Controlled Vocabulary in Kaingang Rituals

An Instrumental Construction to Face Linguistic and Epistemic Violence in Southern Brazil

Authors

  • Rodrigo de Sales Universidade Federal de Santa Catarina
  • Adriana Aparecida Belino Padilha de Biazi Universidade Federal de Santa Catarina

Keywords:

Kaingang, Kaingang rituals, Controlled vocabulary, Knowledge Organization, Decoloniality, Epistemic violence

Abstract

One of the original peoples that inhabit the South and Southeast of Brazil is the Kaingang people, whose language belongs to the Jê family, integrated into the Macro-Jê linguistic trunk. The Kaingang people are the third most populous indigenous group in Brazil. This article aims to present the conceptual-terminological development of a specific bilingual controlled vocabulary (Kaingang-Portuguese) in the area of Kaingang rituals. Controlled vocabularies are Knowledge Organization Systems (KOS) that perform in information environments (traditional or digital) and operate as instruments capable of representing and retrieving information arising from specific knowledge. To do so, we base our theoretical and instrumental strategy on Knowledge Organization, specifically on the categorical principle defined by Ranganathan, as well as on the creation of proposed categories based on Kaingang knowledge itself. We seek linguistic and cultural understanding of Kaingang rituals supported by Kaingang and non-Kaingang researchers who work in the areas of Indigenous Intercultural Education, History, Anthropology and Pedagogy. We argue that the construction of controlled vocabularies focused on indigenous knowledge can contribute to the visibility and dissemination of their knowledge and help to face the epistemic and linguistic erasures that plague our original cultures.

Downloads

Download data is not yet available.

References

AGUIAR, Franciso Lopes de; TÁLAMO, Maria de Fátima Gonçalves Moreira. O controle de vocabulário da linguagem orgânico-funcional: concepção e princípios teórico-metodológicos. Acervo - Revista do Arquivo Nacional, v. 25, n. 1, p. 117-138, 2012. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/44624. Acesso em: 20 jul. 2022.

AMBROSETTI, Juan B. Los indios Kaingángues de San Pedro (Misiones), con un vocabulario. Buenos Aires: Revista del Jardin Zoológico de Buenos Aires, 1895, tomo II, ent. 10, p. 305-387.

BANDEIRA, Toni Juliano. Aspectos da língua Kaingang - aspects of kaingang language. 22 ed. Travessias. v. 08, n. 03, 2014.

BENTO, Derli; EMILIO, Solange. Ritual da viúva Kaingang na terra indígena Guarita. Monografia (Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica). Florianópolis: UFSC. 2014.

BIAZI, Adriana Aparecida Belino Padilha De. Espiritualidade e conhecimentos da mata na formação dos especialistas de cura Kaingang da Terra Indígena Xapecó/SC. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. Florianópolis: PPGAS/UFSC. 2017.

BIAZI, Adriana A B P de. O lugar da memória na mitologia e a relação com os rituais Kaingang da Terra Indígena Xapecó/SC. Anais... Semana Acadêmica de História (UDESC), Florianópolis, 2019. Anais Semana Acadêmica de História, 2019.

BIAZI, Adriana Aparecida Belino Padilha de. Os especialistas Kaingang e sua relação com o território tradicional envolvendo suas práticas de cura e de formação espiritual. X Encontro Regional Sul de História Oral (UFPR), Curitiba, 2019. Anais do X Encontro Regional Sul de História Oral, 2019.

BIAZI, Adriana Aparecida Belino Padilha De; ERCIGO, Terezinha Guerreiro. A formação do kujá e a relação com seus guias espirituais na Terra Indígena Xapecó/SC. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica). Florianópolis: UFSC. 2014.

BORBA, Têlemaco. Actualidade indígena. Typ e Lytog. A Vapor Impressora Paranaense. Paraná; Coritiba Brasil, 1908.

BRASCHER, Marisa; CAFÉ, Lígia. Organização da Informação ou Organização do Conhecimento? Anais... ENANCIB, IX, 2008, São Paulo. Disponível em: http://repositorios.questoesemrede.uff.br/repositorios/handle/123456789/809. Acesso em: 15 jun. 2021.

CARLAN, Eliana; MEDEIROS, Marisa Bräscher Basílio. Sistemas de Organização do Conhecimento na visão da Ciência da Informação. RICI: Revista Ibero-Amerericana em Ciência da Informação, Brasília, v. 4, n. 2, p. 53-73, ago. 2011. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/12867/1/ARTGO_SistemasOrganizacaoConhecimento.pdf. Acesso em: 11 maio 2022.

CIPRIANO, Valmir. Reflexões sobre práticas de ensino bilingue Kaingang e português na terra indígena Inhacorá. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica). Florianópolis: UFSC. 2020.

