Heróis problemáticos
cavaleiros sem identidade
Keywords:
Miguel de Cervantes, Italo Calvino, novelas de cavalaria, herói problemáticoAbstract
As novelas de cavalaria narram episódios de homens corajosos e honrados que, numa armadura reluzente, partem em campanhas de resgate material e espiritual. Desconstruindo essa imagem perfeita, surge El ingenioso hidalgo don Quijote de la Mancha (1605), o homem concreto de Miguel de Cervantes que atinge o ideal cavaleiresco apenas na imaginação. Mais tarde nasceria Agilulfo, Il cavaliere inesistente (1957) de Italo Calvino, que, por sua vez, realmente cumpre os deveres de seu título, mas não passa de um emaranhado de conceitos e ideias. O rico diálogo entre essas obras permite uma releitura crítica do antigo gênero dos cavaleiros errantes e se estende a uma reflexão sobre o contraste, ainda atual, entre o que somos e o que pretendemos ser.Downloads
References
ABDALA JUNIOR, B.; PASCHOALIN, M. A. História social da literatura portuguesa. 2 ed. São Paulo: Ática, 1985.
BAKHTIN, M. Introdução. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. 6. ed. Tradução de Yara Frateschi Vieira. São Paulo / Brasília: Hucitec / Editora Universidade de Brasília, 2008.
_____. Questões de Literatura e de Estética: a teoria do romance. Tradução de Aurora Bernardini et al. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.
CALVINO, I. O cavaleiro inexistente. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
_____. Por que ler os clássicos. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CANDIDO, A. et al. A personagem de ficção. 11. ed. São Paulo: Perspectiva, 2009. (Coleção Debates; 1)
CERVANTES SAAVEDRA, M. Dom Quixote de la Mancha. Tradução dos Viscondes de Castilho e Azevedo. São Paulo: Abril Cultural, 1981.
D’ONOFRIO, S. Literatura Ocidental: Autores e obras fundamentais. 2 ed. São Paulo: Ática, 2002.
FORSTER, E. M. Aspectos do Romance. Tradução de Sergio Alcides. 4 ed. São Paulo: Globo, 2004.
HUTCHEON, L. O alcance pragmático da paródia. In: Uma teoria da paródia: Ensinamentos das formas de Arte do século XX. Tradução de Teresa Louro Pérez. Lisboa: Ed. 70, 1989.
LOPES, M. A. Explorando um gênero literário: os romances de cavalaria. Tempo. Revista do Departamento de História da UFF, v. 15, p. 147-165, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tem/v16n30/a07v16n30.pdf>, acesso em: 04 out. 2012.
LUKÁCS, G. A teoria do romance. Tradução de José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Duas Cidades/ Editora 34, 2000.
_____. O Romance como Epopéia Burguesa. São Paulo: Ensaios Ad Hominem/ Estudos e Edições Ad Hominem, no 1, Tomo II, p. 87-117, 1999. (Publicado originalmente na Enciclopédia Literária, Vol. IX, Moscou, 1935.) In: OLIVEIRA, M. H. Dom Quixote como o primeiro romance moderno. In: XI Congresso Internacional de ABRALIC, 2008, São Paulo. Anais do XI Congresso Internacional da ABRALIC. São Paulo: ABRALIC, 2008. v. 1.
MACHADO, R. V. O perfeito livro de cavalarias de Dom Quixote. In: XI Congresso Internacional de ABRALIC, 2008, São Paulo. Anais do XI Congresso Internacional da ABRALIC. São Paulo: ABRALIC, 2008. v. 1.
ROSENFELD, A. Texto / Contexto. 2. ed. São Paulo: Perspectiva. 1973. (Coleção Debates; 7)
TODOROV, T. Introdução à literatura fantástica. Tradução de Maria Clara Correa Castelo. 3 ed. São Paulo: Perspectiva, 2004. (Debates; 98)
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2021 Encontros de Vista
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Política de Acesso Livre
A Encontros de Vista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento acadêmico-científico ao público proporciona maior democratização do conhecimento. Não são cobradas taxas ou encargos em nenhuma instância do processo de submissão e publicação.