Febre catarral maligna em bovinos no Agreste de Pernambuco

Authors

  • Givaldo Bom da Silva Filho Departamento de Morfologiae Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife-PE, Brasil
  • Hisadora Advincula da Silva Chaves Departamento de Morfologiae Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife-PE, Brasil
  • Lorena D’Andrade Aires Departamento de Morfologiae Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife-PE, Brasil
  • Luciano Nakazato Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil
  • Edson Moleta Colodel Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil
  • Sílvio Henrique Freitas Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo (USP), Pirassununga-SP, Brasil
  • Renata Gebara Sampaio Dória Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo (USP), Pirassununga-SP, Brasil
  • Joaquim Evêncio Neto Departamento de Morfologiae Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife-PE, Brasil
  • Fábio de Souza Mendonça Departamento de Morfologiae Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife-PE, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.26605/medvet-n3-1793

Keywords:

herpesvirus, vasculite, bovino.

Abstract

A Febre Catarral Maligna (FCM) é uma doença infecciosa viral que afeta bovinos e cujo agente etiológico é o herpesvírus ovino tipo 2 (OHV-2). No nordeste brasileiro a doença tem sido subnotificada restringindo-se a poucos relatos. Neste trabalho descreve-se um surto de FCM em uma propriedade situada no município de Limoeiro, Agreste de Pernambuco. O rebanho era formado principalmente por ovinos da raça Santa Inês, composto por 140 animais em diferentes fases de criação, além de um lote de 40 bovinos mestiços da raça nelore criados sob regime semiextensivo. Três bovinos apresentaram sinais clínicos que consistiam principalmente em opacidade bilateral das córneas, sialorreia, úlceras cutâneas na face, mucosa oral, língua, espaços interdigitais e regiões abdominal e lombar. As fezes eram líquidas, de coloração enegrecida e odor fétido. Os achados microscópicos consistiram principalmente em vasculite com infiltrado inflamatório em vários tecidos, tais como rins, abomaso, língua e em vasos da rete mirabile carotídea. Foi realizada a análise de nPCR em amostras de tecido, onde houve amplificação no tecido nervoso de herpesvírus ovino tipo 2. Este trabalho confirma a importância da FCM para o rebanho de bovinos da região, sobretudo em criações consorciadas com ovinos, e evidencia a necessidade da realização de investigações epidemiológicas para o diagnóstico onde a doença não foi confirmada em Pernambuco.

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Published

2017-12-31

How to Cite

da Silva Filho, G. B., da Silva Chaves, H. A., Aires, L. D., Nakazato, L., Colodel, E. M., Freitas, S. H., Dória, R. G. S., Neto, J. E., & Mendonça, F. de S. (2017). Febre catarral maligna em bovinos no Agreste de Pernambuco. Medicina Veterinária, 11(3), 192–196. https://doi.org/10.26605/medvet-n3-1793

Issue

Section

Animal Pathology