Educação das Relações Raciais na Formação Docente: um estudo sobre os currículos de Cursos de Licenciatura em Biologia da UFRA
Palavras-chave:
Ciências Biológicas, Formação Docente, Relações RaciaisResumo
Este artigo tem como tema a Educação das Relações Raciais na formação de professores de Ciências e Biologia e como objeto de investigação o modo pelo qual se apresentam as discussões sobre o referido tema nos Projetos Pedagógicos (PPC) de cursos de licenciatura em Biologia ofertados pelos campi de Capanema e Tomé-Açu da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). O objetivo geral incide em compreender como se constituem as discussões relativas à Educação das Relações Raciais nos currículos dos referidos cursos. A estruturação teórica do tema parte de três categorias analíticas: o saber da Educação das Relações Raciais, tendo como base teórica a tríade de especialistas formada por Nilma Gomes (2003), Petronilha Silva (2007) e Wilma Coelho (2007); a formação de professores, por Bernardete Gatti (2008), a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018) e a Base Nacional Comum para Formação de Professores (BNC-Formação) de 2019, e sobre currículo considera Peter Mclaren (1997) e Tomaz Silva (1999). No tocante aos encaminhamentos metodológicos, ancora-se na abordagem de caráter qualitativo e tipo documental (GIL, 2002). Os dados foram levantados por meio de páginas eletrônicas e documentos institucionais e foram analisados por meio de reflexões sobre sua abordagem teórica formativa da instituição de ensino supracitada. Os resultados apontam a necessidade de ampliação dos estudos teóricos e metodológicos sobre a temática, aliada à reflexão sobre o lugar das discussões nos currículos dos cursos da instituição.Downloads
Referências
Brasil. (2003) Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”, e dá outras providências. Brasília.
Brasil. (2001). Ministério da Educação. Parecer no 1.301/2001, de 6 de novembro de 2001. CNE/CES. Diretrizes curriculares nacionais para os cursos de ciências biológicas. Acesso em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1301.pdf.
Brasil. (2004). Ministério da Educação. Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília.
Brasil. (2004). Ministério da Educação. Parecer no 003/2004, de 10 de março de 2004. CNE/CES. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações Étnico-Raciais e para o ensino de história e cultura Afro-Brasileira e africana. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf.
Brasil. (2006). Ministério da Educação. Alfabetização e Diversidade Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília: SECAD. Acesso em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/orientacoes_etnicoraciais.pdf.
Brasil. (2018). Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília.
Brasil. (2019). Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP no 2, de 20 de dezembro de 2019. Brasília.
Carth, J. L. (2017). A Base Nacional Comum Curricular e a aplicação da política de Educação para Educação das Relações Étnico-Raciais. MEC.
Coelho, M. C., & Coelho, W. de N. B. (2018). As licenciaturas em história e a Lei 10.639/03 – Percursos de Formação para o trato com a diferença? Educação em Revista, 34. Acesso em: https://doi.org/10.1590/0102-4698192224.
Coelho, M. C., & Coelho, W. de N. B. (2021). Educação para as Relações Étnico-Raciais e a formação de professores de História nas novas diretrizes para a formação de professores. Educar em Revista, 37. Acesso em: https://doi.org/10.1590/0104-4060.77098 Acesso em: 8 nov. 2022.
Coelho, W. de N. B. (2007). Só de corpo presente: O silêncio tácito sobre cor e relações raciais na formação de professoras no estado do Pará. Revista Brasileira de Educação, 12 (34).
Corrêa, A., & Morgado, J. C. (2018). A Construção da Base Nacional Comum Curricular no Brasil: tensões e desafios. In: Colóquio Luso-Brasileiro de Educação, 2018, Braga e Paredes de Coura. Anais... Braga e Paredes de Coura: Convênio entre a Universidade do Minho e Universidade do Estado de Santa Catarina.
Costa, E. M., Mattos, C. C. de, & Caetano, V. N. da S. (2021). Implicações da BNC- Formação para a universidade pública e formação docente. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, 16, 896-909.
