Aspectos etiológicos e comparação de duas técnicas de diagnóstico de endometrite bacteriana em éguas procedentes do Agreste e da Zona da Mata do Estado de Pernambuco
Resumo
Objetivou-se estudar a etiologia e alguns aspectos relacionados ao diagnóstico das endometrites bacterianas em éguas procedentes de propriedades da Zona da Mata e Agreste do estado de Pernambuco. Para o estudo da etiologia e sensibilidade antimicrobiana foram selecionadas 64 éguas de várias raças, sendo 39 sem suspeita de endometrite e 25 suspeitas. Todas as éguas utilizadas nesse estudo encontravam-se no início do estro e a coleta do material foi realizada antes da inseminação artificial ou monta natural. O material foi obtido após lavagem e secagem da região vulvar e perivulvar utilizando-se swabs. O swab foi semeado em placas contendo ágar base acrescido de 8% (v/v) de sangue ovino desfibrinado, ágar levine e ágar Sabouraud. As placas foram incubadas em aerobiose a 37º C por 72h, sendo analisadas a cada 24h. Os testes de sensibilidade antimicrobiana in vitro dos isolados foram realizados, utilizando-se a técnica de difusão em ágar Müeller Hinton. Observou-se que das 64 éguas analisadas, 41 (64,4%) foram positivas ao exame microbiológico e o microrganismo mais freqüente isolado foi a Escherichia coli (20,4%) seguido de Klebsiella sp (10,9%) e Shigella sp (10,9%). O perfil de sensibilidade dos microrganismos isolados frente aos nove antibióticos utilizados demonstrou que a maioria dos microrganismos isolados foram sensíveis a gentamicina (70,0%). Constatou-se, ainda, que os microrganismos apresentaram um elevado índice de resistência a eritromicina (88,5%), ampicilina (86,5%) e penicilina (83,0%). Relatou-se, também, a participação da Candida sp em éguas suspeitas de endometrites no diestro. Para avaliação da correlação entre o exame microbiológico e citológico para o diagnóstico de endometrite bacteriana, utilizou-se 25 éguas de várias raças com suspeita de endometrite. Realizou-se o exame microbiológico e para a citologia uterina utilizou-se escova ginecológica realizando-se esfregaços do material obtido em lâminas que foram coradas pelas técnicas de GIEMSA. Das 25 éguas estudadas 09 (36,0%) foram negativas ao exame microbiológico e 16 (64,0%) positivas. Dentre as amostras positivas ao exame microbiológico, observou-se reação inflamatória ao exame citológico em quatro (25,0%), confirmando a infecção uterina nesses animais. Os microrganismos que apresentaram maior freqüência de isolamento foram: Escherichia coli (25,0%) seguido de Klebsiella sp (18,8%) e Shigella sp (12,5%). O valor de concordância entre os exames microbiológico e citológico foi K= 0,058, demonstrando uma fraca concordância. Ao exame citológico observou-se que cinco (20,0%) animais apresentaram processo inflamatório severo com presença de neutrófilos superior a 30% da lâmina e um animal (4,0%) apresentou 20% de neutrófilos, indicando processo inflamatório moderado. Conclui-se que os principais microrganismos isolados neste estudo são ambientais, ressaltando-se a importância de se realizar ensaios in vitro para contribuir para uma terapêutica mais eficiente nos casos de endometrite eqüina e que os resultados do exame microbiológico devem ser interpretados com cautela para evitar resultados falso positivos que coloquem em risco a integridade da mucosa uterina pela utilização de antibioticoterapia desnecessária, aumentando os gastos de produção e a possibilidade de resistência bacteriana, além da interpretação concomitante dos testes microbiológico e citológico, aumentando a sensibilidade e especificidade do diagnóstico da endometrite infecciosa em éguas.Downloads
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Publicado
12-09-2011
Como Citar
Batista, I. (2011). Aspectos etiológicos e comparação de duas técnicas de diagnóstico de endometrite bacteriana em éguas procedentes do Agreste e da Zona da Mata do Estado de Pernambuco. Medicina Veterinária, 1(1), 95–96. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/article/view/734
Edição
Seção
Medicina Veterinária Preventiva
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