Contribuição de uma Sequência de Aulas Investigativas para a Promoção da Argumentação em Química

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53003/redequim.v9i1.5797

Palavras-chave:

Corantes, Exigência Cognitiva, Formação Inicial, Processo de Reflexão Orientada

Resumo

A argumentação é uma atividade social fundamental para uma atuação mais crítica e cidadã. Para isso, torna-se relevante que sejamos capazes de argumentar a partir de dados cientificamente informados, por meio de fontes seguras advindas das diferentes áreas do conhecimento e, a escola, é um dos espaços para que esse pensamento e atitudes sejam promovidos. A abordagem de ensino por investigação pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e argumentativas essenciais para uma atuação mais crítica sobre situações cotidianas. Dessa forma, a presente pesquisa teve como objetivo investigar as habilidades argumentativas desenvolvidas por estudantes do 3º ano do ensino médio de uma escola pública, durante o desenvolvimento de uma sequência de sete aulas baseada na abordagem investigativa, orientada por um Processo de Reflexão Orientada. Este processo possibilita aos professores e futuros professores, mediados por um professor mais experiente, uma reflexão constante sobre a prática docente. A sequência de aulas com a temática corante foi desenvolvida e aplicada durante a participação do professor em formação inicial, autor deste trabalho, em um grupo de reflexão orientada. Para avaliar a promoção da argumentação, foram analisados os níveis cognitivos das questões propostas pelo professor em formação inicial durante as aulas, bem como as habilidades argumentativas apresentadas pelos estudantes. Os resultados obtidos sugerem que algumas habilidades argumentativas foram desenvolvidas durante as aulas, tais como, elaboração de hipótese/conclusão, reflexão acerca das evidências, formulação de explicações e justificativas. Os estudos e as reuniões com a professora formadora foram fundamentais para que a sequência de aulas apresentasse características da abordagem investigativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abell, Sandra K., & Bryan, Lynn. A. (1997). Reconceptualizing the elementary science methods course using a reflection orientation. Journal of Science Teacher Education, Netherlands, 8(3), 153-166.

Alarcão, Isabel (2011). Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 8ª edição. São Paulo: Editora Cortez.

Almeida, Mayara Tavares, & Guimarães, Márcio Andrei (2019). Argumentação e raciocínio moral em questões sociocientíficas na formação de professores de ciências: o exemplo da eutanásia. Revista de Educação em Ciências e Matemática, 15(34), 80-95.

Altarugio, Maisa Helena & Villani, Alberto (2010). O papel do formador no processo reflexivo de professores de ciências. Investigações em Ensino de Ciências, 15(2), 385-401.

Bianchini, Thiago. B. (2011). O ensino por investigação abrindo espaços para a argumentação de alunos e professores do ensino médio. 144 p. Dissertação (Mestrado em ensino de ciências) - Faculdade de ciências, Universidade Estadual Paulista, Bauru-SP.

Britto, Jeane Q. A., & Sá, Luciana P. (2010). Estratégias promotoras da argumentação sobre questões sócio-científicas com alunos do ensino médio. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, 9(3), 505-529.

Bogdan, Robert, & Biklen, Sari (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Tradução Maria João Alvarez. Porto Portugal, Porto Editora.

Chamizo, José Antonio, & Izquierdo, Mercé (2007). Avaliação das Competências do Pensamento Científico. Revista Química Nova, 27, 4-8.

Carvalho, Anna Maria P. (2018). Fundamentos teóricos e metodológicos do ensino por investigação. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 765-794.

Carvalho, Anna Maria P. (2004). Metodologia de pesquisa em ensino de física: uma proposta para estudar os processos de ensino e aprendizagem. Encontro De Pesquisa Em Ensino De Física. Jaboticatubas, MG. Sociedade Brasileira de Física. Anais do II EPEF.

Conrado, Dália, Nunes-Neto, Nei, & El-Hani, Charbel (2015). Argumentação sobre problemas socioambientais no ensino de biologia. Educação em Revista, Belo Horizonte, 31(1), 329-357.

Driver, Rosalind, Newton, Paul, & Osborne, Jonathan (2000) Establishing the norms of scientific argumentation in classrooms. Science Education, 84, 287-312.

Ferraz, Arthur T. (2015). Propósitos epistêmicos para a promoção da argumentação em aulas investigativas de Física. 175 p. Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo.

Gauthier, Clermont, Martineau, Stéphane, Malo, Annie, & Simard, Denis (2013). Por uma teoria da Pedagogia. Pesquisas Contemporâneas sobre o Saber Docente. 3ª Ed. Ijuí: Editora Unijuí.

Jiménez Aleixandre, Maria P., & Brocos, Pablo (2015). Desafios metodológicos na pesquisa da argumentação em ensino de ciências. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 17(especial), 139-159.

Jiménez Aleixandre, Maria Pillar (1998). Diseño Curricular: Indagación y Racionamiento con ellenguaje de las Ciencias. Enseñanza de las Ciencias, 16(2), 203-216.

