Esta é uma versão desatualizada publicada em 2021-12-26. Leia a versão mais recente.

Quicabelo é Esse? Transição Capilar da Mulher Negra, de Objeto a Sujeito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53003/redequim.v7i2.4209

Palavras-chave:

Transição Capilar, Cabelo, Mulher Negra, Ensino de Química

Resumo

O termo transição capilar é usado para nomear um processo de abandono de técnicas químicas e físicas de alisamento em favor do uso dos cabelos em seus aspectos naturais. Esse processo envolve diferentes etapas desde rejeição, aceitação e ressignificação. Nesta pesquisa, buscamos investigar as relações das mulheres no processo de transição capilar na tentativa de compreender as diversas associações: cabelo e questões étnico-raciais; cabelo como constituição de uma identidade e empoderamento da mulher. Dessa forma, recorremos à metodologia de pesquisa de cunho qualitativo, tendo como instrumentos de coleta de dados e de informações um questionário com dezesseis questões divididas em quatro seções que são: Identificação; Tipos de Cabelos e Processos Químicos; Transição Capilar e Concluí a minha Transição Capilar.  As participantes da pesquisa são trinta e três mulheres negras que já passaram pelo processo de transição capilar. Para análise das respostas, recorremos aos pressupostos teóricos da análise de conteúdo. Neste estudo, analisamos as questões das seções sobre "Transição Capilar" e "Concluí a minha Transição Capilar" que poderiam nos fornecer informações para a compreensão do cabelo como constituição da identidade e do empoderamento da mulher. Os dados revelaram que o processo de transição envolve várias questões, sentimentos e compreensão da sua própria aparência, envolve um autoconhecimento e aceitação. Por fim, acreditamos que a discussão sobre transição capilar pode auxiliar na construção da identidade das mulheres e, ainda, na importância da representação para dar força para as mulheres de cabelo cacheado e crespo, a fim de buscar a compreensão da sua identidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lívia Torquato Ventura Canuto , Universidade Federal de Juiz de Fora

Estudante do curso de Licenciatura em Química da UFJF

Flávia Paola Félix Meira , Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutorando em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora

Referências

Araújo, Hellen C. S. (2020). Um Deboche Autoetnográfico: Uma análise sobre redes de Transição Capilar em Viçosa - AL. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Alagoas.

Barbosa, André B., & Silva, Roberto R. (1995). Xampus. Química Nova na Escola. São Paulo.

Bardin, Laurence (1995). Análise de conteúdo. Lisboa, PT: Edições 70.

Bardin, Laurence (2011). Análise de conteúdo. São Paulo, SP: Edições 70.

Bento, Maria Aparecida S. (2002). BRANQUEAMENTO E BRANQUITUDE NO BRASIL. In: Psicologia social do racismo – estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil/ Iray Carone, Maria Aparecida Silva Bento (Orgs.), 25-58. Petrópolis, RJ: Vozes.

Borges, Marcella M. C., Borges, Keyller B., & Pinheiro, Paulo C. (2018). “Luzes” capilar: dos salões de beleza à educação química. Química Nova na Escola, 40(1), 4-13. doi:10.21577/0104-8899.20160098.

Brasil. Plano Nacional de implementação das diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana (2013). Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Brasília, DF: MEC, SECADI.

Brasil. Lei 10.639/2003, de 9 de Janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9. 394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm.

Brasil. Lei 11.645/08 de 10 de Março de 2008. Altera a Lei nº 9. 394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm.

Cavalcante, Ricardo B., Calixto, Pedro, & Pinheiro, Marta M. K. (2014). Análise de Conteúdo: considerações gerais, relações com a pergunta de pesquisa, possibilidades e limitações do método. Informação & Sociedade: Estudos, 24(1), 13-18. Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/10000.

Cárdenas, Teresa (2010). Cartas para a minha mãe. Rio de Janeiro, RJ: Pallas.

Daflon, Verônica T. (2017). Tão longe, tão perto: identidades, discriminação e estereótipo de pretos e pardos no Brasil (1a. ed.). Rio de Janeiro, RJ: Mauad X.

Daltro, Luana M. (2016). Yes, we can: a transição capilar da mulher negra na mídia tradicional e nas redes sociais. Trabalho de Conclusão de Curso, Comunicação Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Galeano, Eduardo (2006). O Teatro do bem e do mal. Porto Alegre, RS: L&PM.

