A RESISTÊNCIA EM A ILHA SOB O MAR: PRODUÇÃO DE POSSIBILIDADES NO CONTEXTO COLONIAL
Palabras clave:
A ilha sob o mar, colonização, gênero, raça, resistência.Resumen
Este trabalho propõe uma análise do romance A ilha sob o mar, de Isabel Allende (2019), com o objetivo de compreender as condições de existência das populações negras no cenário colonial das Américas. São levantadas três questões que são entrelaçadas pelo enredo: a resistência como prática afirmativa, a desumanização da mulher negra e a concepção da diferença racial. Glissant (2005) é uma das principais referências utilizadas para pensar a resistência como produção de possibilidade. A partir da observação das coalizões que aparecem no romance, é realizada uma análise das relações de gênero com foco na protagonista em sua condição de mulher negra e escravizada. As propostas de Lugones (2019) permitirá uma perspectiva crítica da especificidade dessa condição. A partir da representação do colonizador, são levantadas reflexões sobre os modos de operação do pensamento racista que procura racionalizar a diferença racial como desviança, conceito proposto por Deleuze e Guattari (2012). Como conclusão é observado o modo como o entrelaçamento dessas três temáticas permite a evidência de uma transformação intersubjetiva que ocorre como consequência da conquista da liberdade.Descargas
Citas
ALLENDE, Isabel. A ilha sob o mar. Trad. Ernani Ssó. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: o poder da autodefinição. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Trad. Natália Luchini. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019, p. 271-310.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Trad. Regina Candiani. São Paulo: Boi Tempo, 2016.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2. Vol. 1. Trad. Aurélio Guerra Neto. São Paulo: Ediotra 34, 1995.
______. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2. Vol. 3. Trad. Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. São Paulo: Editora 34, 2012.
FRIEDMAN, Susan. “Além” do gênero: a nova geografia da identidade e o futuro da crítica feminista. In: BRANDÃO, Izabel; CAVALCANTI, Ildney; COSTA, Claudia de Lima; LIMA, Ana Cecília. Traduções da cultura: Perspectivas críticas feministas (1970-2010). Trad. Alcione Cunha da Silveira e Sandra Regina Foulart Almeida. Maceió/Florianópolis: EDUFAL/Editora da UFSC, 2017, p. 519-574.
GLISSANT, Édouard. Introdução a uma Poética da Diversidade. Trad. Enilce Albergaria Rocha. Juiz de Fora: Editora da UFJF, 2005.
GONZALES, Lélia. A categoria político-cultural da Amefricanidade. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019, p. 341-352.
GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 2011.
HUA, Anh. Diaspora and Cultural Memory. In: AGNEW, Vijay. Diaspora, Memory, and Identity. Toronto: University of Toronto Press, 2005, p. 191-208.
LORDE, Audre. Idade, raça, classe e gênero: mulheres redefinindo a diferença. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Trad. Léa Sussekind Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019, p. 239-249.
LUGONES, Maria. Rumo a um feminismo decolonial. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Trad. Pê Moreira. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019, p. 357-377.
______. Colonialidad y Género. In: Tabula Rasa, No. 9, Bogotá, jul-dez, 2008, p. 73-101.
MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1, 2018.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO (Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales), 2005, p. 117-142.
WALTER, Roland. Multi-Trans-Intercultura: Literatura, Teoria Pós-Colonial e Ecocrítica. In: SEDYCIAS, João. Repensando a Teoria Literária. Recife: EdUFPE, 2015, p. 605-660.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Entheoria: Cadernos de Letras e Humanas ISSN 2446-6115
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
O(s) Autor (es), na qualidade de titular (es) do direito de autor do ensaio ou artigo submetido à publicação, de acordo com a Lei nº. 9610/98, concorda (m) em ceder os direitos de publicação à Revista Entheoria e autoriza(m) que seja divulgado gratuitamente, sem ressarcimento dos direitos autorais, por meio do Portal de Revistas Eletrônicas da UFRPE e sites associados, para fins de leitura, impressão e/ou download pela Internet, a partir da data da aceitação do artigo pelo Conselho Editorial da Revista. É vedada a submissão integral ou parcial do manuscrito a qualquer outro periódico.