Lima, Viviani Alves (2013). Um Processo de Reflexão Orientada Vivenciado por Professores de Química: O Ensino Experimental como Ferramenta de Mediação. 256 p. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências – Área de concentração Química) – Instituto de Física, Instituto de Química, Instituto de Biociências, Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Maldaner, Otavio Aloisio (2006). A formação inicial e continuada de professores de química: professores/pesquisadores. 3. ed. Ijuí, RS: Ed. Unijuí.

Mendonça, Paula Cristina Cardoso (2011). Influência de atividade de modelagem na qualidade dos argumentos de estudantes de química do ensino médio. 2011. 272 p. Tese (Doutorado em educação) - Faculdade de educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Mendonça, Paula C. C. & Justi, Rosária (2009). Proposição de um Instrumento para Avaliação de Habilidades Argumentativas-Parte I-Fundamentos Teóricos. In: Anais do VII Encontro Nacional De Pesquisa Em Educação Em Ciências. Florianópolis.

Monteiro, Marco. A. A., & Teixeira, Odete P. B. (2004). Uma análise das interações dialógicas em aulas de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental. Investigações em Ensino de Ciências, 9(3), 243-263.

Mortimer, Eduardo Fleury, & Scott, Phil (2002). Atividade discursiva nas salas de aula de ciências: uma ferramenta sociocultural para analisar e planejar o ensino. Investigações em ensino de ciências, 7(3), 283-306.

Peme-Aranega, Carmen, Mellado, Vicente, Longhi, Ana Lia, Moreno, Alejandra, & Ruiz, Constantino (2009). A interação entre concepções e a prática de um professor de física do nível secundário: estudo longitudinal do desenvolvimento profissional a partir do processo de reflexão colaborativa. Revista eletrônica de ensino de ciências, 8(1), 283-303.

Sá, Luciana Passos (2010). Estudo de casos na promoção da argumentação sobre questões sócio-científicas no ensino superior de química. Tese (Doutorado em Ciências Exatas e da Terra) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, S.P.

PHET. https://phet.colorado.edu/sims/html/molecule-polarity/latest/molecule-polarity_pt_BR.html . Acesso em 06/12/2022.

Sá, Luciana Passos, & Queiroz, Salete Linhares (2007). Promovendo a argumentação no ensino superior. Química Nova, 30(8), p. 2035-2042.

Sandoval, William A., & Reiser, Brian J. (2004). Explanation?driven inquiry: Integrating conceptual and epistemic scaffolds for scientific inquiry. Science education, 88(3), 345-372.

Santos, Wildson L. P., & Schnetzler, Roseli (2003). Educação em química: compromisso com a cidadania. 3. ed. Ijuí: Unijuí.

Sasseron, Lúcia Helena (2015). Alfabetização científica, ensino por investigação e argumentação: relações entre ciência da natureza e escola. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, 17(especial), 49-67.

Sasseron, Lúcia Helena (2013). Interações discursivas e investigação em sala de aula: o papel do professor. In: CARVALHO, A. M. P. (org). Ensino de ciências por investigação: condições para implementação em sala de aula. 1. ed. São Paulo: Cengage Learning, 41-61.

Schnetzler, Roseli Pacheco (2014). Novas e velhas constatações sobre a formação de professores de Química/Ciências. In: Nery, B. K., & Maldaner, O. A. (Org.). Formação de professores: compreensões em novos programas e ações. 1 ed. Ijuí: Unijuí, 229-240.

Suart, Rita de Cássia, & Marcondes, Maria Eunice Ribeiro (2018). O processo de reflexão orientada na formação inicial de um licenciando de Química visando o ensino por investigação e a promoção da alfabetização científica. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, 20, 1-28.

Suart, Rita de Cássia, Abras, Camila Marra, Maculan, Débora S., Pedroso, Jackeline, Rosa, Lívia Maria Ribeiro, Miranda, Mayara S, & Marcondes, Maria Eunice Ribeiro (2015). Uma análise do desenvolvimento de sequências de aulas por licenciandas de química ao longo de um processo de reflexão orientada. Investigações em Ensino de Ciências, 20(2), 186-208.

Suart, Rita de Cássia, & Marcondes, Maria Eunice Ribeiro (2009a.) A manifestação de habilidades cognitivas em atividades experimentais investigativas no ensino médio de química. Ciências & Cognição, 14(1), 50-74.

Suart, Rita de Cássia, & Marcondes, Maria Eunice Ribeiro (2009b). A Argumentação em uma atividade experimental investigativa no Ensino Médio de Química. In: Anais do VII Encontro Nacional De Pesquisa Em Educação Em Ciências (VII Enpec). Florianópolis.

Toulmin, S. (1958). The uses of Argument. New York: Cambridge University Press.

Zoller, Uri, & Pushkin, David (2007). Matching Higher-Order Cognitive Skills (HOCS) promotion goals with problem-based laboratory practice in a freshman organic chemistry course. Chemistry Education Researchand Practice, 8(2), 153-171.

Downloads

Publicado

2023-05-11

Como Citar

Bernardo, R. A., Suart, R. de C., & Souza, J. A. de. (2023). Contribuição de uma Sequência de Aulas Investigativas para a Promoção da Argumentação em Química. Revista Debates Em Ensino De Química, 9(1), 294–315. https://doi.org/10.53003/redequim.v9i1.5797

Edição

Seção

Debates em Linguagem no Ensino de Química