CUNHA, Manuela Carneiro da. Cultura com aspas, e outros ensaios. SP. Ed. Cossac Naif, 2009.

CRÉPEAU, Robert. A prática do xamanismo entre os Kaingang do Brasil meridional: Uma breve comparação com o xamanismo Bororo. Horizontes Antropológicos. v. 18, n.8. p: 113-129. 2002.

CRÉPEAU, Robert. Mito e ritual entre os índios Kaingang do Brasil meridional. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre: Ano 3, n. 3, p.173-186. 1997.

D’ANGELIS, Wilmar R. & VEIGA, Juracilda (1995). Bilingüismo entre os Kaingáng: situação atual e perspectivas. Comunicação ao IV Congresso Brasileiro de Lingüística Aplicada. Campinas, Unicamp, 4-6 set. 1995. Publicada em L.T. Mota el alii. Uri e Wãxi. Estudos interdisciplinares dos Kaingáng. Londrina: Ed. UEL, 2000, pp. 307-326.

D’ANGELIS, Wilmar R. Kaingáng: questões de língua e identidade. LIAMES 2 - p. 105-128, Primavera 2002.

DAHLBERG, I. Current trends in Knowledge organization. In: Garcia Marco F. J. (Org.). Organización del conocimiento em sistemas de información y documentación. Zaragoza: Universidad de Zaragoza. 1995, p. 7-25.

DAHLBERG, I. Knowledge organization: a new science? Knowl. Org. v. 33, n. 1, 2006, p. 11-19.

DAHLBERG, I. Knowledge organization: its scope and possibilities. Knowl. Org. v. 20, n. 4, 1993, p. 211-222.

DAHLBERG, I. What is knowledge organization. Knowl. Org, v. 40, n. 1, 2014, p. 85-91.

DODEBEI, Vera Lucia Doyle. Tesauro: linguagem de representação da memóriadocumentária. Niterói: Intertexto; Rio de Janeiro: Interciência, 2002. 119 p.

FOSKETT, A.C. A abordagem temática da informação. Tradução de Antônio Agenor Briquet de Lemos. São Paulo: Polígono; Brasília: Ed.UnB, 1973.

GARCIA, S. M. M.; OLIVEIRA; LUZ, G. M. S. Knowledge organization for query elaboration and support for technical response by the internet In: Dynamism and stability in knowledge organization: Proceedings of the Sixth International ISKO Conference Würzburg: Ergon. 2000. p.189.

GARCÍA GUTIÉRREZ, A. L. Knowledge organization from a culture of the border: towards a trascultural ethics of mediation. In: Challenges in knowledge representation and organization for the 21st century: integration of knowledge across boundaries: Proceedings of the Seventh International ISKO Conference. Würzburg: Ergon, 2002, p.518.

GAYTÁN ZAMUDIO, R. M. Violencia epistémica y creación de subjetividades coloniales. In: Verónica Renata López Nájera (Coord.). De lo poscolonial a la descolonización: genealogías latino-americanas. Cidade do México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2018, p. 28-43.

KUPER, Adam. 2002. Cultura, a visão dos antropólogos. Bauru, SP: EDUSC.

GAKRAN, N. Aspectos morfossintáticos da língua Laklãnõ (Xokleng) “Jê”. Campinas, 2005, 123 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.

GREEN, R. Conceptual universals in knowledge organization and representation In: Challenges in knowledge representation and organization for the 21st century: Integration of knowledge across boundaries: Proceedings of the Seventh International ISKO Conference. Würzburg: Ergon, 2002, p.15.

HANKE, W. Apuntes sobre el idioma Caingangue de los Botocudos de Sta. Catarina, Brasil. Arquivos do Museu Paranaense. [S. l], v. 6, p. 61-97, 1947.

HJORLAND, B. Fundamentals of knowledge organization. Knowl. Org. v. 30, n. 2, p. 87-111, 2003.

HJORLAND, B. What is knowledge organization (KO)? Knowl. Org. v. 35, n. 3/2, p. 86-111, 2008.

HODJE, G. Systems of Knowledge Organization for Digital Libraries: beyond traditional authority files. Washington, DC, Council on Library and InformationResources. 2000.

KENT, R. E. The information flow foundation for conceptual knowledge organization In: Dynamism and stability in knowledge organization: Proceedings of the Sixth International ISKO Conference. Würzburg: Ergon. 2002, p. 111.

KOBASHI, Nair Yumiko. Vocabulário controlado: estrutura e utilização. estrutura e utilização. 2008. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/1289/41/Vocabul%C3%A1rio%20controlado%20-%20estrutura%20e%20utiliza%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 11 maio 2022.

