A INTÉRPRETE MARIA BETHÂNIA
ANÁLISE À LUZ DA TEORIA DIALÓGICA DA LINGUAGEM
Palabras clave:
Bakhtin e o Círculo; Identidade; Maria Bethânia.Resumen
O presente artigo tem por objetivo tematizar elementos de brasilidade evidenciados na intérprete e artista Maria Bethânia. Sob essa égide, entendo a obra de Bethânia sob a perspectiva do gênero canção, remetendo-a à análise híbrida, multicultural e signíca, para aproximar-se da teoria bakhtiniana, com intuito de elucidar em que medida Bethânia se destaca enquanto sujeito da enunciação de múltiplas identidades, abarcando a brasilidade, o regional, o fazer poético, o sincrético e o próprio eu, teorizado aqui a partir de uma análise autobiográfica. Para ratificar tal visão, utilizamos o entendimento da palavra enquanto signo ideológico, que refrata e reflete e refrata a realidade e, nesse caso, é utilizada pela intérprete Bethânia sob o escopo da gestualidade, da entonação, dos fonemas, do enunciado vivo e que são materializados no fazer artístico da intérprete e vislumbrado a partir de Bethânia como manifestações enunciativas e signícas, no qual a antítese se faz presente na sua criação artística, isto é, o sagrado/profano, popular/erudito, entre outras. A análise empreendida neste trabalho, pautada nos princípios teórico-metodológicos da teoria dialógica da linguagem advindos de Mikhail Bakhtin e o Círculo em que elenco como foco dois conceitos basilares: autor-pessoa, e o autor-criador, - nessa esteira, procuro teorizar e correlacionar, em que medida Bethânia se vale, mesmo que de forma inconsciente de tais conceitos para a realização do seu todo artístico e, mais do que isso, para um ato ético do eu-para-mim-mesmo e do eu-para-os-outros.Descargas
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