Perfil microbiológico da mastite bovina no Agreste e Brejo Paraibano
DOI:
https://doi.org/10.26605/medvet-v16n2-4987Palavras-chave:
glândula mamária, vaca leiteira, California mastitis test, infecção intramamária, indicador inflamatórioResumo
A mastite bovina é considerada a doença de maior prevalência nos rebanhos leiteiros no mundo, impactando produtores, indústria de laticínios e influenciando negativamente a qualidade do leite, além do impacto na saúde pública. Nesse contexto, objetivou-se traçar o perfil microbiológico dos agentes causadores da mastite bovina em propriedades leiteiras da microrregião do Agreste e Brejo paraibano entre o período de agosto de 2018 a dezembro de 2019 e avaliar o comportamento da dinâmica do California mastitis test (CMT) em diferentes perfis microbiológicos do leite. Foram analisadas um total de 421 amostras de leite provenientes de 920 quartos mamários de 230 vacas que foram submetidas ao diagnóstico da mastite clínica (MC) e subclínica (MSC). Observou-se uma expressiva ocorrência de casos de MSC (n = 370, 40,22%) e de MC (n = 51, 5,54%). As amostras de quartos mamários com MC ou MSC resultou em 16,63% de ausência de crescimento no exame microbiológico. Das amostras com crescimento microbiológico, Staphylococcus spp. (26,36%), Corynebacterium spp. (22,32%) e Streptococcus spp. (12,59%) foram os microrganismos mais frequentemente isolados, já os agentes etiológicos ambientais foram esporadicamente isolados. Na avaliação da dinâmica do CMT observou-se que as amostras com resultado positivo no CMT e negativos no exame microbiológico apresentaram tendência a uma redução expressiva dos escores de CMT no momento da coleta subsequente (após 30 dias). Os resultados demonstram a necessidade de realizar educação no processo de ordenha na região, bem como, reforçar a importância do uso do CMT e do exame microbiológico de forma criteriosa no controle da mastite bovina.Downloads
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