Mudanças climáticas e restauração florestal no Extremo Sul da Bahia

um estudo empírico da recomposição da reserva legal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52719/bjas.v6i1.6475

Palavras-chave:

Cadastro ambiental rural, reserva legal, novo código florestal, lei nº 12.651/12

Resumo

As questões climáticas emergem como um dos desafios mais urgentes e complexos que a humanidade enfrenta no século XXI. Nessa conjuntura, a promoção de políticas públicas e a criação de leis eficazes tornam-se imperativas para mitigar os impactos adversos e adaptar as sociedades às novas dinâmicas ambientais. Essas políticas desempenham um papel central na orquestração de esforços em direção a uma economia mais sustentável e resiliente, fornecendo um enquadramento jurídico essencial para direcionar ações individuais, coletivas e governamentais rumo à atenuação das mudanças climáticas. O Brasil se comprometeu com a restauração de 12 milhões de hectares de florestas até 2030 como uma das estratégias de mitigação das mudanças climáticas. Ainda que esteja estabelecido o período de 20 anos para a recomposição da reserva legal, o marco temporal inicial não está expressamente previsto em lei, o que tem acarretado inconsistências e possível baixa efetividade das políticas de gestão florestal. Este trabalho verificou cadastros ambientais rurais (CAR) de imóveis no Estado da Bahia e analisou cronogramas de recomposição da área de reserva legal. Os resultados apontam que em 70,59% dos imóveis, que precisam recuperar a reserva legal, extrapolou-se o cronograma de recomposição até 2032. Destes, em 45% houve a contagem do prazo a partir da inscrição do imóvel rural no CAR. Concluiu-se que as interpretações equivocadas adotadas fragilizam a recuperação da vegetação nativa e, em maior alcance, a meta brasileira de restauração florestal até 2030.

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Biografia do Autor

Fábio Fernandes Corrêa , Ministério Público do Estado da Bahia

Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), com ingresso na carreira em 2004. É gerente do Programa Floresta Legal desde 2014, coordenou o Núcleo de Defesa da Mata Atlântica (NUMA) e foi gerente do Programa Mata Atlântica Bahia, entre 2016 e 2019, todos no MPBA. Desenvolve, junto com parceiros, o Programa Arboretum de Conservação e Restauração da Diversidade Florestal na região da Hileia Baiana (2011 até a presente data). 1 Secretário da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (ABRAMPA), triênio 2019/2021 e membro do Conselho de Coordenação do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, biênios 2019-2020 e 2021-2022. Possui mestrado em Ciências e Tecnologias Ambientais pela Universidade Federal do Sul da Bahia (2019) e especialização em Direito Ambiental e Urbanístico pela Universidade Anhanguera/Uniderp, com formação para o magistério superior (2013). É bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2000).

Roberto Muhájir Rahnemay Rabbani, Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

Doutor em Direito pela Universidade de Santiago de Compostela, Espanha (USC), aprovado "cum laude" e doutorado europeu, com revalidação pela Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Fiscalidade Internacional e Comunitária pela USC. Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Foi bolsista de Doutorado do Ministério das Relações Exteriores e Cooperação da Espanha (MAEC-AECID). Atuou como Professor Substituto da UFS. Advogou em mais de 745 processos. Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), atuando no Programa de Pós-Graduação em Estado e Sociedade (PPGES) e no Programa de Ciências e Tecnologias Ambientais (PPGCTA). Atuou como Vice-Decano do Centro de Formação em Ciências Humanas e Sociais (CFCHS) e como Coordenador do Curso de Direito, ocasião em que o curso foi reconhecido com nota máxima pelo MEC. Foi Professor Adjunto do Departamento de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CERES-UFRN). Publicou livros e artigos científicos na área de Direito, Tributação Ambiental e Meio Ambiente.

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Publicado

2024-08-24

Como Citar

Fernandes Corrêa , F., Rahnemay Rabbani, R. M., & Carregosa Rabbani, A. R. (2024). Mudanças climáticas e restauração florestal no Extremo Sul da Bahia: um estudo empírico da recomposição da reserva legal. Brazilian Journal of Agroecology and Sustainability, 6(1), 88–115. https://doi.org/10.52719/bjas.v6i1.6475

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Artigos