Imagens do Brasil em canções da Copa do Mundo FIFA 2014
atualização e reconstrução de uma memória
Keywords:
memória discursiva, canção, imagens do Brasil, futebolAbstract
O objetivo deste trabalho é investigar o trabalho da memória discursiva na constituição dos jingles e canções construídos por ocasião da participação do Brasil na Copa do Mundo da Fifa 2014. Primeiro, fazemos uma reflexão teórica que visa a contribuir com o debate acerca do conceito de memória no âmbito da Análise do Discurso Pecheutiana (ADP), tomando como referências as contribuições do próprio Pêcheux ([1984]1999, [1983] 1990, [1975] 1995, [1975] 1997), de Courtine ([1981]2009, 1999), de Achard ([1984]1999) e de Indursky (2011, 2008). Em seguida, analisamos letras de músicas pró-Seleção Brasileira de Futebol, produzidas por diferentes artistas e patrocinadas por distintas organizações, a partir do dispositivo teórico metodológico da ADP. Os resultados indicam que, no âmbito da Formação Discursiva Ufanista, instauram-se e amalgamam-se vozes heterogêneas e divergentes. Também constatamos que a forma-sujeito desse domínio de saber está fragmentada em diferentes posições-sujeito, as quais corroboraram para a instauração de um acontecimento enunciativo.Downloads
References
ACHARD, P. Memória e a produção discursiva do sentido. [1984] In: ACHARD, P. et al (org.).Papel da memória. Campinas/São Paulo: Pontes, 1999.
AGUSTINI, C. (N)as dobraduras do dizer e (n)o não-um do sentido e do sujeito: um efeito da presença do interdiscurso no intradiscurso. In: INDURSKY, F. & LEANDRO FERREIRA, M. C (org.) A Análise do Discurso no Brasil: mapeando conceitos, confrontando limites. São Carlos/ São Paulo: Claraluz, 2007, p. 303 – 312.
BORBA, Asaph. Clamemos pela nação. Disponível em: http://www.ibcbarra.com.br/artigos.php. Acesso em: 05 jul. 2014.
BRANDÃO, H. N. Introdução à Análise do Discurso. [1999]. 2a ed. Campinas, São Paulo: Editora da UNICAMP, 2004.
CHARAUDEAU, P.; MAINGUENEAU, D. Dicionário de Análise do Discurso. São Paulo: Contexto, 2004.
COURTINE, J-J. Análise do Discurso político: o discurso comunista endereçado aos cristãos. [1981] São Carlos, São Paulo: UFSCAR, 2009.
_____. O chapéu de Clémentis. In: INDURSKY, F. & LEANDRO FERREIRA, M.C. (org.). Os múltiplos territórios da Análise do Discurso. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 1999, p. 15-22.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. [1969] 3a ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1987.
INDURSKY, F. A memória na cena do discurso. In: INDURSKY, F.; MITTMANN, S.; LEANDRO FERREIRA, M.C. (org.). Memória e história na/da Análise do Discurso. Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 2011, p. 67 – 89.
____. A noção de sujeito em Análise de Discurso: do desdobramento à fragmentação. In: Práticas discursivas e identitárias: sujeito e língua. Porto Alegre: Nova Prova, 2008 (Coleção Ensaios – PPG-Letras UFRGS, no 22).
PÊCHEUX, M. Papel da memória. [1984] In: ACHARD, P. et al. (org.). Papel da memória. Campinas, São Paulo: Pontes, 1999, p. 49-57.
____. O discurso: estrutura ou acontecimento. [1983] 2a ed. São Paulo: Pontes, 1990.
____.; FUCHS, C. A propósito da Análise Automática do Discurso: atualizações e perspectivas(1975). In.: GADET, F.; HAK, T.(org.). Por uma Análise Automática do Discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas, São Paulo: Editora da UNICAMP, 1997, p. 163-179.
____. Análise Automática do Discurso (AAD- 69). In.: GADET, F.; HAK, T.(org.). Por uma Análise Automática do Discurso: uma Introdução à Obra de Michel Pêcheux. Campinas/ São Paulo: Editora da UNICAMP, 1997, p.61-161.
____. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. (1975) Campinas, São Paulo: Editora da Unicamp, 1995.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2021 Encontros de Vista
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Política de Acesso Livre
A Encontros de Vista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento acadêmico-científico ao público proporciona maior democratização do conhecimento. Não são cobradas taxas ou encargos em nenhuma instância do processo de submissão e publicação.