Avaliação da germinação de sementes de Spondias tuberosa Arr. dispersas por caprinos
DOI:
https://doi.org/10.24221/jeap.5.2.2020.2814.186-193Palavras-chave:
Floresta tropical seca, umbu, caatinga, bodeResumo
Elevadas densidades de caprinos em florestas tropicais secas têm causado sérios problemas em relação ao recrutamento, crescimento, distribuição e capacidade regenerativa de plantas, especialmente para espécies endêmicas. Plântulas de Spondias tuberosa Arr. (umbu), uma frutífera endêmica da Caatinga e de grande importância sociocultural, estão escassas em virtude da alimentação destes animais. Apesar dessa problemática, uma eventual tarefa desses animais como dispersores de sementes em regiões mais defaunadas é desprezada. Diante disso, o objetivo do estudo foi avaliar o poder germinativo de sementes de umbuzeiro após passagem pelo trato gastrointestinal de caprinos. Sementes foram oferecidas a 13 caprinos, alojados em um pequeno cercado. Todas as sementes regurgitadas e as dispostas nas fezes foram coletadas. Sementes com escarificação física e controle também foram testadas. A taxa de recuperação de sementes foi de 69%. O percentual médio de germinação apresentou índices maiores para o tratamento das sementes regurgitadas quando comparado aos demais. O tempo médio de germinação, o índice de velocidade de emergência e a sincronia foram estatisticamente diferentes nas sementes escarificadas mecanicamente. As sementes de umbu consumidas por caprinos obtiveram um percentual de recuperação elevado especialmente pelo processo de regurgitação das mesmas, sendo responsável também pelo incremento porcentagem média de germinação da espécie. Apesar destes pontos, é necessário considerar o modo como as sementes são depositadas, que neste caso, é normalmente agregado, diminuindo as chances de estabelecimento da espécie em ambientes naturais, não podendo, portanto, considerá-lo como dispersor legítimo.Downloads
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