Estratégias de manejo reprodutivo para aumentar a produtividade de vacas da raça Nelore na Região Agreste do Rio Grande do Norte
Abstract
Neste trabalho objetivou-se testar a eficiência de diferentes doses de eCG e a reutilização de implantes intra-vaginais de progesterona (P4) nos protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) para vacas Nelore com cria ao pé, bem como diferentes estratégias de manejo reprodutivo para vacas Nelore na Região Agreste do Estado do Rio Grande do Norte. Na primeira etapa, constituída de dois experimentos (EI e EII), foram utilizadas 263 fêmeas com escore de condição corporal variando de 2 a 3 e condição ovariana 2, que haviam parido entre 60 e 110 dias. No EI, avaliando o efeito de duas doses de eCG nos referidos protocolos, as fêmeas foram aleatoriamente distribuídas em três grupos (G1, G2, G3). No G1, as fêmeas do G1 (n = 54) não receberam eCG (controle), enquanto que as do G2 (n = 38) e G3 (n = 50) receberam, respectivamente, 200 UI e 300 UI de eCG. No EII, verificando a eficiência da reutilização dos implantes intravaginais de P4, as fêmeas foram aleatoriamente distribuídas em quatro grupos experimentais (G1, G2, G3, G4). No G1 (n = 31), os dispositivos eram originais, no G2 (n = 46), correspondendo à segunda utilização, no G3 (n = 25) a terceira e no G4 (n = 19) à quarta utilização. Dez dias após a realização da IATF, as vacas foram colocadas juntamente com os reprodutores durante 30 dias. Para avaliar o índice de fertilidade procedeu-se o diagnóstico de gestação por palpação retal no 45º dia após a IATF e no 45o dia após a remoção dos reprodutores. No EI, as porcentagens de gestação da IATF e da monta natural foram, respectivamente, de 22,2% e 55,5% (G1), 42,1% e 78,9% (G2) e 44,0% e 88,0% (G3). As porcentagens de gestação do G1 foram menores (P < 0,05) do que as do G2 e G3, não existindo diferença (P > 0,05) entre G2 e G3. No EII, as percentagens de gestação da IATF e da monta natural foram, respectivamente, de 50,1 e 86,9% (G1), 56,5 e 86,9% (G2), 52,0 e 88,0% (G3) e de 31,6 e 73,% (G4), não sendo constatada diferença (P > 0,05) entre as porcentagens obtidas com IATF e entre aquelas com monta natural. Na segunda etapa, as 945 vacas com cria ao pé, distribuídas em três grupos experimentais (G1, G2 e G3), foram criadas nas mesmas condições de solo, clima e alimentação. No G1, as fêmeas (n = 320) permaneceram durante 12 meses com reprodutores, no G2 (n = 282) foram submetidas à estação de monta (EM) por um período de 120 dias (maio a agosto) e no G3, (n = 343) foram submetidas à EM de 120 dias (maio a agosto), utilizando-se a inseminação artificial (IA) baseada na observação de estro nos meses de maio e junho, a IATF no mês de julho e a monta natural no mês de agosto. Os índices de prenhez obtidos foram de 44,7% (G1), 64,9% (G2) e de 80,5% (G3). Os resultados permitem concluir que a IA e a IATF podem elevar as taxas de prenhez, bem como permitem recomendar a utilização de 200 UI de eCG e até a quarta utilização dos implantes intra-vaginais de P4 nos protocolos de IATF em bovinos de corte. É também possível concluir que o estabelecimento de uma estação de monta, associando-se IA e IATF com repasse de reprodutores, é providencial na região onde este trabalho foi executado, principalmente em decorrência do curto período chuvoso propiciar maior quantidade e melhor qualidade das condições de pastagem.Downloads
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