O Vinho no Egito Antigo: Uma Dose de História da Química
DOI:
https://doi.org/10.53003/redequim.v7i2.4095Palavras-chave:
Vinho, Ciência, EgitoResumo
O vinho é uma bebida alcoólica obtida, há milhares de anos, a partir de uvas por um processo denominado fermentação. Os egípcios fizeram parte das primeiras civilizações a dominarem as técnicas de preparo e armazenamento desta bebida, e isto foi confirmado através de inúmeras evidências encontradas na região do Egito antigo. Estas evidências além de trazerem registros históricos da extensa relação entre as civilizações egípcias e o vinho, mostrando de que forma esta bebida estava inserida nas diferentes classes sociais, confirmam o quão importante foi a civilização egípcia para a construção e desenvolvimento do conhecimento científico. Isto é perceptível nas cenas de viticultura registradas em tumbas egípcias antigas, que revelaram muita semelhança entre a técnica de preparo do vinho por esta civilização e a técnica tradicional europeia, indicando o pioneirismo no preparo do vinho pelos antigos egípcios. Além destas contribuições, os egípcios foram importantes para o desenvolvimento da medicina, em que o vinho esteve bastante inserido, uma vez que foi amplamente prescrito em receitas médicas. Portanto, é possível afirmar que o Egito e suas civilizações fazem parte da história do vinho e da ciência, e que estas civilizações contribuíram para o desenvolvimento social e científico.Downloads
Referências
Aquarone, Eugênio; Schmidell, Willibaldo; Lima, Urgel A., & Borzani, Walter (2001). Biotecnologia industrial: biotecnologia na produção de alimentos (Vol. 4). São Paulo: Blucher.
Aviram, Michael, & Fuhrman, Bianca (2002). Wine ?avonoids protect against LDL oxidation and atherosclerosis. Annals of the New York Academy of Sciences, 957, 146–161.
Bakos, Margaret M. (2014). Fatos e mitos do Antigo Egito (Vol. 3). Porto Alegre: Edipucrs.
Bernal, Martin (1993). Atena negra: as raízes afro-asiáticas da civilização clássica. Barcelona: Crítica.
British Museum coleção 1 (2020): The Rosetta Stone. Recuperado de https://www.britishmuseum.org/collection/object/Y_EA24.
British Museum coleção 2 (2020): Papyrus Salt 825. Recuperado de https://www.britishmuseum.org/collection/object/Y_EA10051-4.
Cabral, Amílcar (2019). A Arma da Teoria. In: Manoel, Jones, & Landi, Gabriel (Org.), Revolução africana (pp. 127-171). São Paulo: Autonomia Literária.
Carneiro, Sueli (2005). A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. (Tese de Doutorado). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Cavalieri, Duccio, McGovern, Patrick E., Hartl, Daniel L., Mortimer, Robert, & Polsinelli, Mario (2003). Evidence for S. cerevisiae fermentation in ancient wine. Journal of molecular evolution, 57(1), S226-S232.
Césaire, Aimé (2010). Discurso sobre o colonialismo. Florianópolis: Letras Contemporâneas.
Diop, Cheikh A. (1974). The African Origin of Civilization: Myth or Reality. Nova Iorque: Lawrence Hill & Company.
Diop, Cheikh A. (1983). A origem dos antigos egípcios. In: Mokhtar, G. (Org.), História Geral da África: A África antiga (pp. 39-70). São Paulo: Ática/ UNESCO.
Drysdale, G. S., & Fleet, G. H. (1988). Acetic acid bacteria in winemaking: a review. American Journal of Enology and Viticulture, 39(2), 143-154.
Fanon, Frantz (2008). Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EdUFBA.
Fanon, Frantz (2019). Racismo e Cultura. In: Manoel, Jones, & Landi, Gabriel (Org.), Revolução africana (pp. 67-82). São Paulo: Autonomia Literária.
Fruton, Joseph S. (2006). Fermentation: vital or chemical process? (v. 1). Boston: Brill.
Gil, Antonio C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas.
Guasch-Jané, Maria R. (2019). Grape Archaeology and Ancient DNA Sequencing. In: Cantu, Dario, & Walker, M. Andrew (Eds.), The Grape Genome (pp. 57-75). Springer, Cham.
Guasch-Jané, Maria R., Andrés-Lacueva, Cristina, Jáuregui, Olga, & Lamuela-Raventós, Rosa M. (2006a). First evidence of white wine in ancient Egypt from Tutankhamun's tomb. Journal of archaeological science, 33(8), 1075-1080.
Guasch-Jané, Maria R., Andrés-Lacueva, Cristina, Jáuregui, Olga, & Lamuela-Raventós, Rosa M. (2006b). The origin of the ancient Egyptian drink Shedeh revealed using LC/MS/MS. Journal of archaeological science, 33(1), 98-101.
