Respostas fisiológicas de frangos de corte industriais criados sob condições ambientais em Rio Branco – Acre

Autores

  • Gilcineide Araújo Pires Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia Ocidental, Universidade Federal do Acre, Rio Branco - AC, Brasil.
  • Marcelo Bastos Cordeiro Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Unaí-MG, Brasil.
  • Antônia Mariana do Nascimento Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia Ocidental, Universidade Federal do Acre, Rio Branco - AC, Brasil.
  • Suelen Ferreira da Costa Rodrigues Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia Ocidental, Universidade Federal do Acre, Rio Branco - AC, Brasil.
  • Francisco Cildomar da Silva Correia Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia Ocidental, Universidade Federal do Acre, Rio Branco - AC, Brasil.
  • Henrique Jorge de Freitas Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia Ocidental, Universidade Federal do Acre, Rio Branco - AC, Brasil.
  • Edcarlos Miranda de Souza Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia Ocidental, Universidade Federal do Acre, Rio Branco - AC, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.26605/medvet-v14n3-3864

Palavras-chave:

conforto térmico, fisiologia, ITGU, microclima.

Resumo

Esse estudo teve como objetivo avaliar as respostas fisiológicas de frangos de corte industriais e caracterizar as condições climáticas do ambiente interno de criação das aves em Rio Branco - Acre. Utilizou-se 280 aves de linhagens comercial (Cobb e Ross), distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, em esquema de parcelas subdivididas, em que na parcela as linhagens foram consideradas como tratamentos primários e os períodos de coleta tratamento secundário, com 7 repetições e 10 aves por boxe. As variáveis ambientais analisadas foram: temperatura (ºC), umidade relativa (UR) e Índice de Temperatura de Globo Negro e Umidade (ITGU). Os parâmetros avaliados nas aves foram: Temperatura Média Corporal (TMC), Frequência Respiratória (FR) e Temperatura Cloacal (TCL). Os resultados demonstraram ocorrência de estresse por frio nas primeiras 3 semanas de vida das aves, diminuindo ao longo das semanas, sendo que a partir da quarta semana, o estresse por calor foi predominante, chegando a alcançar cerca de 70,4% do tempo de exposição, considerando a temperatura (ºC) a UR e o ITGU, houve efeito do período para todas as variáveis estudadas. Não foi observada implicação das linhagens para nenhum dos parâmetros avaliados, exceto para a TMC entre machos das linhagens estudadas aos 8 dias de idade e de FR aos 43 dias de idade. As médias elevadas de TMC e FR indicaram desconforto das aves, já a TCL se manteve constante. Constatou-se que as variáveis climáticas se apresentaram fora da faixa de conforto térmico para frangos de corte, porém as aves conseguiram ajustar-se fisiologicamente, mantendo sua homeotermia.

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Publicado

20-10-2020

Como Citar

Pires, G. A., Cordeiro, M. B., Nascimento, A. M. do, Rodrigues, S. F. da C., Correia, F. C. da S., Freitas, H. J. de, & Souza, E. M. de. (2020). Respostas fisiológicas de frangos de corte industriais criados sob condições ambientais em Rio Branco – Acre. Medicina Veterinária, 14(3), 210–219. https://doi.org/10.26605/medvet-v14n3-3864

Edição

Seção

Produção Animal