Variação nas concentrações de compostos fenólicos e nas taxas de herbivoria em Aspidosperma pyrifolium Mart. em áreas antropizadas de Caatinga
DOI:
https://doi.org/10.24221/jeap.2.1.2017.1075.61-71Palavras-chave:
Defesas químicas, metabólitos secundários, semiárido, taninos, nutrientes, ApocynaceaeResumo
Disponibilidade de recursos e perturbações antrópicas possuem relevância nas respostas à atuação dos herbívoros. Ao longo da evolução as plantas desenvolveram estratégias de defesa contra a herbivoria, como as defesas químicas. O objetivo deste trabalho foi analisar a relação entre as taxas de herbivoria e caracteres biométricos de Aspidosperma pyrifolium Mart, e o conteúdo foliar de compostos fenólicos/taninos, em áreas de Caatinga, com e sem perturbações antrópicasna microrregião de Itaparica, Pernambuco. Foram realizadas medidas de taxa de herbivoria, biometria,e conteúdo de carbono, nitrogênio e compostos fenólicos/taninos. Os dados foram analisados através de ANOVA fatorial seguida de teste de Tukey (5%), e análises correlação e regressão linear simples. Os parâmetros biométricos não apresentaram diferenças entre as áreas, nem relação com o conteúdo de compostos fenólicos. Os conteúdos de nitrogênio foram maiores no mês mais seco, enquanto os de carbono foram maiores no fim da estação chuvosa. Concentrações de compostos fenólicos/taninos tiveram relação negativa com as taxas de herbivoria das áreas impactadas, mas nas áreas preservadas essa relação não foi observada. O consumo prévio das folhas por caprinos pode ter estimulado o aumento na produção de compostos de defesa nas áreas impactadas, o que ocasionou queda nas taxas de herbivoria por insetos. Já nas áreas preservadas a diminuição significativa da herbivoria em Junho pode estar ligada ao fim do ciclo de crescimento de alguns invertebrados Embora a influência da pecuária extensiva possa ser notada em áreas impactadas ela não pode ser considerada a causa única da relação herbivoria/produção de compostos fenólicos.Downloads
Referências
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