Nas tramas da história
(re)visões da América nas narrativas de Eduardo Galeano
Palabras clave:
América Latina, colonização, história, memória, GaleanoResumen
“A história real da América Latina, e da América inteira, é uma assombrosa fonte de dignidade e beleza, mas a dignidade e a beleza, irmãs siamesas da humilhação e do horror, raramente aparecem na história oficial” (GALEANO, 1990, p. 30). Com essas palavras, Eduardo Galeano reverbera algumas das inquietações do sujeito contemporâneo: ceticismo em relação às metanarrativas e o anseio de procurar respostas outras. Nesta aventura, muitas vezes ele desafina o senso comum e, através de uma consciência crítica que congrega uma ideia de cultura como dimensão social e política, empreende (re)visões do passado americano com a intenção de questionar o legado advindo das fontes oficiais na tentativa de atribuir ao continente uma ressignificação histórica. Portanto, o objetivo do presente estudo é analisar as figurações da América nas tramas da história e verificar como Eduardo Galeano, na condição de sujeito depositário de uma memória cultural marcada pela colonização, elabora um discurso (alter)nativo. Para tanto, as contribuições dos Estudos Culturais e Pós-coloniais servirão de referencial teórico, sobretudo, os estudos de Castro-Gómez (2005), Edward Said (1993) e Walter Mignolo (2003; 2007).Descargas
Citas
AGAMBEN. Giorgio. O que é o comtemporâneo? E outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.
CASTRO-GÓMEZ. Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da “invenção do outro”. In: Lander, Edgardo (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas Latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: CLACSO (Colección Sur Sur). 2005. pp. 85-95.
CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
CORDIVIOLA, A. et al. (orgs.). Um projeto inacabado: identidades latino-americanas no ensaio do século XX. Recife: Bagaço, 2001.
_____. Relatos de um continente desaparecido. In: PERREIRA, Diana Araújo; RODRIGUES, Juan Pablo Martín (Org.). Imaginários coloniais: continuidades e rupturas na América Latina contemporânea. São Paulo: Portal editora, 2015. p.19-36.
LEJEUNE, Philippe. O Pacto autobiográfico. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008.
GALEANO, Eduardo. Memoria del fuego I. Los nacimientos. Madrid: Siglo veintiuno de España, 1982.
_____. Memoria del fuego II. Las caras y las máscaras. Madrid: Siglo veintiuno de España, 1984.
_____. Memoria del fuego III. El siglo del viento. Madrid: Siglo veintiuno de España, 1986.
_____. Nós dizemos não. Rio de Janeiro: Revan, 1990.
_____. Las venas abiertas de América Latina. Mexico: siglo xxi editores, 2004.
_____. O caçador de histórias. Porto Alegre: L &PM, 2016.
_____. Confundimos la grandeza con lo grandote. La vanguardia.2012.Disponível em: <http://www.lavanguardia.com>. Acesso: 20 jul. 2016.
ECHEVERRÍA, Roberto González. Mito y archivo - Una teoría de la narrativa latinoamericana. México: EFE, 2000.
GROSFOGUEL, Ramón. Descolonizando los universalismos occidentales: el pluriversalismo transmoderno decolonial desde Aimé Césaire hasta los zapatistas. In: CASTRO GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. (Comp.). El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos e Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007. p. 63-77.
LACLAU, Ernesto. Emancipação e diferença. Rio de Janeiro: EdUERJ. 2011.
LANDER, Edgardo. Ciências sociais: saberes coloniais e eurocêntricos. In:_____. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: CLACSO (Colección Sur Sur). 2005. p. 8-23. Disponível em: < http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar>. Acesso em: 12 jul. 2015.
MENTON, Seymour. La nueva novela histórica de la América Latina, 1979-1992.
México, D.F.: Fondo de Cultura Económica, 1993.
MIGNOLO, Walter. Histórias locais/projetos globais: Colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: UFMG, 2003.
______. El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifesto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalimo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad javeriana Instituto pensar, 2007. p. 25-46.
MOLLOY, Sylvia. Acto de presencia: la escritura autobiográfica en Hispanoamérica. México, D.F.: FCE/Colmex, 1996.
PARREIRAS, Elizabeth. Cidades da América Latina: modernas ou modernizadas? Cadernos de história, Belo Horizonte, v. 6, n. 7, jul. 2001.
PALAVERSICH, Diana. Silencio, voz y escritura en Eduardo Galeano. Madrid: Iberoamericana, 1995.
RUFFINELLI, Jorge. Eduardo Galeano: el hombre que rechazaba las certezas y las definiciones. Revista Casa de las Américas No. 281 octubre-diciembre/2015 pp.128137.
SAID, Edward. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SELIGMAN-SILVA, Márcio; GINZBURG, Jaime e HARDMAN, Francisco Foot (orgs.). Escritas da violência, vol. 2: representações da violência na história e na cultura contemporâneas da América Latina. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012.
WHITE, Hayden. Meta-história: a imaginação histórica do século XIX. São Paulo: EDUSP, 2008.
VIDAL, Paloma. Configurações do comum na narrativa latino-americana contemporânea. In: SELIGMAN-SILVA, Márcio; GINZBURG, Jaime e HARDMAN, Francisco Foot (orgs.). Escritas da violência, vol. 2: representações da violência na história e na cultura contemporâneas da América Latina. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Encontros de Vista
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Política de Acesso Livre
A Encontros de Vista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento acadêmico-científico ao público proporciona maior democratização do conhecimento. Não são cobradas taxas ou encargos em nenhuma instância do processo de submissão e publicação.