Garcia, M. M. A., Hypolito, Á. M., & Vieira, J. S. (2005). As identidades docentes como fabricação da docência. Educação e Pesquisa, 31 (1), 45-56. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1517-97022005000100004.
Gatti, B. A. (2017). Didática e Formação de Professores: Provocações. Caderno de Pesquisa, 47 (166), 1150-1164.
Gatti, B. A. et al. (2019). Professores do Brasil: novos cenários de formação. Brasília: UNESCO.
Gil, A. C. (2002). Como delinear estudos de campo: análise de dados. In: Gil, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa (PP. 133-134). 4. ed. São Paulo: Atlas.
Gil, A. C. (2008). Delineamento da pesquisa: Pesquisa documental. In: Gil, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social (PP. 50-51). 6. ed. São Paulo: Atlas.
Gomes, N. L. (2003). Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, 29 (1), 167-182. Acesso em: https://doi.org/10.1590/S1517-97022003000100012.
Gomes, N. L. (2005). Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. Secretária de educação continuada, alfabetização e diversidade. Brasília: Ministério da Educação. (Coleção para todos.)
Mclaren, P. (2007). Multiculturalismo crítico. São Paulo: Cortez.
Modesto, M. A., & Cruz, F. A. S. (2022). O eu, o outro e a(s) identidade(s): representações identitárias diante do personagem Chico Bento e implicações na Educação do Campo. Revista Brasileira de Educação do Campo, 7, e12289. Acesso em: https://doi.org/10.20873/uft.rbec.e12289.
Santos, R. A. dos, & Coelho, W. (2013). História da África e dos africanos nas Escolas Brasileiras: mito ou realidade? Reflexão e Ação, 123-148.
Silva, C. da. (2020). A educação étnico-racial na Base Nacional Comum Curricular invisibilidade ou promoção de uma educação antirracista? ANPED, Bahia, 1-9.
Silva, A. L. da, & Silva, C da. (2021). A Base Nacional Comum Curricular e a Educação Étnico-Racial na promoção de uma educação antirracista. Revista eletrônica pesquiseduca, 13 (30), 553-570. Acesso em: https://periodicos.unisantos.br/pesquiseduca/article/view/1056.
Silva, P. B. G. e. (2007). Aprender, ensinar e relações Étnico-Raciais no Brasil. Educação, Porto Alegre (3), 489-506.
Silva, P. B. G. e. (2007). Aprender, ensinar e relações Étnico-Raciais no Brasil. Educação, 30 (3). Acesso em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/2745.
Silva, T. T. da. (1999). As teorias pós-criticas: o currículo como narrativa étnica racial. In: SILVA, T. T. da. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo (PP. 99-105). Belo Horizonte: Autêntica.
Universidade Federal Rural da Amazônia. (2018a). Projeto pedagógico do curso de Ciências Biológicas licenciatura. Tomé-Açu. Acesso em: https://biologiacp.ufra.edu.br/images/Doc/PPC_Ciencias_Biologicas_UFRA_CCP_2017.pdf.
Universidade Federal Rural da Amazônia. (2018b). Projeto pedagógico do curso de Ciências Biológicas licenciatura. Capanema/PA. Acesso em: https://capanema.ufra.edu.br/antigo/attachments/article/23/PPC%20Biologia%20Licenciatura%20Capanema%20-%20Atual%202018.pdf.
Valente, A. L. (2005). Ação afirmativa, relações raciais e educação básica. Revista Brasileira de Educação, 28, 62-76. Acesso em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=27502806.
Verrangia, D., & Silva, P. B. G. e. (2010). Cidadania, Relações Étnico-Raciais e Educação: desafios e potencialidades do ensino de ciências. Educação e Pesquisa, 36 (3), 705-718. Acesso em: https://doi.org/10.1590/S1517-97022010000300004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Mandacaru: Revista de Ensino de Ciências e Matemática
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
De acordo com os termos seguintes:
-
Atribuição — Você deve atribuir o devido crédito, fornecer um link para a licença, e indicar se foram feitas alterações. Você pode fazê-lo de qualquer forma razoável, mas não de uma forma que sugira que o licenciante o apoia ou aprova o seu uso.
-
NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
-
CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições ao abrigo da mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.