Guasch-Jané, Maria R., Ibern-Gómez, Maite, Andrés-Lacueva, Cristina, Jáuregui, Olga, & Lamuela-Raventós, Rosa M. (2004). Liquid chromatography with mass spectrometry in tandem mode applied for the identification of wine markers in residues from ancient Egyptian vessels. Analytical Chemistry, 76(6), 1672-1677.
Guasch-Jané, Maria. R., Fonseca, Sofia., & Ibrahim, M. Mahmoud. (2012). ‘Irep En Kemet’ Project: Creating the Corpus of Wine in Ancient Egypt. International Journal of Heritage in the Digital Era, 1(1_suppl), 181-186.
Henriques, Claudio C. (2002). A Volta dos hieróglifos. Revista Philologus, 23, 53-59.
Huysecom, E., Rasse, M., Lespez, L., Neumann, K., Fahmy, A., Ballouche, A., ... & Soriano, S. (2009). The emergence of pottery in Africa during the tenth millennium cal BC: new evidence from Ounjougou (Mali). Antiquity, 83(322), 905-917.
Leal, Murilo C., Araújo, Denilson A., & Pinheiro, Paulo C. (2012). Alcoolismo e Educação Química. Química Nova na Escola, 34(2), 58-66.
Lopes, Toni J., Xavier, Marcelo F., Quadri, Mara G., & Quadri, Marintho B. (2007). Antocianinas: uma breve revisão das características estruturais e da estabilidade. Current Agricultural Science and Technology, 13(3).
Malacrida, Cassia R., & Motta, Silvana D. (2005). Compostos fenólicos totais e antocianinas em suco de uva. Food Science and Technology, 25(4), 659-664.
Marconi, Maria D. A., & Lakatos, Eva M. (2003). Fundamentos de metodologia científica (5ª ed.). São Paulo: Atlas.
McGovern, Patrick E., Glusker, Donald L., Exner, Lawrence J., & Voigt, Mary M. (1996). Neolithic resinated wine. Nature, 381(6582), 480-481.
McGovern, Patrick, Jalabadze, Mindia, Batiuk, Stephen, Callahan, Michael P., Smith, Karen E., Hall, Gretchen R., ... & Failla, Osvaldo (2017). Early neolithic wine of Georgia in the South Caucasus. Proceedings of the National Academy of Sciences, 114(48), E10309-E10318.
Mello, Vinicius M., & Suarez, Paulo A. (2012). As formulações de tintas expressivas através da história. Revista virtual de química, 4(1), 2-12.
Moraes, Ângela M. (1991). Estudo da oxidação de etanol a ácido acético por células do gênero Acetobacter livres e imobilizadas em géis hidrofílicos. (Tese de Doutorado). Faculdade de Engenharia Química, Universidade de Campinas, Campinas, SP, Brasil.
Nascimento, Elisa L. (1996). Introdução às antigas civilizações africanas. In: Sankofa: matrizes africanas da Cultura Brasileira, Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Nelson, David L., & Cox, Michael M. (2014). Princípios de Bioquímica de Lehninger (6ª ed.). Porto Alegre: Artmed.
Norrie, Phillip A. (2003). The history of wine as a medicine. In: Sandler, Merton, & Pinder, Roger, Wine: A scientific exploration (pp. 21-55). Londres: CRC Press.
Oliveira, Eliana, Ens, Romilda T., Andrade, Daniela. B. S. F., & Mussis, Carlo R. (2003). Análise de Conteúdo e Pesquisa na Área da Educação. Revista diálogo educacional, 4(9), 11-27.
Panek, Anita D. (2003). Pão e Vinho: a arte e a ciência da fermentação. Ciência Hoje, 33(195), 66-65.
Pinheiro, Bárbara C. S. (2020). O Período das Artes Práticas: A Química Ancestral Africana. Revista Debates em Ensino de Química, 6(1), 4-15.
Plaxton, William C. (1996). The organization and regulation of plant glycolysis. Annual review of plant biology, 47(1), 185-214.
Poo, Mu-Chou (1995). Wine and wine offering in the religion of ancient Egypt. Londres e Nova Iorque: Kegan Paul International.
Queiroz, Rita D. C. (2005). A informação escrita: do manuscrito ao texto virtual.
Renfrew, Jane M. (1973). Palaeoethnobotany: The prehistoric food plants of the Near East and Europe. Methuen: Columbia University Press.
Schucman, Lia V. (2012). Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. (Tese de Doutorado). Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Silva, Luiz H., & Pinheiro, Bárbara C. S. (2018). Produções científicas do antigo Egito: um diálogo sobre Química, cerveja, negritude e outras coisas mais. Revista Debates em Ensino de Química, 4(1), 5-28.
Standage, Tom (2006). História do mundo em 6 copos. Rio de Janeiro: Zahar.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Luiz Henrique da Silva, Pedro Magalhães, Bárbara Carine Soares Pinheiro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A REDEQUIM utiliza da Licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação;
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.