O Agronegócio do Neodesenvolvimentismo Agrário ou a Agroecologia Crítica? O Meio Ambiente para a Educação em Ciências sob a Perspectiva da Luta de Classes

Autores

Palavras-chave:

Meio ambiente e educação, Neodesenvolvimentismo agrário, Agroecologia crítica

Resumo

Este artigo advém de uma pesquisa de pós-doutorado intitulada “O agronegócio e seu rastro de mentiras e destruição: um estudo sobre trabalho-educação e ambiente na perspectiva da luta de classes”. Aqui tratamos da parte teórica-estrutural da pesquisa que fizemos entre março de 2020 e março de 2021, preparação para um trabalho de campo que teria como foco: analisar a expansão do território do agronegócio brasileiro. Refletimos uma política econômica-agrária (e consequentemente ambiental) que vem sendo construída no Brasil desde os momentos finais do século XX, em que, até contrariando o conceito de desenvolvimentismo, vem indicando um processo de reprimarização à economia brasileira. Refletimos sobre as consequências ambientais impostas por esse novo tipo de “desenvolvimentismo” e tangenciamos suas implicações educacionais. Procuramos fazer isso sob a perspectiva teórica de uma Educação Ambiental Crítica que pressupõe fazer a análise sob a perspectiva da luta de classes e sob o pressuposto que o sistema capitalista é estruturalmente responsável pela degradação ambiental. A proposta também foi entregar à Educação em Ciências um estudo que demonstrasse a inevitabilidade da dimensão política para a construção do conhecimento, no caso, que considerasse os diferentes interesses em questão dentro de um conflito socioambiental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexandre Maia do Bomfim, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro

IFRJ

Referências

Almeida, L. F. R. (2012). Entre o nacional e o neonacional-desenvolvimentismo: poder político e classes sociais no Brasil contemporâneo.Serviço Social & Sociedade.São Paulo, n. 112, p. 689-710, out./dez. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n112/05.pdf. ISSN 0101-6628.

Altieri, M.A. (1987). Agroecology: the scientific basis of alternative agriculture. Colorado: Westview Press, Boulder.

Andrade, J. C. & Bomfim, A. M. (2018). Educação Ambiental e Participação: a necessária atuação nos fóruns de gestão ambiental. REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v.35, p.228-247. Disponível em: https://periodicos.furg.br/remea/article/view/7747.

Boito Jr., A. & Berringer, T. (2013). Brasil: classes sociais, neodesenvolvimentismo e política externa nos governos lula e Dilma. REVISTA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA. v. 21, nº 47: 31-38 set.

Bomfim, A. M. (2011). Educação Ambiental para Além do Capital: balanço de estudos e alguns apontamentos à EA sob a perspectiva do Trabalho. Grupo de Pesquisa em Trabalho-Educação e Educação Ambiental – GPTEEA do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ. In: Trabalho Necessário, Rio de Janeiro, ano 9, n° 13. Edição especial. Rio de Janeiro, UFF.

Bomfim, A. M. (2011b). Trabalho, Meio Ambiente e Educação: apontamentos à Educação Ambiental a partir da Filosofia da Práxis. Revista Labor. Fortaleza. n. 5, v. 1. Disponível em: http://www.revistalabor.ufc.br/Artigo/volume5/1_Alexandre_Maia_Bonfim.pdf

Bomfim, A. M. O (2010). (Sub) Desenvolvimento (In)Sustentável: A Questão Ambiental nos países periféricos latino-americanos. In: Trabalho Necessário, Rio de Janeiro, ano 8, n° 10. Rio de Janeiro, UFF.

Bourdieu. P. (2002). Bourdieu entrevistado por Maria Andréa Loyola. Rio de Janeiro, EdUerj.

Bresser-Pereira, L. C. (2013). Empresários, o Governo do PT e o Desenvolvimentismo. Revista de Sociologia e Política. V. 21, Nº 47: 21-29. Paraná. SET. ISSN 0104-4478.

Bresser-Pereira, L. C. (2016). Reflexões sobre o Novo Desenvolvimentismo e o Desenvolvimentismo Clássico. Revista de Economia Política, v.36, n.2, p. 237-265.

Carson. R. (1969). Primavera Silenciosa. São Paulo: Edições Melhoramentos.

Cepêda, V. A. (2012). Inclusão, democracia e novo-desenvolvimentismo: um balanço histórico. Estudos Avançados.vol.26 no.75 São Paulo May/Aug. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142012000200006&script=sci_arttext. ISSN 0103-4014.

Cunha, E. (1984). Os Sertões. São Paulo: Três.

Lamosa, R.& Loureiro, C. F. B. (2014). Agronegócio e educação ambiental: uma análise crítica. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.22, n. 83, p. 533-554, abr./jun.

Löwy, M. (2009). Ecossocialismo e planejamento democrático. Crítica Marxista, n.28, p.35-50. Disponível em: https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/artigo164Artigo3.pdf

Luxemburgo, R. (1990). Reforma Social ou Revolução? 2 ed. São Paulo: Global Editora.

Marx, K. (1984). O 18 Brumário de Louis Bonaparte. 2. ed. Lisboa: Avante. [1852].

Mercadante, A. (2010). As Bases do Novo Desenvolvimentismo no Brasil: Análise do Governo Lula (2003-2010). Tese de Doutorado apresentada ao Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, p. 356.

Mészáros, I. (2002). Para além do capital. Campinas-SP: Boitempo.

Mészáros, I. (2005). A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo.

Nunes, L. S. R., Bomfim, A. M.& Rôças, G. (2018). Educação Ambiental crítica e arte participativa: a construção de reflexão e ação em uma escola da Baixada Fluminense. Revista Amazônia – Revista de Educação em Ciências e Matemática (UFPA), v.14, p.42 - 58. ISSN (versão online): 2317-5125. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/revistaamazonia/article/view/5921

Pires, M. J. S.; Ramos, P. (2009). O Termo Modernização Conservadora: sua origem e utilização no Brasil. Revista Econômica do Nordeste. Volume 40, n° 03, julho - setembro.

Pochmann, M. (2013). Desafios do desenvolvimento brasileiro. Educação & Sociedade, v. 34, n. 124, p. 705–722.

Prazeres, L.; Portinari, N. (2019). Fundo do Desmate – bancos repassaram 165 milhões para empresas com áreas embargadas na Amazônia. O Globo. Rio de Janeiro, 20 de outubro, Caderno Sociedade, p. 43.

Saviani, D. (1987). Escola e Democracia. 19 ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados.

Souza, J. (2019). A Elite do Atraso: da escravidão a Bolsonaro. Estação Brasil. Rio de Janeiro: Editora Sextante.

Wood, E. M. (2001). A Origem do Capitalismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editores.

Downloads

Publicado

2023-12-19

Como Citar

Maia do Bomfim, A. (2023). O Agronegócio do Neodesenvolvimentismo Agrário ou a Agroecologia Crítica? O Meio Ambiente para a Educação em Ciências sob a Perspectiva da Luta de Classes. Mandacaru: Revista De Ensino De Ciências E Matemática, 3(1), 7–21. Recuperado de https://journals.ufrpe.br/index.php/mandacaru/article/view/6544