O Uso de Corantes Naturais por Algumas Comunidades Indígenas Brasileiras: Uma Possibilidade para o Ensino de Química Articulado com a Lei 11. 645/2008
.
DOI:
https://doi.org/10.53003/redequim.v7i2.4207Palavras-chave:
Corantes Naturais, Cultura Indígena, Lei 11.645/08, Ensino de QuímicaResumo
Recentemente, por meio da legislação 11.645 de 2008, a temática indígena começou a ser considerada objeto de estudo na educação básica. Desde então, tem se pensado em possibilidades de incluir a temática em sala de aula e sobre como realizar essa abordagem. Por essa razão, este trabalho tem como objetivo promover a inclusão da temática indígena em sala de aula, por meio do ensino e aprendizagem de Química orgânica, contextualizando a extração e utilização dos corantes naturais de urucum, mogno, jenipapo, açafrão e pau-brasil, por algumas comunidades indígenas brasileiras, com o conhecimento científico. Para realizar essa abordagem, desenvolveu-se, com estudantes da terceira série do Ensino Médio, uma oficina temática intitulada “A Química dos corantes naturais utilizados por comunidades indígenas brasileiras”. O desenvolvimento dessa oficina oportunizou a aquisição de conhecimentos químicos, sociais e culturais, por meio de exposições, investigações, discussões e reflexões sobre os povos indígenas do Brasil e discutiu-se importância da lei 11.645/08 para o reconhecimento e a valorização histórico-cultural dos povos indígenas, do estudo e entendimento da química envolvida nos corantes naturais e sua utilização por algumas comunidades indígenas brasileiras. Por fim, este artigo apresenta um aporte teórico a respeito da química dos corantes naturais de urucum, açafrão, jenipapo, mogno e pau-Brasil, bem como sua utilização por algumas comunidades indígenas brasileiras, descreve a metodologia e os resultados da oficina temática aplicada e sugere algumas atividades didáticas para auxiliar os (as) docentes de química na inserção da temática em sala de aula.Downloads
Referências
Almeida, Marcia R.; Martinez, Sabrina T., & Pinto, Ângelo. C. (2017). Química de Produtos Naturais: Plantas que Testemunham Histórias. Revista Virtual de Química, 9(3), p.1117-1153.
Araújo, Julio M. A. (2008). Química de alimentos: Teoria e prática. 4ª ed. UFV. Viçosa-MG.
Bentes, Adria S. (2016). Avaliação do Potencial de Obtenção de Pigmento Azul a partir de frutos de Jenipapo (Genipa americana L.) verdes. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Pará, Belém-PA.
Bolzani, Vanderlan. (2016). A beleza invisível da Biodiversidade: Genipina, o princípio do preto das pinturas no corpo de índios brasileiros. Recuperado em 15 de junho, 2018, de http://ciencianarua.net/a-beleza-invisivel-da-biodiversidade-genipina-o-principio-ativo-do-preto-das-pinturas-nocorpo-de-indios-brasileiros.
Costa, Joanne R., Morais, Ronaldo R., & Campos, Lian. S. (2013). Cultivo e manejo do Mogno (Swietenia Macroplylla King). Documento 114. Embrapa Amazônia Ocidental, Manaus-AM.
Delizoicov, Demetrio, Angotti, José A., & Pernambuco, Marta M. Ensino de Ciências: Fundamentos e Métodos. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
Kraisig, Ângela. R. (2016). A temática “Cores” no ensino de Química. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria- RS.
Martins, Guilherme B. C., Sucupira, Renat R., & Suarez, Paulo A. Z. (2015). A Química e as Cores. Revista Virtual de Química, 7(4), p. 1508-1534.
Menezes, Paula M. (2017). Corpo preparado, Alma protegida: cuidados e aprendizados no crescimento da criança Yudja. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo-SP.
Moraes, Roque, & Galiazzi, Maria C. (2016). Análise Textual Discursiva. Educação em Ciências. 3.ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 264 p.
Orna, Mary V. (1980).Chemistry and artists’ colors: Part I. Light and color. Journal of Chemical Education, 57(4), p. 256-258.
Pintão, Ana M., & Silva, Inês F. (2008) A verdade sobre o açafrão. In Workshop Plantas Medicinais e Fitoterapêutica nos Trópicos. Lisboa-Portugal, 2008.
Pinto, Ângelo. (1995). O Brasil dos viajantes e dos exploradores e a Química de produtos naturais brasileira. Química Nova, 18(6), p.608-615.
Presidência da República. Lei nº 11.645. Brasília. (2008). Recuperado em 02 de março, 2017 de https://www.planalto.gov.br.
Renhe, Isis T. R. (2008). Extração e estabilidade do corante azul do jenipapo (Genipa Americana L.). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG.
Silva, Maria A. M., Falcão, Alcindo S., Silva, Marina S., & Regiani, Anelise M. (2016). A tecelagem Huni Kuin e o Ensino de Química. Química nova na escola, 38(3), p.220-207.
Souza, Maria Cecília B. V., Cunha, Maria F. V., & Souza, Nelson A. de. (2015) Luz e o Desenvolvimento da Indústria da Química Orgânica desde a Antiguidade. Revista Virtual de Química, 7(1), p. 103-111.
Vanuchi, Vânia C. F. (2019). Corantes naturais da cultura indígena no ensino de química. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria- RS.
Vidal, Lux. (org,). (2000). Grafismo indígena estudo de antropologia estética. 2 ª ed. Studio Nobel- FAPESP. Editora da Universidade de São Paulo-SP.
Vilar, Daniela A., Vilar, Marina S. A., Moura, Tulio F. A. L., Raffin, Fernanda. N., Oliveira, Márcia R., Franco, Camilo F. O., Athayde-Filho, Petrônio, F., Diniz, Margareth F., & Barbosa-Filho, José M. (2014). Traditional Uses, Chemical Constituents, and Biological Activities of Bixa orellana L.: A Review. The Scientific World Journal. v. 2014.p. 1-12, Hindawi Publishing Corporation.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Vânia Costa Ferreira Vanuchi, Mara Elisa Fortes Braibante
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A REDEQUIM utiliza da Licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação;
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.