KRENAK, Ailton. Antes, o mundo não existia. In: NOVAES, Adauto (org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 202 – 205.

NIMUENDAJU, C. Etnografia e indigenismo: sobre os Kaingang, os Ofaié-Xavante e os índios do Pará. Marco Antonio Gonçalves (org.). Campinas: UNICAMP, 1993.

MONTEIRO, John Manuel. O Desafio da História Indígena no Brasil. In: SILVA, Aracy Lopes e GRUPIONI, Luis Donisete Benzi (Organização). A Temática Indígena na Escola – Novos Subsídios para Professores de 1º. e 2º. Graus. Brasília: UNESCO, 1995, p. 221-228.

MOTA, Lúcio Tadeu. As guerras dos índios Kaingang: a história épica dos índios Kaingang do Paraná (1769-1924). 2. ed. Maringá: Eduem, 2009.

OLIVEIRA, Maria Conceição de. Os curadores Kaingáng e a recriação de suas práticas: Estudo de caso na Aldeia Xapecó (oeste S. C.). Dissertação do Mestrado em Antropologia Social. Florianópolis: PPGAS/UFSC. 1996.

RANGANATHAN, S. R. Colon classification. 6. ed. Bombay; Calcutta; New

Delhi; Madras; Lucknow; Bangalore; London; New York: Asia Publishing House, 1976.

RANGANATHAN, S. R. Prolegomena to library classification. Bombay: Asia Publishing House, 1967.

RIBEIRO, S. Sonho manifesto: dez exercícios urgentes de otimismo apocalíptico. São Paulo: Companhia da Letras, 2022.

RODRIGUES, A. D. Línguas Brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Edições Loyola, 1986.

ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. A dinâmica do xamanismo Kaingang- À memória do pã’í Vicente Fernandes Fokanh. Numen: revista de estudos e pesquisa da religião, Juiz de Fora, v. 8, n. 2, p. 79-103.2005.

SALES, R. Ranganathan e a mudança no trajeto das classificações de biblioteca. In: LUCAS, Elaine Rosangela de Oliveira; CORRÊA, Elisa Cristina Delfini; EGGERT-STEINDEL, Gisela. As contribuições de Ranganathan para a Biblioteconomia: reflexões e desafios. São Paulo: FEBAB, 2016. p. 57-71.

SALES, R. Tesauros e ontologias sob a luz da Teoria Comunicativa da Terminologia, 2008. 164 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.

SALES, R; CAFÉ, L. Diferenças entre tesauros e ontologias. Perspectivas em Ciênciada Informação, v. 14, n. 1, p. 99-116, jan./abr./2009. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/pci/v14n1/v14n1a08.pdf>. Acessado em: 10 jul. de 2017

SANTOS, Carlos José Ferreira dos. Histórias e culturas indígenas? alguns desafios no ensino e na aplicação da lei 11.645/2008: de qual história e cultura indígena estamos mesmo falando?. História e Perspectivas, Uberlândia (53): 179-209, jan./jun. 2015.

SOUZA, R. R.; TUDHOPE, D.; ALMEIDA, M. B. The KOS spectra: a tentative faceted typology of knowledge organization systems. In: Paradigms and conceptual systems in knowledge organization: Proceedings of the Eleventh International ISKO Conference. Würzburg: Ergon, 2010, p.122.

VICKERY, B. C. Classificação e indexação nas ciências. Tradução de M. C. G.Pirolla. Rio de Janeiro: BNG/Brasilart, 1980. 274p. (Coleção biblioteconomia, documentação, ciência da informação).

WIESEMANN, Ursula Gojtéj. Introdução à língua Kaingáng. Rio de Janeio: Summer Institute of Linguistics (SIL), Arquivo do setor Lingüístico do Museu Nacional. RJ, 1967.

WIESEMANN, Ursula Gojtéj. Kaingang-Português Dicionário Bilíngue. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2002.

WIESEMANN, Ursula Gojtéj. Os dialetos da língua Kaingáng e o Xokléng. Arquivos de Anatomia e Antropologia. Rio de Janeiro, v. III, p. 198-217, 1978.

ZHEREBCHEVSKY. Formalism in knowledge organization. In: Paradigms and conceptual systems in knowledge organization: Proceedings of the Eleventh International ISKO Conference. Würzburg: Ergon, 2010, p. 98.

Published

2023-06-26

How to Cite

de Sales, R., & Belino Padilha de Biazi, A. A. (2023). Controlled Vocabulary in Kaingang Rituals : An Instrumental Construction to Face Linguistic and Epistemic Violence in Southern Brazil. Entheoria: Cadernos De Letras E Humanas, 10(1), 200–228. Retrieved from https://journals.ufrpe.br/index.php/entheoria/article/view/5420