação. A vegetação remanescente de mata atlântica apresenta-se fragmentada em 48 manchas, com área reduzida e uma alta densidade de bordas. O índice médio de forma foi equivalente a 2,698, evidenciando que as manchas apresentaram formatos mais lineares, muitas vezes, não contendo areas-núcleo no interior dos fragmentos. Conclui-se que a vegetação remanescente de mata atlântica em João Pessoa apresentam forma e estrutura que suscitam preocupante grau de fragilidade ambiental, fazendo-se necessária a ampliação das fiscalizações na área, bem a implementação de medidas de recuperação e preservação ambiental.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Mayara de Sousa Dantas, UFPB

Ecóloga pela UFPB.

Nadjacleia Vilar Almeida, UFPB

Doutora em Geografia. Professora Adjunta da UFPB.

Milena Dutra da Silva, Universidade Federal de Alagoas

Bióloga licenciada (UFRPE - 2006), Mestre em Botânica (UFRPE - 2008) e Doutora em Geografia (Tese em Ecologia Vegetal, UFPE - 2012); com Pós-doutoramento em Urbanismo/Planejamento Urbano e Ambiental (expansão urbana x supressão da vegetação) (UFPB, 2012-2015). Professora Adjunta da Universidade Federal de Alagoas, atua em Ensino, Pesquisa e Extensão, no âmbito dos estudos integrados do meio ambiente, principalmente nos seguintes temas: Ecologia Vegetal; Botânica, Paisagem; Grupos Funcionais Vegetais; Anatomia Funcional e Ecológica de Espécies Tropicais, sobretudo da caatinga e restinga; Vegetação e Sensoriamento Remoto; e Sensoriamento Remoto aplicado ao Planejamento Urbano e Ambiental; e Gestão Ambiental.

References

ANJOS, F. W. 2016. Urbanização dispersa e a transformação da paisagem natural: estudo de caso sobre a dispersão urbana na bacia do Rio Cuiá, na cidade de João Pessoa-PB, Brasil. Dissertação (Mestrado). João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba.

BRASIL. 2012. Lei nº 12.651, de 25 de maio.

COSTA, R. B. 2003. Fragmentação florestal e alternativas de desenvolvimento rural na região centro-oeste.1ed.UCDB, Campo Grande.

COUTO, P.,2004. Análise factorial aplicada a métricas da paisagem definidas em fragstats. Investigação Operacional, v.24, p.109-137.

CAMPANILLI, M.; SCHAUFFER, W. B. 2010 Mata Atlântica: Manual de adequação ambiental. Brasília: MMA/ SBF.

DOOLINGER, S. J.; ROSS, V. L.; PRESTON, L. A. 2002. Intellect and individuality. Creative Research Journal, v.14, n.2, p.213-226.

ECOPAISAGEM. O surgimento da ecologia de paisagens. 2014. Disponível: http://ecopaisagem.wikispaces.com/O+Surgimento+da+Ecologia+de+Paisagens. Acesso: 20/05/2014.

FERNANDES; M. A. M. 2013. A (re)produção do espaço urbano no bairro Altiplano, João Pessoa, PB: estratégias iniciativas e interesses dos agentes que produzem a cidade. Dissertação (Mestrado). João Pessoa, Centro de tecnologia, Universidade Federal da Paraíba.

FORMAN, R. T. T.; GALLI, A. E.; LECK, C. F. 1976. Forest size and avian diversity in New Jersey woodlots with some land use implications. Oecologia, v.26, p.18-8.

FORMAN, R. T. T.; GODRON, M. 1986. Landscape ecology. USA: J. Wiley.

FORMAN, R. T. T. 1995 Land mosaics. Cambridge: University Press.

GRISE, M. M. 2008. A estrutura da paisagem do mosaico de unidades de conservação do litoral norte do Paraná. Dissertação (Mestrado). Paraná, Universidade Federal do Paraná.

IBGE. Sinopse do censo Demográfico 2010. 2011. Rio de Janeiro.

JÚNIOR, A. T. F.; BRANDÃO, S. L. F. C.; ROCHA, D. K.; MARANGON, C. L.; FERREIRA, C. L. R. 2006. Efeito de borda na estrutura de espécies arbóreas em um fragmento de floresta ombrófila densa, Recife, PE, Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v.1, n.único, p.49-56.

KAPOS, V.; WANDELLI, E.; CAMARGO, J. L.; GANADE, G. 1997. Edge-related changes in environmental and plants responses due to forest fragmentation in central Amazonia. In: LAURENCE, W. F.; BIERREGAARD, R. O. (eds.). Tropical forest remnants: ecology, management, and conservation of fragmented communities.

LANG, S.; BLASCHKE, T. 2009. Análise da Paisagem com SIG. Tradução: HERMANN KUX. 1 ed. Oficina de Textos, São Paulo.

MMA.Ministério do Meio Ambiente, 2013.conceito de áreas verdes. Disponível: http//www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/areas-verdes-urbanas. Acesso: 05 set. 2013.