Gil, Antônio. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social (6a. ed.). São Paulo, SP: Atlas.

Gomes, Larisse L. P. (2017). “Posso Tocar no seu Cabelo?” Entre o “liso” e o “crespo”: transição capilar, uma (re) construção identitária? Dissertação de Mestrado, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Recuperado de https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/183603/PASO0436-D.pdf?sequence=-1&isAllowed=y.

Gomes, Nilma L. (1995). “Mulher Negra que Vi de Perto – o processo de construção da identidade racial de professoras negras”. Belo Horizonte, MG: Mazza Edições.

Gomes, Nilma L. (2003). Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, 29(1), 167-182. Recuperado de https://doi.org/10.1590/S1517-97022003000100012.

Gomes, Nilma L. (2008). Diversidade étnico-racial: por um projeto educativo emancipatório. In: Retratos da escola, 2(2-3), 95-108. Brasília.

Gomes, Nilma L. (2019a). Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra (3a. ed.). Belo Horizonte, MG: Autêntica Editora.

Gomes, Nilma L. (2019b). A compreensão da tensão regulação/emancipação do corpo e da corporeidade negra na reinvenção da resistência democrática. In Perseu: História, Memória e Política, 1, 123-142.

Hall, Stuart (2016). Cultura e representação. Rio de Janeiro, RJ: Ed.PUC-Rio: Apicuri.

Hasenbalg, Carlos (2005). Discriminação e desigualdades sociais no Brasil (2a. ed.). Trad. Patrick Burglin. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG; Rio de Janeiro, RJ: IUPERJ.

Matos, Édila Maria S. (2015). Cachear e Encrespar: Moda ou Residência? Um estudo sobre a construção identitária do cabelo afrodescendente em blogs. Monografia, Curso de Comunicação Organizacional, Faculdade de Comunicação, Universidade de Brasília.

Matos, Lídia (2016). Transição capilar como movimento estético e político. In: Seminário Nacional de Sociologia da Universidade Federal de Sergipe, 845-858. São Cristóvão, SE.

Minayo, Maria Cecília S. (org.) (2001). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade (18a. ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.

Miranda, Lucas M., Mauro, Rafael M., & Flôr, Cristhiane C. (2012). (Des)caminhos da pesquisa sobre leitura e formação de leitores em aulas de química no Ensino Médio. In XVI Encontro Nacional do Ensino de Química (XVI ENEQ) e X Encontro de Educação Química da Bahia. Salvador, BA.

Moura, Adriana F., & Lima, Maria G. (2014). A Reinvenção da Roda: Roda de Conversa, um instrumento metodológico possível. Revista Temas Em Educação, 23(1), 95–103. Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/18338.

Mota, Simone (2018). Que Cabelo é esse, Bela? São Paulo, SP: Editora do Brasil.

Munanga, Kabengele (1999). Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Petrópolis, RJ: Vozes.

Oliveira, Eliana, Ens, Romilda T., Andrade, Daniela B. S. F, & Mussis, Carlo R. (2003). Análise de Conteúdo e Pesquisa na área da educação. In: Revista Diálogo Educacional, 4(9), 11-27. Curitiba, PR. Recuperado de https://www.redalyc.org/pdf/1891/189118067002.pdf.

Piedade, Vilma (2017). Dororidade. São Paulo, SP: Editora Nós.

Quintão, Adrianna M. P. (2013). O que ela tem na cabeça? Um estudo sobre o cabelo como performance identitária. Dissertação de mestrado, Universidade Federal Fluminense, Niterói.

Santana, Bianca (2015). Quando me descobri negra. São Paulo, SP: SESI-SP editora.

Silva, Tomaz T. (org.) (2014). A produção social da identidade e a diferença. In: Identidade e diferença (15a. ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.

Souza, Neusa S. (1983). Tornar-se negro. Rio de Janeiro, RJ: Graal.

Downloads

Publicado

2021-12-26

Versões

Como Citar

Torquato Ventura Canuto , L. ., Félix Meira , F. P. ., & Silva, A. C. A. da. (2021). Quicabelo é Esse? Transição Capilar da Mulher Negra, de Objeto a Sujeito. Revista Debates Em Ensino De Química, 7(2), 4–18. https://doi.org/10.53003/redequim.v7i2.4209