Características físico-químicas e perfil microbiano do leite de transição bovino in natura e fermentado em diferentes períodos

Autores

  • Fernanda Antunes Martins Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa-PR, Brasil http://orcid.org/0000-0002-4020-234X
  • Ester Moura Rios Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa-PR, Brasil
  • Ingrid Caroline Silva Programa de Pós-Graduação em Produção Animal, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR, Brasil
  • Gabrielle Marcondes Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa-PR, Brasil
  • Valquíria Nanuncio Chochel Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa-PR, Brasil
  • Luciana Silva Leal-Karolewski Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa-PR, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.26605/medvet-v15n4-3574

Palavras-chave:

aleitamento, anaerobiose, bactérias, bovinocultura de leite, microrganismos

Resumo

Os objetivos da pesquisa foram avaliar as características físico-químicas, o perfil microbiano e determinar a sensibilidade aos antibióticos de enterobactérias isoladas de amostras de leite de transição bovino in natura (D0) e fermentado por 21 (D21), 30 (D30), 60 (D60), 90 (D90), 120 (D120) e 180 (D180) dias, coletadas de dez vacas leiteiras. As variáveis físico-químicas estudadas foram pH, temperatura, porcentagem de sólidos totais (ST) e densidade. Foram realizadas diluições seriadas e inoculações das amostras em meios de cultura enriquecidos e seletivos. Após a quantificação, procederam-se os testes morfotintorial, bioquímico e de antibiograma. Os resultados de pH variaram de 6,0 (D0) à 4,0 (D120 e D180). A temperatura oscilou de 21,30 a 23,33?C e a densidade no D0 foi de 1,031 g.mL-1. Em relação a (%)ST, o D0 destacou-se (13,79%) e os demais tempos de fermentação não diferiram entre si (p>0,05). No D60 nenhum crescimento de enterobactérias foi identificado, enquanto as bactérias ácido-láticas (BAL) aumentaram significativamente até o D90. Bactérias multirresistentes foram encontradas até o D30 e 29% das bactérias no D0 apresentaram índice de resistência múltipla aos antimicrobianos ?0,3. Conclui-se que a fermentação do leite de transição resulta em redução do pH, não influencia na temperatura e na densidade e mostra redução na (%) ST apenas com 21 dias de fermentação. As BAL mantêm-se viáveis até os 90 dias e os patógenos reduziram durante o período de 180 dias. As bactérias multirresistentes são eliminadas com o processo fermentativo e, de maneira geral, as enterobactérias são sensíveis aos antibióticos.

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Publicado

30-12-2021

Como Citar

Martins, F. A., Rios, E. M., Silva, I. C., Marcondes, G., Chochel, V. N., & Leal-Karolewski, L. S. . (2021). Características físico-químicas e perfil microbiano do leite de transição bovino in natura e fermentado em diferentes períodos. Medicina Veterinária, 15(4), 388–395. https://doi.org/10.26605/medvet-v15n4-3574

Edição

Seção

Produção Animal