METZGER, J. P. 2001. O que é Ecologia de Paisagens? Revista Biota Neotropica, São Paulo.

MURCIA, C. 1995. Edge effects in fragmented forests: implications for conservation. Tree, v.2, p.58-62.

NUCCI, J. C. 2007. Origem e desenvolvimento da ecologia e da ecologia de paisagem. Geografar, v.2, n.1, p.77-99.

PARAÍBA. 1985. Atlas Geográfico do Estado da Paraíba. Secretaria da Educação-Governo do Estado da Paraíba. Universidade Federal da Paraíba-UFPB. João Pessoa. Grafiset. p.100.

PACIÊNCIA, M. L.B.; PRADO, J., 2004. Efeitos de Borda sobre a comunidade de pteridófitas na Mata Atlântica da região de Una, sul da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v.27, n.4, p.641-653.

PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. 2001. Biologia da Conservação. 1 ed. E. Rodrigues, Londrina.

PORTAL SOS Mata Atlântica. Disponível: http//www.sosmataatlantica.org.br. Acesso: 02 set. 2016.

PORTO, M. L.; MENEGAT, R. 2004. Ecologia de paisagem: um novo enfoque na gestão dos sistemas da terra e do homem. In: MENEGAT, R.; ALMEIDA, G. (Orgs.) Desenvolvimento sustentavél e gestão ambiental nas cidades: estratégias a partir de Porto Alegre.ed. da UFRGS, Porto Alegre, p.361-375.

PELLEGRINO, P. R. M.; GUEDES, P. P; PIRILLO, F. C.; FERNANDES, S. A. 2006. A paisagem da borda: Uma estratégia para condução das águas da biodiversidade e das pessoas. In: COSTA, L. M. S. A. (org.). Rios e paisagens urbanos em cidades brasileiras. PROURB, Rio de Janeiro, pp.57-76.

RUDOLPHO, L. S.; BRAGHIROLLI, G.; REFOSCO, J. C.; SANTIAGO, A. G.; SABOYA, R. T. 2013. Aplicação de técnicas de geoprocessamento e métricas da paisagem na análise temporal da cobertura florestal da Bacia do Ribeirão Fortaleza em Blumenau/SC. Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto SBSR, Foz do Iguaçu,PR,Brasil.

SILVA, L, M, T. 2013. Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica: o pioneirismo de João Pessoa, PB. Anais do XV Enanpur. Recife: Anpur, pp.627-642.

SILVA, M. D.; CASTRO, A. A. B. C.; SILVA, B. A.; SILVA, G. J. A.; SILVEIRA, J. A. R. 2014. Crescimento da mancha urbana na cidades de João Pessoa,PB. In: Silveira. J. A. R; Silva, M. D; Castro, A. A. B. C. (org.) Dinâmica da cidades e bordas urbanas. F&A gráfica e editora LTDA, João Pessoa, pp.55-72.

SILVA, M. D; CLEMENTE, J. C; SILVA, G. J. A.; Almeida, N. V.; Silveira, J. A. R., 2016. Expansão urbana e periferização em cidades de porte médio: crescimento direção e velocidade. In: SILVA, G. J. A.; SILVA, M. D.; SILVEIRA, J. A. R. (org). Lugares e suas interfaces intraurbanas (transformações urbanas e periferização). Editora PARAIBOA, João Pessoa, p.293-320.

TURNER, M. G. 1989. Landscape ecology: the effect of pattern on process. Annual Review of Ecology and Systematics, v.20, p.171-197.

SEAGLE, S. W. 1986. Generation of species-area curves by a model of animal-habitat dynamics. In: VERNER, M. L.; MORRISSON, M. L.; RALPH, C. J. WILDLIFE 2000 - Modeling habitat relationships of terrestrial vertebrates. Madison, The University of Wisconsin, pp. 281-286.

SAUNDERS, D. A.; HOBBS, R. J.; MARGULES, C. R. 1991. Biological consequences of Ecosystem fragmentation. Conservation Biology, v.5,p.18-32.

VARJABEDIAN, R. 2010. Lei da Mata Atlântica: retrocesso ambiental. Estudos Avançados, v.24, n.68, p.147-160.

TURNER, M. G.; GARDNER, R. H. O’NEIL, R. V., 2001. Landscape ecology in theory and practice: patterns and process. Springer-Verlag, New York.

VIDOLIN, G. P.; BIONDI, D.; WANDENBRUCK, A. 2011. Análise da Estrutura da Paisagem de um Remanescente de Floresta com Araucária, Paraná, Brasil. Revista Árvore, v.35, n.3 p.515-525.

Published

2017-01-31

How to Cite

Dantas, M. de S., Almeida, N. V., Medeiros, I. dos S., & Silva, M. D. da. (2017). Diagnóstico da vegetação remanescente de Mata Atlântica e ecossistemas associados em espaços urbanos. Journal of Environmental Analysis and Progress, 2(1), 87–97. https://doi.org/10.24221/jeap.2.1.2017.1128.87-97