A Experimentação no Ensino de Química Durante a Educação Básica no Brasil: Reflexões de uma Revisão da Literatura
DOI:
https://doi.org/10.53003/redequim.v8i3.5120Palavras-chave:
Aprendizagem, Educação Básica, Ensino de Química, ExperimentaçãoResumo
O uso da experimentação no ensino de Química aguça a curiosidade científica e o levantamento de hipóteses entre estudantes no decorrer da educação básica no Brasil, fator que diretamente fornece significados de aprendizagem para conteúdos abstratos. A partir desse ensejo, este estudo propõe analisar e tecer reflexões sobre como a experimentação tem sido utilizada no ensino de Química ao longo da educação básica no Brasil, elencando características e contributos para o aprendizado dos estudantes, durante a década corrente entre 2011 e 2021. Para isso, realizou-se uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL) de natureza qualitativa descritiva composta por 180 artigos científicos redigidos sobre a temática desta investigação. As buscas dos materiais bibliográficos aconteceram nas bases de dados: DOAJ, SciELO e REDIB. Da coleta total, selecionou-se, consoante a análise crítica de Salomon (1972), 10 artigos para a tessitura de considerações aprofundadas sobre o decenal investigado. Em suma, distribuiu-se os aspectos do uso da experimentação no ensino de Química em três apontamentos, são eles: (i) aspectos mais evidentes no raciocínio ativo e direto dos estudantes com experiências científicas na educação básica; (ii) o compromisso docente como agente mediador essencial entre a realização do experimento e observação dos conteúdos químicos relacionados, visando coerência de aprendizagens; e, por fim, (iii) a visão do meio escolar como zona de interação para o aprendizado, onde relações advêm entre experimento e aprendiz, bem como entre estudantes e suas conclusões inovadoras sobre os saberes químicos.Downloads
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