Integrando geotecnologias simples e gratuitas para avaliar usos/coberturas da terra: QGIS e Google Earth Pro

Autores

  • Luís Flávio Pereira Universidade Federal de Viçosa - UFV
  • Ricardo Morato Fiúza Guimarães Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP
  • Raphael Rivadávia Mendes Oliveira Universidade Federal de Viçosa - UFV

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.3.3.2018.1839.250-264

Palavras-chave:

Degradação da terra, relação solo-paisagem, Zona da Mata – MG.

Resumo

Devido à importância e dificuldade na avaliação do uso/cobertura da terra, a utilização de geotecnologias gratuitas tem aumentado. Avaliou-se detalhadamente o uso/cobertura da terra (UCT) na bacia do córrego Dornelas (BD) (MG, Brasil) a partir da integração dos softwares QGIS e Google Earth Pro (GEP) e discutiu-se potencialidades e limitações dessas geotecnologias, a partir de dados de campo e imagens/modelos tridimensionais do GEP. Os resultados mostraram que: (1) QGIS e GEP são complementares e sua integração é simples e eficaz na avaliação do UCT, pois o mapeamento, via interpretação dos dados do GEP no QGIS, apresentou alta acurácia na validação de campo (Kappa = 0,922); (2). O método é utilizado especialmente ao mapeamento multicategórico de pequenas áreas em escala ultradetalhada, mas os softwares apresentados também possuem ampla aplicação em estudos de áreas extensas; (3) interações pedogeomorfológicas regulam o uso e estado de ocupação da terra na BD: agricultura e moradia são praticadas em pequenas áreas de baixa altimetria e declividade, enquanto matas e pastagens apresentam distribuição generalizada. Pastagens estão mais degradadas em regiões elevadas e declivosas. Há uma recente reintensificação da agricultura na região, mas a interpretação desse processo necessita de estudos específicos, sob uma ótica geohistórica e geopolítica.

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Publicado

2018-06-04

Como Citar

Pereira, L. F., Guimarães, R. M. F., & Oliveira, R. R. M. (2018). Integrando geotecnologias simples e gratuitas para avaliar usos/coberturas da terra: QGIS e Google Earth Pro. Journal of Environmental Analysis and Progress, 3(3), 250–264. https://doi.org/10.24221/jeap.3.3.2018.1839.250-264