Afinal, Por Que Ser Residente Pedagógico? Perspectivas de Estudantes do Curso de Licenciatura em Química sobre o Programa de Residência Pedagógica
DOI:
https://doi.org/10.53003/redequim.v9i2.5192Palavras-chave:
Narrativas, Formação Inicial, Expectativas ProfissionaisResumo
Rememorando as origens, identidades e propósitos do Programa de Residência Pedagógica (PRP), percebemos que este objetiva, desde os seus primórdios, encaminhar os licenciandos para a imersão, identificação e reflexão sobre as questões que perpassam a sala de aula e o ambiente escolar de maneira geral. Assim, ao reconhecermos a relevância do PRP na formação inicial de professores, objetivamos, neste estudo, compreender, por meio de narrativas de estudantes de licenciatura em química, de que forma o programa se apresenta a eles e quais aproximações e expectativas estabelecem com ele. Como fonte de dados, debruçamo-nos sobre cartas de intenções elaboradas por 14 estudantes, na condição de candidatos a uma vaga no programa. Analisamos as narrativas seguindo as etapas propostas na análise de conteúdo, o que nos permitiu apresentar os dados em termos de quatro categorias distintas: PRP como movimento de transformação educacional e social; PRP como princípio do futuro profissional; PRP articulado aos estágios supervisionados e PRP como movimento de entrelaçamento teoria e prática. Dos resultados alcançados lampejam reflexões quanto às dimensões criativa, política e coletiva envolvidas no exercício da docência, e quanto à relevância da relação teoria e prática na formação de professores. Concluímos, por meio das narrativas registradas, que as vivências escolares alcançadas a partir do PRP apresentam-se como um importante movimento formativo, projetando os licenciandos como agentes transformadores, comprometidos com uma formação prática, reflexiva e identitária.Downloads
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